Café: Bolsa de NY avança cerca de 350 pts nesta 5ª com previsão de chuvas no cinturão produtivo até domingo

Publicado em 18/08/2016 18:07

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (18) com alta próxima de 350 pontos após registrarem curtas oscilações nos últimos dias. O mercado volta a se basear mais em aspectos fundamentais, com a previsão de chuvas em áreas do cinturão produtivo do Brasil até domingo, o que atrapalharia a finalização da colheita da safra 2016/17 e também, caso não tenham continuidade, podem comprometer o potencial produtivo da próxima temporada.

O contrato setembro/16 registrou 138,55 cents/lb com 350 pontos de alta, o dezembro/16 anotou 141,80 cents/lb com 370 pontos de valorização. Já o vencimento março/17 fechou o dia cotado a 144,55 cents/lb com 325 pontos positivos, enquanto o maio/17 teve 146,40 cents/lb com 320 pontos de avanço.

"Os futuros do café arábica tiveram impulso adicional com previsões de temperaturas mais baixas no fim de semana em partes do maior produtor do mundo, o Brasil, assim como chuvas em outras regiões, que serão monitorados devido à possibilidade de florada precoce, além de limitar a colheita em progresso", reportou a agência de notícias Reuters nesta quinta-feira.

Segundo relatos de produtores, algumas cidades já receberam baixos volumes de chuvas nos últimos dias. De acordo com mapas climáticos, a condição é motivada por uma frente fria que avança pelo Centro e Sul do país. Devem ocorrer precipitações sobre áreas produtoras do grão pelo menos até domingo. Os acumulados podem chegar a até 30 milímetros em São Paulo e Sul de Minas Gerais.

Especialistas alertam que chuvas neste momento podem até favorecer o aparecimento de floradas da próxima safra. No entanto, previsões mais estendidas mostram que essa condição não deve continuar e os produtores temem que as lavouras tenham abortamento, prejudicando o potencial produtivo dos cafezais brasileiros. Além disso, muitos cafeicultores estão fazendo a varrição dos cafés, aqueles grãos que ficaram no chão depois de finalizada a colheita. No Sul de Minas Gerais, por exemplo, mais da metade dos produtores realizam esse trabalho.

Para o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, as chuvas neste momento podem sim induzir floradas nos cafezais, no entanto, ela não deve ser a principal e não deve representar impactos significativos para a próxima temporada. "O problema da safra neste momento é a desfolha das plantas", pondera Matiello.

De acordo com estimativa da Safras & Mercado, a colheita brasileira estava em 86% até dia 16 de agosto. Com a previsão de produção  de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da Companhia nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 47,24 milhões de sacas até o dia 16. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.

» Café: Safras & Mercado estima colheita 2016/17 no Brasil em 86% até 16/08  

Já na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), a colheita atingiu 82,11% da área até dia 12 de agosto. O número representa um avanço de quase 7% de uma semana para a outra. Nesse mesmo período, no ano passado, 72,65% da área dos cooperados havia sido colhida.

Além das questões fundamentais, segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os investidores também buscaram na sessão desta quinta consolidar patamares ante os fechamentos negativos nos últimos dias. Ainda assim, para ele, o mercado não inspira segurança nas negociações. "Ao que parece, teremos até o final do mês, possibilidade de volatilidade e turbulência nos mercados já que inexistem variáveis novas no front", afirma.

Mercado interno

Nas praças de comercialização do Brasil os produtores seguem retraídos e esperam por melhores patamares. "No lado interno, temos a ansiedade climática roubando a cena. Tanto no arábica como no robusta as chuvas estão sendo esperadas para os próximos dias", afirma Marcus Magalhães.

"Produtores estão atentos ao clima, já que as altas temperaturas e a falta de chuvas nas regiões de robusta podem prejudicar as primeiras floradas verificadas no início deste mês. Quanto ao arábica, os preços caíram, influenciados por recuos externos. Nessa quarta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 468,42/saca de 60 kg, queda de 0,66% em relação à quarta anterior, 10", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e alta de 7,27%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 541,00 a saca e avanço de 1,88%. A maior oscilação no dia.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com avanço de 2,11% e saca a R$ 483,00.

Na quarta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 468,42 – estável.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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