Café: Com incertezas na oferta global, NY sobe mais de 300 pts nesta 3ª; Londres tem ganhos de mais de US$ 30/t
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (22) com alta de mais de 300 pontos nos principais vencimentos. Com isso, os vencimentos se recuperaram de todas as perdas da sessão anterior e já se aproximam do patamar de US$ 1,35 por libra-peso. O mercado repercute o câmbio, indicadores técnicos e, principalmente, os temores em relação à oferta global nesta temporada.
O contrato março/16 fechou a sessão de hoje cotado a 133,85 cents/lb com alta de 185 pontos, o maio/16 teve 134,65 cents/lb com ganhos de 310 pontos. Já o vencimento julho/16 anotou 136,50 cents/lb com avanço de 315 pontos, enquanto o setembro/16 tinha 138,15 cents/lb com 320 pontos positivos.
"As cotações nas Bolsas de Nova York e Londres voltaram a apresentar bons desempenhos já que o quadro fundamental dá o devido suporte e as cotações do dólar no Brasil, maior origem produtora, continuam a operar em queda", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Nesta terça-feira (22), o dólar comercial teve queda de 0,26%, cotado a R$ 3,6008 na venda, após o Banco Central vender apenas parcialmente a oferta de swaps cambiais reversos. Só neste mês de março, a divisa americana acumula ganhos de mais de 10%. Com o dólar mais valorizado ante o real, as exportações da commodity costumam perder forças.
Segundo comerciantes internacionais, os preços do café arábica podem subir ainda mais em meio ao crescente temor de que a oferta global continuará encolhendo devido aos prejuízos causados pelo El Niño nas safras da Colômbia e de alguns países do Sudeste Asiático.
"A oferta global é muito restrita e frágil", disse à Bloomberg o diretor-gerente da Coex, Ernesto Alvarez.
Mesmo com a safra 2016/17 de café do Brasil mais alta em relação aos anos anteriores, tradings estimam que a demanda global possa ultrapassar a produção em até quatro milhões de sacas nesta temporada. Além disso, os estoques de café do País são os mais baixos da história e não conseguem suprir essa demanda. Estimativas privadas e estrangeiras apontam a produção brasileira nesta temporada em cerca de 50 milhões de sacas.
Só na Colômbia, importante país produtor de café, a colheita pode cair 1,2 milhão de sacas neste ano e fechar em 13 milhões de sacas, segundo reportou a FNC (Federação Nacional de Cafeicultores). Enquanto isso, no Brasil, as chuvas continuam beneficiando o desenvolvimento das lavouras de arábica e os únicos relatos de problemas têm sido de doenças como a ferrugem, mas pontuais.
Mercado interno
Segundo Marcus Magalhães, os negócios são isolados nas praças de comercialização do Brasil. O produtor até voltou ao mercado na semana passada com a valorização nas cotações, puxadas pelos ganhos expressivos no terminal externo. No entanto, eles preferem aguardar o início da colheita para voltar aos negócios.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé(MG) com R$ 568,00 a saca e alta de 1,79%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 568,00 a saca e avanço de 1,79%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG), que teve queda de 1,83% e saca cotada a R$ 535,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 530,00 a saca e queda de 1,85%. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 1,96% e saca cotada a R$ 520,00 e em Araguari (MG) com baixa de 1,96% e saca a R$ 500,00.
Na segunda-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 499,54 com recuo de 1,59%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam forte alta nesta terça-feira, seguindo Nova York. O contrato março/16 registrou US$ 1490,00 por tonelada com alta de U$ 52, o maio/16 teve US$ 1508,00 por tonelada e avanço de US$ 35, enquanto o julho/16 anotou US$ 1536,00 por tonelada e valorização de US$ 35.
Na segunda-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 361,37 com queda de 0,54%.
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