Café: Bolsa de Nova York fecha com alta de mais de 400 pts nesta 5ª e vencimentos distantes se aproximam de US$ 1,60/lb

Publicado em 14/07/2016 17:49

As cotações futuras do café arábica fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva nesta quinta-feira (14) na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Os principais vencimentos tiveram ganhos de mais de 400 pontos e já avançam acima de US$ 1,50 por libra-peso, os lotes mais distantes estão próximos de US$ 1,60/lb. O mercado repercute as incertezas em relação à safra 2016/17 do Brasil, que segue com colheita avançada nas principais áreas produtoras, e o câmbio.

O vencimento julho/16 encerrou a sessão cotado a 150,30 cents/lb com 410 pontos de alta, o setembro/16 anotou 152,15 cents/lb com 450 pontos positivos. Já o contrato dezembro/16 registrou 155,10 cents/lb com 455 pontos de avanço, enquanto o março/17, mais distante, fechou a 157,75 cents/lb com 445 pontos de valorização.

A colheita avança nas principais regiões produtoras do Brasil, mas as incertezas em relação à qualidade dos grãos continuam no foco dos operadores. Nas últimas semanas, as chuvas prejudicaram bastante a maturação dos grãos e também contribuíram para a proliferação de fungos nos cafés já colhidos. Neste momento, segundo agências internacionais, a preocupação é com a possibilidade de geadas, que também afetam os grãos. No entanto, mapas climáticos mostram que os riscos para geadas no Paraná e Sul de Minas Gerais são mínimos nesta semana.

De acordo com levantamento divulgado ontem (13) pela Safras & Mercado, a colheita de café no Brasil estava em 58% até o dia 12 de julho. Considerando a produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg estimada pela consultoria, foram colhidas 31,95 milhões de sacas até o momento. Em relação ao ano passado, quando 56% da safra já estava colhida, os trabalhos estão ligeiramente adiantados.

"No arábica, segue a discussão em torno do percentual de queda e a perda de qualidade com a chuvas em junho. A ideia gira entre 20% a 30% da safra do Sul de Minas e Mogiana comprometida com o excesso de umidade", afirmou o analista de mercado Gil Barabach, da Safras & Mercado.

De acordo com o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, as dúvidas dos operadores não estão restritas à qualidade do café. Também há muitas incertezas em relação à oferta. "Os preços sugerem que a produção no Brasil e em todos os países produtores de arábica é menor do que a indústria está dizendo. Vários cafés de qualidade inferior estão sendo utilizados para substituir o robusta em misturas para o consumo interno e o real mais forte torna as exportações menos atraentes", explica.

O dólar comercial fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira repercutindo a eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados. A moeda norte-americana recuou 0,46%, cotada a R$ 3,2595 na venda. O dólar mais baixo em relação ao real desencoraja as exportações da commodity, por outro lado, faz com que os preços externos esbocem reação.

De acordo com dados reportados na quarta-feira pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), foram exportadas em junho mais de 2,3 milhões de sacas de café, responsáveis por uma receita de mais de US$ 350 milhões. No ano safra 2015/16, o país embarcou mais de 35 milhões de sacas de café, ao preço médio de US$ 151,26, gerando US$ 5,3 bilhões em receita.

Mercado interno

A colheita avança nas principais áreas produtoras do Brasil, mas os negócios seguem lentos no mercado interno. Os cafeicultores aguardam melhores patamares e preferem dedicar maior atenção à colheita. "O clima continua a ajudar os trabalhos do arábica e, na via inversa,  a preocupar o conilon. O estresse no negócio café ainda é elevado e sem uma perspectiva de mudança", afirmou ontem em seu site o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 585,00 a saca e alta de 0,86%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com valorização de 3,57% e saca cotada a R$ 580,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 583,00 a saca e avanço de 0,87%. A maior variação dentre as localidades no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 0,96%.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 550,00 a saca e alta de 0,92%. A maior variação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,94% e saca a R$ 525,00.

Na quarta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 507,58 com alta de 0,38%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta quinta-feira também em alta. O contrato julho/16 anotou US$ 1810,00 por tonelada – estável, o setembro/16 teve US$ 1840,00 por tonelada com alta de US$ 24 e o novembro/16 anotou US$ 1859,00 por tonelada com valorização de US$ 25.

Na quarta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 408,68 com alta de 0,16%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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