Café: Bolsa de Nova York opera com volatilidade na manhã desta 5ª feira
Nesta manhã de quinta-feira (29), as cotações futuras do café arábica operam com volatilidade na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado começou o dia revertendo perdas da sessão anterior, após encerrar com números em campo negativo, próximos da estabilidade. Com os cenários de chuvas no cinturão produtivo e câmbio, a bolsa caminha de forma lateralizada e à espera de novidades.
Às 10h29 – pelo horário de Brasília –, o vencimento dezembro/16 era cotado a 152,30 cents/lb, com desvalorização de 80 pontos. O contrato março/17 registrava perdas de 75 pontos, com negociação em 155,65 cents/lb. Já maio/17 era cotado 157,40 cents/lb, com baixas de 90 pontos.
Para o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, por não haver mudanças no lado fundamental as bolsas internacionais seguem focados nas informações da economia americana e com ajustes técnicos. Para o pregão de hoje, o mercado deve trabalhar de forma volátil, mas mantendo o patamar de US$ 1,55 por libra-peso.
Veja como fechou o mercado na quarta-feira (27):
Café: Com ajustes técnicos, Bolsa de Nova York reverte ganhos da sessão anterior e fecha próximo da estabilidade nesta 4ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a quarta-feira (28) com leves baixas nos principais vencimentos – próximos da estabilidade. No fechamento anterior, o mercado encerrou com ganhos superficiais, após sessão de volatilidade refletindo os cenários de chuvas nas regiões produtoras e câmbio.
Com isso, o vencimento dezembro/16 encerra valendo 153,10 cents/lb, com recuo de 60 pontos, assim como março/17 que fechou cotado a 156,40 cents/lb. Já maio/17 registrou perdas de 55 pontos e negociado a 158,30 cents/lb e julho/17 a 160 cents/lb.
Com poucas novidades do lado fundamental no pregão de hoje, o mercado internacional operou com ajustes técnicos e refletindo informações do financeiro. Para o analista do Escritório Carvalhaes, Sergio Carvalhaes, a Bolsa de Nova York continua não repercutindo a realidade do mercado, procurando embasamento em análises técnicas e no câmbio.
Nos últimos dias, o mercado de café também tem refletido o cenário de chuvas no cinturão produtivo e nas questões da economia americana, que afetam diretamente no câmbio. Para o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as bolsas internacionais já precificaram essas informações e deve consolidar os patamares de preços, próximo de US$ 1,55 por libra-peso.
No longo prazo, o cenário deve ser de patamares mais elevados, visto que a oferta mundial de café está abaixo do consumo. Sergio Carvalhaes explica que a situação da próxima temporada é preocupante por ser de baixa bienalidade, além das dificuldades climáticas. “Apesar de ainda não ser possível mensurar, engenheiros agrônomos de diversas regiões já apontam que a safra 2017/18 deve ser pelo menos 10% menor – considerando condições ideais de chuvas”, aponta.
Na última semana, o superintendente de comercialização da Cooxupé, Lúcio Dias, também apontou a preocupação com a safra 2017/18 em entrevista ao Notícias Agrícolas. "Em visitas pelas principais regiões produtoras já se percebe que a safra do próximo ano será entre 15% e 20% menor no arábica e no robusta por conta do clima. Isso se as condições se normalizarem. Do contrário, as perdas podem ser ainda maiores", explica Dias.
No cenário climático, as chuvas que foram registradas no início da semana devem cessar, segundo apontam mapas dos principais institutos meteorológicos. Com o enfraquecimento da frente fria no cinturão produtivo, a condição é de clima mais seco nos próximos dias – aumentando as preocupações com a próxima safra.
O engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Marcelo Jordão Filho, explica que o cenário pode piorar ainda mais a condição das lavouras, que devem florescer nos próximos dias. "As lavouras têm apresentado bastante desfolha por conta das altas temperaturas nas principais regiões produtoras. Em Franca (SP), por exemplo, o déficit hídrico está em cerca de 90 milímetros e se isso continuar pode dificultar o pegamento da florada nas lavouras que ela ja apareceu", afirma.
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Para o câmbio, a moeda norte-americana ampliou a alta ante o real, fechando a R$ 3,2218 na venda e valorização de 0,28%. Porém, no decorrer dia houve valorizações mais significativas, que foram reduzidas pela disparada dos preços do petróleo, segundo informa a agência de notícias Reuters.
Mercado interno
No cenário doméstico, os negócios tiveram uma nova paralisação nos últimos dias e voltam a caminhar de forma lenta. Segundo explica Sergio Carvalhaes, após os recuos de preços na Bolsa de Nova York, os produtores voltaram a segurar vendas.Com os ganhos significativos registrados nos últimos 15 dias, houve um aumento na oferta de café nas praças de comercialização.
Apesar da pausa nos últimos dias, a tendência é de que as compras se intensifiquem nos próximos três meses, segundo aponta Carvalhaes. “Exportadoras estavam trabalhando com contratos que foram fixados no início do ano e esperam que aumente a oferta de negócios nos próximos meses”, explica.
O boletim semanal do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) aponta que os preços no mercado interno iniciaram a semana com valorizações, impulsionados pela Bolsa de Nova York. As valorizações estavam ligadas ao cenário climático no cinturão produtivo. “Nos últimos sete dias, contudo, movimentos técnicos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) pressionaram o Indicador, que caiu 1,4% no período”, apontam os pesquisadores do Centro.
O tipo cereja descascado teve recuo de 2,68% em Varginha (MG), em que a saca encerra o dia cotado a R$ 545,00. Em Franca (SP), o cenário também foi de baixas – de 1,87% –, que levou a negociação a R$ 525,00 pela saca de 60 quilos.
Já o tipo 4/5 registrou desvalorização de 078% em Poços de Caldas (MG), com referência de R$ 511,00 pela saca. Em Varginha (MG), a cotação fechou em R$ 525,00 a saca, após o recuo de 0,94%.
Para o tipo 6 duro, a maior baixa ocorreu em Vitória (ES), com negociação em R$ 475,00 por saca de 60 quilos. Já em Patrocínio (MG) houve valorização de 1%, fechando o dia a R$ 505,00 por saca.
Na terça-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 506,98 e alta de 0,46%.
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