Café: Com queda do dólar em mais de 1%, Bolsa de NY volta ao campo positivo nesta 4ª feira
Após cair por seis sessões consecutivas, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram ao campo positivo nesta quarta-feira (2). No entanto, os ganhos ainda seguem limitados em um mercado que continua sem novidades fundamentais e com os preços oscilando conforme o comportamento do dólar, indicadores técnicos e o ambiente externo.
O vencimento março/16 fechou a sessão de hoje cotado a 113,35 cents/lb com alta de 85 pontos, o maio/16 teve 115,55 cents/lb e 80 pontos positivos. Já o contrato julho/16 registrou 117,40 cents/lb e o setembro/16 registrou 119,15 cents/lb, ambos com valorização de 70 pontos.
De acordo com o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o mercado do café opera lateralizado e sem indicar tendência. "A letargia presenciada [nas bolsas] não se alinha a forte queda do dólar no Brasil, muito menos, ao quadro fundamental", afirma.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira na menor cotação desde 2016. Com isso, as cotações do arábica acabaram ganhando certo suporte uma vez que a moeda estrangeira mais baixa que o real desencoraja as exportações. A moeda norte-americana caiu 1,35%, cotada a R$ 3,8877 na venda, ainda repercutindo os estímulos econômicos na China e a cena política no Brasil.
Segundo analistas de mercado, as commodities agrícolas, de um modo geral, estão sendo influenciadas pelo cenário macroeconômico, por isso elas têm caminhado de lado nas últimas semanas. Os investidores estão preferindo ativos mais seguros uma vez que a aversão ao risco nos mercados globais continua alta.
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No caso do café, também acaba pesando sobre os preços o fato de que as lavouras do Brasil da safra 2016/17 têm apresentado bom desenvolvimento, diminuindo os temores de desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as lavouras de arábica têm se desenvolvido melhor que na safra passada e, em algumas regiões, a maturação está adiantada. Com isso, os produtores de algumas importantes regiões podem iniciar a colheita já em meados de maio, antecipando a oferta de cafés da nova temporada ainda para o final do primeiro semestre.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil os negócios com café seguem lentos. "O setor produtivo não vem ao mercado ofertando suas colheitas nas mínimas oferecidas deixando assim, boa parte do negócio café dentro de um grande vazio", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,73% e saca cotada a R$ 512,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 532,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 0,97% e saca valendo R$ 520,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca e avanço de 0,98%. A maior oscilação no dia foi em Espírito Santo do Pinhal (SP) com baixa de 2,% e R$ 490,00 a saca.
Na terça-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 477,33 com queda de 0,68%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta quarta-feira, mas do lado azul da tabela. O contrato março/16 registrou US$ 1355,00 por tonelada e alta de US$ 13, o maio/16 teve US$ 1383,00 por tonelada e avanço de US$ 6, enquanto o julho/16 anotou US$ 1410,00 por tonelada e valorização de US$ 4.
Na terça-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 372,45 com queda de 0,38%.
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