FAEMG e CNC se reúnem para debater os rumos da cafeicultura brasileira
O impacto do clima e o que a cafeicultura pode esperar para os próximos anos foi tema de palestra sediada pela FAEMG, em BH. Em reunião conjunta da Comissão Técnica Estadual de Cafeicultura da FAEMG e do Conselho Nacional do Café (CNC), o meteorologista Luiz Carlos Molion falou sobre ciclos climáticos e a alternância de intempéries, como os períodos de estiagem e as chuvas de granizo - como as que atingiram o sul de Minas no início do mês.
Pela análise de dados históricos e estatísticos, ele demonstrou que os movimentos climáticos são cíclicos e que, neste momento, tem início nova fase fria, marcada por fenômenos do tipo geadas e granizo, especialmente em regiões de bacias ou de maior altitude: “O clima varia por causas naturais e eventos extremos sempre ocorreram, seja por clima frio ou quente. O mais importante é ter adaptação e planejamento para minimizar perdas”, concluiu.
Segundo o diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita, entra aí a necessidade de modelos de seguro rural mais adequados e acessíveis aos cafeicultores: “As opções hoje disponíveis no mercado são inviáveis economicamente ao produtor que , por falta de alternativa, assume o risco para sua produção e, muitas vezes, acaba profundamente prejudicado e endividado em função destes fenômenos climáticos”
As opções de seguro e planejamento das safras foram alguns dos temas debatidos na reunião conjunta, realizada em sequência à palestra. Outro ponto foi o alinhamento de informações sobre os recursos do Funcafé, que já foram tomados por instituições financeiras e já estão quase totalmente aplicados .
O encontro foi concluído com a apresentação, feita pela analista de agronegócios da FAEMG, Ana Carolina Gomes, dos resultados da quarta edição da Semana Internacional do Café, realizada em BH, em setembro. Ela destacou a evolução e os números da edição 2016 do que já é considerado o maior evento do setor no país: “Registramos incremento de 8% em relação ao ano passado, considerando-se número de expositores e público. Mais de 14 mil visitantes, nacionais e internacionais, estiveram no Expominas, para acompanhar os 25 eventos simultâneos, as 68 palestras e workshops e mais de 30 sessões de cupping, com, aproximadamente, 2.250 xícaras provadas. O evento gerou um total de R$ 25 milhões em negócios – movimentados apenas na feira, sem mensurar os valores obtidos indiretamente, no pós-evento”.
“A maioria dos pontos de interesse são convergentes e as representações sindicais e cooperativas precisam trabalhar juntas para o fortalecimento do setor”, afirma Breno Mesquita. Segundo ele, outros encontros conjuntos devem ser realizados, muitos deles tendo a FAEMG como sede: “Minas é o maior estado produtor, e temos aqui uma comissão de forte peso nacionalmente. Além disso, a maior parte dos membros do CNC também são de Minas, o que torna natural que nos encontremos em BH. Independentemente do local, ter o setor unido, discutindo os problemas e traçando ações conjuntas é muito importante e só fortalece a nossa cafeicultura”. Além dos membros das duas comissões e da CNA, participaram também representantes de entidades convidadas, como Abic e Cecafé.
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