Café: Cotações do arábica em NY fecham com leve queda nesta 3ª, mas permanecem próximas de US$ 1,45/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam o pregão desta terça-feira (5) com baixa de pouco menos de 100 pontos refletindo a aversão ao risco nos mercados globais, que impactou praticamente todas as commodities, e o câmbio, uma vez que todos os fatores fundamentais no mercado indicam tendência de alta para os preços externos neste momento.
O vencimento julho/16 anotou 144,20 cents/lb com 65 pontos de queda, o setembro/16 teve 145,55 cents/lb com 85 pontos de desvalorização. Já o contrato dezembro/16 registrou 148,40 cents/lb com 75 pontos de baixa, enquanto o março/17 fechou o pregão cotado a 151,00 cents/lb com 65 pontos de recuo.
"As bolsas para o café operaram em leve baixa acompanhando cenário financeiro global e a alta do dólar", afirma o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Com a aversão ao risco nos mercados externos, os fundos acabam liquidando suas posições, o que ajuda a pressionar ainda mais os preços.
O dólar comercial fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo nesta terça-feira repercutindo a maior aversão ao risco nos mercados e a volta das intervenções do Banco Central . A moeda estrangeira teve alta de 1,10%, cotada a R$ 3,301 na venda. O dólar mais alto em relação ao real encoraja as exportações da commodity e os preços externos tendem a recuar.
"A semana efetivamente começa hoje e o ambiente é negativo para o real. A preocupação com (a saída britânica da UE) voltou e a atuação do BC não dá espaço para o dólar cair mais", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa em entrevista à Reuters.
Um exemplo de que o câmbio impacta diretamente as exportações é que em junho (22 dias úteis), os embarques do grão atingiram 2,06 milhões de sacas, com receita de US$ 303,3 milhões. No mesmo período, o dólar comercial recuou em junho mais de 10%. Esses números, em volume embarcado pelo país e a receita, são menores que os registrados no mesmo período do ano passado e em maio desse ano.
Além do financeiro, o mercado também realiza ajustes técnicos após se aproximar do patamar de US$ 1,50/lb nos últimos dias. Na semana passada, repercutindo a qualidade das primeiras amostras da safra 2016/17 que chegaram ao mercado, as cotações do arábica na ICE tiveram alta de cerca de 7%.
A colheita da safra 2016/17 do Brasil avança com o tempo mais seco nas principais origens produtoras. Segundo a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a colheita de seus cooperados atingiu 34,5% até dia 1° de julho. Nesse mesmo período, em 2015, 21,9% das lavouras tinham os trabalhos concluídos.
» Colheita de café dos cooperados da Cooxupé ultrapassa um terço da área
Mercado interno
No mercado interno, ainda são registrados negócios isolados. O produtor segue atento à colheita da safra 2016/17 e aguarda melhores patamares. Segundo analistas, os cafés finos são os que registram maior procura neste momento.
O tipo cereja descascado fechou hoje com maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 572,00 a saca e alta de 0,70%. A maior variação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 570,00 a saca e avanço de 0,71%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com 2,21% de alta e R$ 508,00 a saca.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca e alta de 1,92%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,07% e saca a R$ 494,00.
Na segunda-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,05 com queda de 0,04%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta terça-feira praticamente estável. O contrato julho/16 anotou US$ 1763,00 por tonelada – estável, o setembro/16 teve US$ 1760,00 por tonelada com recuo de US$ 8 e o novembro/16 anotou US$ 1774,00 por tonelada com desvalorização de US$ 7.
Na segunda-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 399,69 com alta de 0,04%.
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