Café: Após nove altas consecutivas, Bolsa de Nova York tem queda próxima de 100 pts nesta 3ª feira
Após nove sessões consecutivas de alta, os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (17) do lado vermelho da tabela. Ainda assim, os preços continuam acima de US$ 1,30 por libra-peso, importante patamar para o mercado. Após repercutir aspectos fundamentais e técnicos, chegando a operar dos dois lados da tabela, os preços externos acabaram realizando ajustes no fim do dia.
O contrato maio/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 131,85 cents/lb com 85 pontos de queda, o julho/16 teve 132,70 cents/lb com baixa de 90 pontos. Já o vencimento setembro/16 teve 134,60 cents/lb com 80 pontos negativos e o dezembro/16 registrou 137,20 cents/lb com 75 pontos de valorização.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a baixa nas cotações do arábica nesta terça representa um processo de acomodação especulativa ante as boas volatilidades presenciadas. "Para amanhã, no café, deveremos ter o velho ditado saindo prevalecido, ou seja, mais do mesmo", afirma.
Fundamentalmente, ainda acabam dando certo suporte às cotações as incertezas em relação ao desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado. Os operadores acreditam que mesmo com uma colheita ao redor de 50 milhões de sacas neste ano – média das projeções das principais entidades para o Brasil –, o país teria dificuldades no abastecimento global e até com demanda interna. Os estoques de café de safras passadas são praticamente inexistentes.
Segundo levantamento da Safras & Mercado, reportado pela Reuters na última sexta-feira (13), a colheita da safra 2016/17 no país já atingiu 7% da área total, cerca de 4,22 milhões de sacas de 60 kg. A consultoria projeta a produção do país em 56,4 milhões de sacas.
O câmbio também contribuiu para ganhos ao longo do dia no mercado do arábica. O dólar comercial encerrou em queda nesta terça-feira recebendo bem a indicação de Ilan Goldfajn para presidir o Banco Central e acompanhando outros mercados. A moeda estrangeira mais baixa que o real acaba desencorajando as exportações da commodity e os preços tendem a subir. O dólar recuou 0,36%, cotado a R$ 3,4915 na venda.
"Tecnicamente o contrato "C" precisa segurar acima de US$ 126,60 para não perder o momentum, caso contrário vai voltar a testar os US$ 120,00 centavos. A primeira resistência está em US$ 131,20, seguida por US$ 134,90 e finalmente a alta do dia 23 de março, US$ 138,20", explicou em seu relatório semanal o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
Mercado interno
O mercado físico brasileiro segue com negócios isolados nas principais praças de comercialização. O produtor está mais atento aos trabalhos no campo e não oferta sua pouca produção que resta pelos patamares vigentes. "O setor produtivo continua focado nos trabalhos de colheita deixando as questões mercadológicas relegadas ao segundo plano", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 545,00 a saca e queda de 0,91%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 3,13% e saca a R$ 527,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 535,00 a saca e recuo de 0,93%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,28% e saca a R$ 494,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu nas cidades de Espírito Santo do Pinhal e Franca com queda de 2,04% e saca a R$ 480,00 e .
Na segunda-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 475,14 com alta de 1,45%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou do lado azul da tabela nesta terça-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1670,00 por tonelada e alta de US$ 12, o julho/16 teve US$ 1696,00 por tonelada e avanço de US$ 10, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1710,00 por tonelada e valorização de US$ 12.
Na segunda-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,71 com alta de 0,17%.
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