Café: Cotações do arábica em NY sobem 400 pts nesta 3ª feira com incertezas na oferta e suporte do câmbio

Publicado em 20/09/2016 17:52

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira com alta de cerca de 400 pontos e ficaram próximas do patamar de US$ 1,60 por libra-peso nos vencimentos mais distantes. O mercado segue atento às incertezas na oferta global de café com problemas que já começam a aparecer da safra 2017/18, o câmbio também contribuiu para a valorização dos preços no terminal externo.

O contrato setembro/16 registrou na sessão de hoje 155,50 cents/lb com 400 pontos de alta, o dezembro/16 teve 156,80 cents/lb com 400 pontos de avanço. Já o contrato março/17 estava cotado a 159,90 cents/lb com 390 pontos de avanço e o maio/17, mais distante, anotou 161,50 cents/lb com 370 pontos de valorização. Na véspera, os preços também subiram cerca de 400 pontos no terminal externo.

Desde ontem (19), os operadores repercutem nas cotações do arábica as dúvidas em relação à oferta global do grão diante de problemas que já começam a aparecer na safra 2017/18, que já deve ser bienalidade baixa para a maioria das regiões produtoras do Brasil. "A falta de chuvas em Minas Gerais está começando a chamar a atenção do mercado", disse o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

A Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé) já relata preocupações com a safra 2017/18 do Brasil. "Em visitas pelas principais regiões produtoras já se percebe que a safra do próximo ano será entre 15% e 20% menor no arábica e no robusta por conta do clima. Isso se as condições se normalizarem. Do contrário, as perdas podem ser ainda maiores", o superintendente de comercialização da Cooxupé, Lúcio Dias.

Estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta que a produção brasileira de café arábica e robusta deve totalizar neste ano 49,67 milhões de sacas de 60 kg, com um aumento de 14,9% em relação às 43,24 milhões de sacas alcançadas em 2015. A companhia divulga amanhã os números do terceiro Levantamento da Safra de Café 2016.

Levantamento divulgado pela Reuters nesta terça-feira com importantes fontes do mercado apontam que a colheita da safra 2016/17 de café do Brasil deve atingir 54,9 milhões de sacas. "Ainda é muito cedo para falar dos números da próxima safra. Se as chuvas favoráveis continuarem, nós podemos ver uma colheita sólida, com potencial de ser tão grande quanto a atual", disse o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach à agência internacional de notícias.

» Mercado projeta safra de café de 54,9 mi sacas no Brasil em 2016/17, aponta pesquisa

Além das dúvidas em relação a oferta global de café, o mercado também realizou durante o dia ajustes técnicos ante as quedas das últimas sessões e repercute o câmbio. A moeda norte-americana caiu 0,53%, vendida a R$ 3,2621, com o mercado repercutindo a ansiedade dos operadores com a reunião do Fed (Federal Reserve), banco central norte-americano, sobre a política monetária do país.

Tecnicamente, segundo o analista João Santaella, os gráficos para o café arábica em Nova York mostram que o mercado agora está acima de 146,00 cents/lb e de 159,00 cents/lb. "Acima desse patamar, o mercado pode buscar máximas de 178,00 e 214,00 cents/lb", pondera.

Mercado interno

No Brasil, os negócios com café seguem no mesmo ritmo dos últimos dias apesar das recentes altas vistas na maioria das praças verificadas pelo Notícias Agrícolas com o impulso dos terminais externos. Muitos produtores seguem à espera de melhores patamares para negociar mais ativamente suas produções. "O mercado interno do café opera com preços firmes e boa procura", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 600,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,58% e saca a R$ 556,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 605,00 a saca e alta de 1,68%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,16% e saca a R$ 521,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 538,00 a saca e avanço de 1,89%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

Na segunda-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 508,03 e avanço de 1,41%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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