Café: Em ajustes, Bolsa de Nova York perde parte dos ganhos das últimas quatro sessões nesta 6ª feira

Publicado em 05/02/2016 08:27

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuam nesta sexta-feira (5) em ajustes, após avançarem por quatro sessões consecutivas acompanhando a forte queda do dólar e informações um pouco menos otimistas em relação a próxima safra do Brasil e da Colômbia.

A moeda estrangeira voltou a subir ante o real hoje, o que acaba pressionando os preços do café. O dólar mais valorizado ante a moeda brasileira acaba dando maior competitividade às exportações da commodity. O mercado repercute a queda nos números de desemprego dos Estados Unidos. Às 12h50, a moeda norte-americana subia 0,14%, vendida a R$ 3,8996.

Por volta das 13h17, o vencimento março/16 tinha 121,90 cents/lb com queda de 130 pontos, o maio/16 registrava 123,90 cents/lb com recuo de 125 pontos. Já o contrato julho/16 tinha 125,80 cents/lb com baixa de 110 pontos, enquanto o setembro/16 operava com 127,55 cents/lb e desvalorização de 85 pontos.

No cinturão produtivo do Brasil os negócios com café seguem lentos com os estoques limitados e a oferta de cafés de qualidade superior, restrita. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as cotações da variedade arábica devem permanecer firmes até pelo menos o início da colheita.

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Veja como fechou on mercado na quinta-feira:

Café: Bolsa de NY avança pela quarta sessão consecutiva nesta 5ª e março/16 fecha acima de US$ 1,23/lb

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva nesta quinta-feira (4). As cotações avançaram com recompras de fundos sendo registradas e o mercado acompanhando o recuo do dólar ante o real – o que acaba desencorajando as exportações da commodity –. Informações menos otimistas em relação à safra 2016/17 do Brasil e da Colômbia também começam a dar suporte aos preços.

O contrato março/16 encerrou a sessão cotado a 123,20 cents/lb e o maio/16 registrou 125,15 cents/lb, ambos com alta de 165 pontos. O vencimento julho/16 fechou a sessão cotado a 126,90 cents/lb com avanço de 170 pontos, já o setembro/16 anotou 128,40 cents/lb com 165 pontos positivos.

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, apesar dos preços avançarem nesta quinta-feira com a fraqueza do dólar, eles não devem testar patamares muito mais altos. "O mercado está em um processo de acomodação ante as recentes baixas, não se pode falar em consolidação. Analisando apenas a parte técnica, caso seja registrado o rompimento da linha de 123,00 cents/lb pode ser que ainda aconteça alguma correção e as cotações busquem os 126,00 cents/lb", explica

Vale lembrar que segunda-feira o analista de mercado João Santaella informou que as cotações do arábica na ICE poderiam avançar acima US$ 1,23/lb, patamar superado hoje.

Nesta quinta-feira, o dólar teve mais um dia de  queda ante o real com investidores apostando que o Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, não aumente tão cedo os juros do país. A moeda estrangeira menos valorizada ante o real acaba desencorajando as exportações da commodity, que já foram mais baixas no mês passado. O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 3,8941 na venda com baixa de 0,61%.

» Dólar cai 0,61% e fecha abaixo de R$ 3,90, de olho em Fed

Segundo o analista de mercado do banco Société Générale, Rodrigo Costa, além das questões técnicas, os operadores também já começam a repercutir informações sobre a produção das principais origens produtoras. "Os futuros estão repercutindo mais o câmbio, mas percebe-se que o mercado já começa a precificar a queda nos estoques de passagem do Brasil e revisões na safra 2016/17, principalmente, da Colômbia, que deve ter perdas de mais de 1 milhão de sacas nesta temporada", afirma.

Ainda de acordo com Costa, o câmbio deve ser decisivo para o mercado nos próximos dias. "Caso o dólar continue se desvalorizando ante a moeda brasileira, podemos ter cotações do café voltando ao patamar do final do ano, em cerca de US$ 1,30/lb", explica o analista.

Nesta semana, as áreas produtoras de café do Brasil têm enfrentado altas temperaturas e baixo volume de chuvas. Segundo mapas climáticos da Somar Meteorologia, a tendência para os próximos 10 dias é de que o tempo no cinturão produtivo continue quente, mas com pancadas de chuva. Somente no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e sul da Bahia, o tempo permanecerá seco.

Mercado interno

Os preços no mercado físico brasileiro têm registrado alta nos últimos dias com os estoques limitados e a oferta de cafés de qualidade superior, restrita. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as cotações da variedade arábica devem permanecer firmes até pelo menos o início da colheita.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 570,00 e alta de 1,24%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com avanço de 3,64% e saca cotada a R$ 570,00.

O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 572,00 a saca e avanço de 1,24%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,00% e R$ 491,00 a saca.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças aconteceu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 1,43% e saca cotada a R$ 484,00.

Na quarta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 496,98 com queda de 0,43%.

Bolsa de Londres

Acompanhando Nova York, as cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, avançaram bem nesta quinta-feira. O contrato março/16 registrou US$ 1437,00 por tonelada com alta de US$ 35, o maio/16 teve US$ 1465,00 por tonelada com avanço de US$ 34. O vencimento julho/16 anotou US$ 1491,00 por tonelada com valorização de US$ 33.

Na quarta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 395,58 com recuo de 0,42%.

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Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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