Café: Cotações do arábica em Nova York continuam próximas de US$ 1,50/lb nesta 5ª feira de estabilidade
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam estáveis nesta quinta-feira (15) após ficarem do lado azul da tabela durante a maior parte do dia em ajustes técnicos ante a queda dos últimos dias. Os operadores no terminal externo também continuam atentos às incertezas em relação ao potencial produtivo do Brasil, os estoques nos países importadores e o câmbio.
Os preços externos da variedade continuam próximos do patamar de US$ 1,50 por libra-peso. O vencimento setembro/16 registrou 147,60 cents/lb com 20 pontos de queda, o dezembro/16 teve 148,90 cents/lb – estável. Já o contrato março/17 estava cotado a 152,10 cents/lb – estável e o maio/17, mais distante, anotou 153,95 cents/lb – estável.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia foi tranquilo nos mercados internacionais. "No âmbito das bolsas, Nova York e Londres, nada de novo foi visto já que as varáveis disponíveis do quadro fundamental estão em linha às possibilidades de curto prazo e apenas o fator dólar é que tem trazido ao mercado alguma nova emoção mercadológica", explica.
A moeda estrangeira impacta diretamente nas exportações da commodity. A moeda norte-americana caiu 1,24%, cotada a R$ 3,3017 na venda. "A ansiedade com relação a possibilidade ou não de elevação nos juros americanos aliado ao complexo movimento político vivido no Brasil tem deixado as cotações sob pressão e os níveis acima de algumas previsões", afirma Marcus Magalhães.
Em agosto, as exportações de café do Brasil voltaram a subir. Até o momento foram registradas 2,69 milhões de sacas de 60 kg de café no mês passado, um crescimento de 37% em relação ao mês de julho, quando o país exportou 1,96 milhões de sacas. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Para o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, a retomada do ritmo de exportações de café brasileiro em agosto já era esperada. "Após um período de entressafra, certamente teremos um crescimento gradativo e sustentável daqui para frente, uma vez que o café brasileiro, considerado como um dos mais qualificados e sustentáveis do mundo, continua com a demanda necessária e crescente", diz.
Depois de recuarem nos últimos dias, as cotações do arábica no terminal externo esboçarem reação técnica na sessão de ontem (14) com os operadores ainda bastante atentos às incertezas em relação à safra 2017/18 de café do Brasil e os estoques nos países importadores e exportadores do grão. "Os preços continuam a encontrar suporte no clima e nos estoques mais baixos [nos países exportadores]", disse o banco Société Générale na quarta para a Reuters.
"Embora os níveis de estoques nos países produtores estejam próximos das mínimas históricas, os níveis de estoques nos países consumidores estão altos o suficiente para suprimir os preços diante das perspectivas de produção aquém das expectativas", disse o analista do Société Générale, Rajesh Singla, ao site internacional Agrimoney.
Já o Rabobank, outro importante banco especializado em commodities, informou recentemente que os estoques de café "visíveis" – definidos como os da Europa, Japão e EUA, além de estoques não-agrícolas do Vietnã – "estão em níveis recordes".
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. Com retração vendedora, os preços do grão até esboçam reação, mas ainda nada que anime o produtor. "No lado interno, a paradeira é gigante. O setor produtivo continua arredio a conversas mercadologias deixando as praças de comercialização dentro de um grande vazio", afirma Marcus Magalhães.
"Nas últimas semanas, rumores de que a florada da próxima safra brasileira de arábica seja novamente prejudicada também sustentaram os preços atuais", informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP) ontem.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 0,92% e saca a R$ 550,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 583,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 0,96% e saca a R$ 525,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com R$ 502,50 a saca e avanço de 1,52%.
Na quarta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 499,14 e alta de 0,11%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta quinta-feira com leve queda. O contrato setembro/16 anotou US$ 1927,00 por tonelada com baixa de US$ 6, o novembro/16 teve US$ 1936,00 por tonelada com recuo de US$ 6 e o janeiro/17 anotou US$ 1955,00 por tonelada com desvalorização de US$ 5.
Na quarta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 428,65 com alta de 0,12%.
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