Café: Acompanhando incertezas na safra 2017/18, preços do arábica no Brasil são fixados em até R$ 600/sc para o ano que vem
Os preços de venda futura de café arábica no Brasil atingiram cerca de R$ 600,00 a saca de 60 kg no Brasil nos últimos dias com suporte do câmbio e da Bolsa de Nova York, que chegou a testar máximas de 16 meses no fim de setembro. Ainda assim, o ritmo dos negócios não está muito diferente dos últimos anos, segundo estimativas, uma vez que o produtor já espera patamares ainda mais altos à frente diante das incertezas na safra 2017/18 do país.
"O volume de negócios tem sido bom, com fixações de preço, inclusive, acima de R$ 600,00 a saca para setembro/2017 e 2018 na semana passada. Ainda assim, o produtor tem feito essas transações com cautela porque existe a preocupação de não ter o produto no período ou então o café ter qualidade inferior da que foi estabelecida", explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.
Para setembro e dezembro deste ano, os preços fixados para entrega futura do café arábica estavam em cerca de R$ 560,00 a saca. "Esse é um valor interessante para o produtor, que tem conseguido diluir bem suas vendas nos últimos anos e tido melhores resultados. Mas falar em valores é um pouco complicado, pois essa análise está muito ligada ao custo de produção e isso é muito particular de cada produtor", pondera Barabach.
A comercialização da safra 2016/17 (julho/junho) de café do Brasil estava em 46% até o dia 12 de setembro, segundo o levantamento mais recente da Safras. Com isso, já foram comercializadas 25,28 milhões de sacas do grão, de uma projeção total de 54,9 milhões de sacas para o Brasil. Esse número mostra um leve avanço em relação ao ano passado, quando 44% da safra estava vendida. Há também um avanço em relação à média dos últimos 5 anos, que aponta 40% da produção já negociada neste período.
Na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), a maior cooperativa do mundo, os cafeicultores conseguiram fixar sua produção para setembro do ano que vem em até R$ 600,00 a saca na semana passada. Nesta segunda-feira (3), no entanto, o preço baixou e está em cerca de R$ 550,00 a saca por conta da queda do dólar no Brasil e da desvalorização na Bolsa de Nova York, com indicação de chuvas nesta semana no cinturão produtivo do país. Nesse mesmo dia, no ano passado, o preço estava em R$ 525,00 a saca.
"O ritmo de negócios está na média dos últimos anos. Hoje, cerca de 9% da produção de cada cooperado já está vendida a futuro. Normalmente, chegamos a setembro com mais ou menos um terça da produção total de cada produtor já fixada", afirma o gerente de mercado futuro da Cooxupé, Heberson Vilas Boas Sastre. "Neste ano, o produtor está atento às incertezas climáticas, que podem impactar a safra 2017/18", pondera Sastre.
Na Cooxupé, além da fixação de preços a futuro, os cafeicultores cooperados também podem trocar seus cafés por insumos agrícolas para a produção no próximo ano. "Com o café mais valorizado, redução dos preços dos fertilizantes acompanhando o dólar e a manutenção no valor dos defensivos, a relação de troca na cooperativa foi uma das melhores dos últimos anos. Mais de sete mil cooperados participaram da campanha neste ano", diz o superintendente de desenvolvimento do cooperado da Cooxupé, José Eduardo Santos Júnior.
0 comentário
Com a presença de toda a cadeia produtiva, Semana Internacional do Café discute sobre os avanços e desafios da cafeicultura global
Em ano desafiador para a cafeicultura, preços firmes e consumo aquecido abrem oportunidades para o setor
Mercado cafeeiro trabalha com preços mistos no início da tarde desta 5ª feira (21)
Cooabriel fala sobre a expectativa da safra do café conilon para o Espírito Santo e Bahia
Café Produtor de Água: em visita à Cooabriel, presidente do CNC anuncia implantação do projeto no ES
Sustentabilidade, tecnologia e tendências de consumo são destaques no primeiro dia da Semana Internacional do Café