Café: Lavouras da safra 2016/17 tem perdas de até 30% no Cerrado Mineiro
O cenário para o cafeicultor do Cerrado Mineiro na safra 2016/17 não é tão otimista, como no Sul do estado, por exemplo, – que deve ter produção mais regular neste ano –. O clima adverso no fim de 2015 e início desse ano prejudicou o desenvolvimento dos chumbinhos e a quebra em lavouras da região pode chegar a 30%.
As fazendas do cafeicultor, Vanderlei Silvoni, em Coromandel (MG) e Guimarânea (MG), chegaram a produzir 90 sacas por hectare em 2014. No entanto, nesta temporada, que começa ser colhida nos próximos dias, a produtividade média não deve passar de 60 sacas por hectare. "Realizamos a adubação correta nos cafezais, mas não tem como a planta produzir sem água, porque elas não absorvem os nutrientes necessários. Tivemos um clima seco demais em janeiro", afirma Silvoni.
Segundo ele, a florada em setembro do ano passado na região foi bonita e animou os produtores. No entanto, no final de 2015 e começo desse ano, a região voltou a receber menos chuvas – Coromandel (MG) ficou quase 30 dias sem precipitações em janeiro – e registrar altas temperaturas fazendo com que muitos chumbinhos caíssem dos cafezais. "Estimo que vou ter quebra de até 30% em cada uma das minhas lavouras em relação ao ano passado. E esse problema é generalizado", pondera o cafeicultor. Para Silvoni, nem mesmo a expectativa de melhor granação nesta safra pode compensar a queda na produção.
O Cerrado Mineiro é atualmente responsável por 12,7% da produção de café no país e 25,4% em Minas Gerais. A região se destaca pela produção de café com qualidade diferenciada, registrando uma área de 102 mil hectares de café certificado.
Em outras áreas do Cerrado, principalmente, na região de Araguari (MG), as lavouras receberam chuvas mais regulares. Cafeicultores locais, inclusive, estimam que a colheita seja antecipada em até um mês nesta temporada e será maior que a do ano passado.
"Na safra passada tivemos problemas de enchimento e perda de qualidade dos grãos. Neste ano, o clima está ajudando e estamos conseguindo realizar os tratos culturais necessários para o bom desenvolvimento das plantas. Acredito em uma estabilização da produção nas próximas safras", explicou ao Notícias Agrícolas no início do ano o produtor de café, Sérgio Bronzi.
Apesar do cenário não ser tão otimista para alguns produtores de café do Cerrado Mineiro nesta safra, Vanderlei Silvoni, acredita em boa colheita no próximo ano. "As lavouras já mostram sinais de recuperação para a safra 2017/18, com o clima melhor nos últimos meses. Inclusive, não devo nem realizar poda completa nos cafezais", explica.
Pensando em otimizar os trabalhos no campo na próxima safra e garantir maior produtividade, Silvoni deve usar seu café como moeda de troca – Operação barter – para comprar novos produtos e máquinas para suas lavouras na 1ª Femagri – Feira de Máquinas e Implementos Agrícolas, da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé), entre os dias 6 e 7 de abril, no município de Coromandel (MG). O evento deve receber cerca de 3 mil cafeicultores, com expectativa de movimentar R$ 24 milhões em negócios. "Mesmo o preço do café tendo recuado nos últimos dias, a possibilidade de fazer essas compras em café é uma excelente oportunidade para o produtor", afirma Silvoni.
"A feira pretende trazer comodidade para o produtor do Cerrado, oferecendo as mesmas condições e facilidades de investimento aplicadas durante a FEMAGRI. O cooperado poderá utilizar seu café como moeda de troca parcelando em até três safras (2016, 17 e 18). O momento é de preparação para a colheita", aponta o Superintendente de Desenvolvimento do Cooperado da Cooxupé, José Eduardo Santos Júnior.
Serviço:
1ª Feira de Máquinas e Implementos Agrícolas do Cerrado
Data: 6 e 7 de abril de 2016, das 08h às 18h
Abertura Feira: 10 horas do dia 6 de abril
Cidade: Coromandel/MG
Endereço: Rua João Vieira, 226 A | Sagrada Família
0 comentário
Café em alta: novo recorde em exportação sinaliza que mundo abraça cada vez mais os grãos de Minas
Futuros do arábica batem novo recorde contratual e mercado interno tem cotações acima de R$ 2 mil
Apesar de exportação recorde em outubro, Brasil acumula 1,7 mi de sacas de café paradas nos portos, sem embarque, em 2024
Exportações de café não torrado faturam US$ 1,042 bilhão nos quatorze dias úteis de novembro 2024
Hedgepoint: Futuros do arábica atingem novo recorde em meio a incertezas na oferta
Preço do café arábica atinge máxima histórica na ICE com aperto na oferta