Café: Acompanhando petróleo e dólar, Bolsa de Nova York cai mais de 400 pts nesta 2ª feira e derruba preços no Brasil
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (4) com queda de mais de 400 pontos. Com isso, os principais vencimentos estão abaixo de US$ 1,25 por libra-peso. O maio/16, inclusive, já se aproxima do patamar de US$ 1,20/lb. As cotações sentem a pressão do câmbio – que impacta diretamente as exportações –, indicadores técnicos e a atuação dos fundos de investimento no mercado.
Os lotes com vencimento para maio/16 encerraram a sessão de hoje cotados a 122,80 cents/lb com baixa de 445 pontos, o julho/16 teve 124,95 cents/lb com queda de 440 pontos. Já o contrato setembro/16 anotou 126,75 cents/lb com 430 pontos de baixa, enquanto o dezembro/16 fechou o dia a 128,70 cents/lb com 410 pontos negativos.
"O fechamento da semana [passada] dá esperança aos baixistas e aos altistas. O rompimento do nível de 122,30 cents/lb pode acelerar a queda e, dada a posição comprada dos especuladores, atrair uma liquidação que pressione os preços para próximo das mínimas anteriores. Já na parte de cima do gráfico precisamos ver o maio buscar o patamar de US$ 130,00 cents/lb para aí sim tentar buscar novas máximas", explica o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa.
Nesta segunda-feira, o dólar voltou a subir, após fechar o mês de março com queda de mais de 10%. A divisa americana registrou R$ 3,6138 na venda com alta de 1,43% com investidores preferindo estratégias mais defensivas em meio ao noticiário político intenso no Brasil e à atuação do Banco Central, informou a Reuters. O dólar mais valorizado em relação ao real acaba desencorajando as exportações da commodity. Já o petróleo registrou em Nova York com US$ 35 o barril. Com o ativo perdendo força, as commodities agrícolas também tendem a perder força.
De acordo com o balanço divulgado na sexta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de café em março (22 dias úteis) totalizaram 2,77 milhões de sacas de 60 kg, com receita de R$ 405,9 milhões. O volume representa uma alta de quase 4% em relação a fevereiro (19 dias úteis).
No lado mais técnico, o relatório da Commodity Futures Trading Comission (CFTC) mostrou que até o dia 29 de março os fundos ficaram com suas posições líquidas compradas praticamente inalteradas. Saíram de saldo líquido comprado de 19.523 lotes para 19.068 lotes, considerando futuros e opções.
As informações sobre o desenvolvimento da safra nas principais origens produtoras não têm exercido há alguns dias pressão ou suporte ao sobre mercado. No Brasil, o clima continua beneficiando os cafezais e a possibilidade de colheita antecipada continua. Na Colômbia, as chuvas começaram a voltar no Centro e Sul do país e precisam continuar para não prejudicar a safra-principal.
Enquanto isso, no Vietnã, os comentários de perdas ganham cada vez mais força. Entretanto, "o período de chuvas de normalmente é iniciado no fim de "abril", segundo Rodrigo Costa.
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização do Brasil iniciaram a semana limitados. Os preços nesta segunda-feira recuaram na maioria das localidades verificadas pelo Notícias Agrícolas. No acumulado da semana passada, as cotações do café arábica recuaram até R$ 30 a saca no mercado interno. "O fluxo de negócios nas origens foi mais calmo com os terminais mais erráticos e os diferenciais pouco se moveram, muito embora alguns agentes apontaram um leve barateamento nas ofertas – que continuam não encontrando demanda", disse o diretor de commodities do Banco Société Générale.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Poços de Caldas (MG) com R$ 517,00 a saca e queda de 1,34%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 539,00 a saca e baixa de 0,92%. A maior oscilação dentre as praças hoje foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda 1,61% e R$ 489,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 505,00 a saca e queda de 0,98%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com R$ 475,00 a saca e queda de 2,06%.
Na sexta-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 485,07 com queda de 0,43%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta segunda-feira, acompanhando Nova York. O contrato maio/16 registrou US$ 1477,00 por tonelada com queda de US$ 8, o julho/16 teve US$ 1510,00 por tonelada e recuo de US$ 9, enquanto o julho/16 anotou US$ 1529,00 por tonelada e desvalorização de US$ 9.
Na quarta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 374,44 com baixa de 0,18%.
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![Café: Pressionado pela oferta, Nova York e Londres recuam mais de 2%](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/e7f3aa0684c6f78fb55168253a7a40b1.jpeg)
Café: Pressionado pela oferta, Nova York e Londres recuam mais de 2%
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Café: Com safra de Brasil andando bem, preços voltam a recuar
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Café: Mercado tem ajustes negativos, mas preocupação com oferta pode limitar baixas