Café: Previsões de chuvas no Brasil esfriam negócios em NY e mercado perde o patamar de US$ 1,55 por libra-peso
Nesta sexta-feira (30), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerram o dia com ganhos nos principais vencimentos. O mercado registrou volatilidade durante toda a sessão e operou sem direcionamento. O analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, explica que as bolsas internacionais trabalharam sem novidades no campo fundamental, assim como nos últimos dias.
Com isso, o contrato dezembro/16 encerra o pregão cotado a 151,55 cents/lb, com valorização de 140 pontos, assim como março/17, que fecha valendo 154,90 cents/lb. Já o vencimento maio/17 anotou altas de 130 pontos e negociação a 156,70 cents/lb.
Com o foco no financeiro, analistas esperavam que o pregão pudesse repercutir o cenário de apreensão em relação ao banco alemão Deutsche Bank – que acabou perdendo força nos mercados globais. Já a moeda norte-americana fechou o dia com recuo de 0,12% e cotado a R$ 3,2517 na venda.
Além das informações do mercado financeiro, a OIC (Organização Internacional do Café) divulgou dados de exportações globais de agosto, que atingiu 9,76 milhões de sacas de 60 kg – registrando uma alta de 25,93% em relação a julho. Na comparação com embarques do mesmo período do ano passado, há um acréscimo de 1,0%.
Apesar dos ganhos na sessão de hoje, nos últimos dias as cotações futuras do arábica ficaram praticamente estáveis, com valorização de cerca de 0,20% para os contratos em Nova York. Na semana anterior, o mercado chegou a testar máximas de 19 meses, com informações de clima mais seco nas regiões produtoras do Brasil – que poderia atrapalhar ainda mais o desenvolvimento da safra 2017/2018.
Na semana, o mercado buscou consolidar o patamar de US$ 1,55 por libra-peso, que acabou cedendo pelas previsões de chuvas no Brasil. A possibilidade de precipitações trouxe expectativas positivas sobre a próxima safra– que aguarda o desenvolvimento das floradas no início de outubro.
O analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, aponta que com essas previsões houve certo desinteresse por parte de investidores – visto que o cenário até o momento era de clima mais seco para o cinturão produtivo no Brasil. “Chuvas neste momento promoveria uma boa floração para a próxima safra”, aponta.
De acordo com mapas climáticos, uma nova frente fria se aproxima das regiões produtoras, com possibilidade de precipitações já na segunda-feira (03). Há a previsão de chuvas fortes para Paraná e oeste de São Paulo, enquanto a região da Mogiana e sul e leste de Minas Gerais devem receber os volumes no dia seguinte.
Além disto, dados da Climatempo apontam que as chuvas devem durar até o próximo dia 13 de outubro. Com isso, o acumulado das precipitações na região Sul de Minas Gerais, na Mogiana paulista e no Espírito Santo pode chegar a 100 milímetros.
Embora existam expectativas com o desenvolvimento da safra, o analista do Escritório Carvalhaes, Sergio Carvalhaes, aponta que os preços na Bolsa de Nova York não refletem a realidade da próxima temporada, que deve ser de baixa bienalidade. “Apesar de ainda não ser possível mensurar, engenheiros agrônomos de diversas regiões já apontam que a safra 2017/18 deve ser pelo menos 10% menor – considerando condições ideais de chuvas”, aponta.
Mercado interno
No Brasil, o mercado caminhou de forma lenta e quase sem novidades. Com as baixas em Nova York, após os ganhos da última semana, quase não foram ofertados lotes em busca de preços mais atrativos. Para Marcus Magalhães, os produtores estão cautelosos com o final da colheita e esperam melhores oportunidades para negociar.
“O setor produtivo está administrando muito bem a entrada do café no mercado, inviabilizando mudanças de patamar”, aponta Magalhães. Com isso, o café cereja descascado encerra a semana com desvalorização de 0,55% em Poços de Caldas (MG), em que saca de 60 quilos passa a ser cotada em R$ 545,00.
Já o tipo 4/5 acumula alta de 1,37% na semana em Poços de Caldas (MG), com negócios sendo registrado a R$ 518,00 pela saca. Em Varginha (MG), o recuo foi 0,94% e cotação a R$ 525,00 por saca.
Para o tipo 6 duro a maior valorização foi registrada em Patrocínio (MG), com ganhos de 2%. Na praça de comercialização, a referência é de R$ 510,00 por saca. Já Vitória (ES) registrou o maior recuo – de 3,09% –, com saca sendo negociada a R$ 470,00.
Na quinta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,48 e desvalorização de 1,18 %.
0 comentário
Preço do café sobe 4% nesta terça-feira e Bolsa de NY renova máximas para cotações do arábica
Mercado cafeeiro segue em sua tendência de alta no início da tarde desta 3ª feira (26)
Chuvas regulares trazem expectativa de uma boa safra de café em Minas Gerais, diz presidente da Faemg
Mapa divulga marcas e lotes de café torrado desclassificados para consumo
Após fortes altas, mercado cafeeiro inicia 3ª feira (26) com ganhos moderados e realização de lucros
Café em alta: novo recorde em exportação sinaliza que mundo abraça cada vez mais os grãos de Minas