Café: Bolsa de Nova York esboça recuperação nesta 5ª feira, após tocar mínimas de dois anos na sessão anterior
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta manhã de quinta-feira (21) em ajustes, após recuar mais de 400 pontos na sessão anterior. O vencimento março/16, mais próximo, chegou a operar ontem no patamar mais baixo em dois anos.
O mercado acompanhou o mau humor no cenário macroeconômico e as incertezas no Brasil – o que impactou o câmbio –, além da divulgação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2016/17 do Brasil. A Instituição estima produção de até 51,94 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, podendo ser um recorde na história do País.
Por volta das 08h07, o vencimento março/16 tinha 112,20 cents/lb, o maio/16 registrava 114,50 cents/lb. Já o contrato julho/16 operava com 116,60 cents/lb, enquanto o setembro/16 anotava 118,55 cents/lb, todos com desvalorização de 60 pontos.
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Veja como fechou o mercado na quarta-feira:
Café: Bolsa de Nova York despenca 400 pts nesta 4ª feira e março/16 toca mínimas de dois anos
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda acima de 400 pontos nesta quarta-feira (20). O mercado repercutiu na sessão de hoje o mau humor no cenário macroeconômico e, em menor intensidade, a divulgação da Conab para a produção do Brasil na safra 2016/17, que pode ser a segunda maior da história para o País.
Com isso, o vencimento março/16 fechou o pregão cotado a 111,60 cents/lb com queda de 405 pontos, após tocar mínimas de dois anos (111,05 cents/lb). O maio/16 registrou 113,90 cents/lb com recuo de 400 pontos. Já o contrato julho/16 teve 116,00 cents/lb e 395 pontos de baixa e o setembro/16 anotou 117,95 cents/lb com desvalorização de 390 pontos.
Após registrar leve alta na véspera, o dólar comercial disparou na tarde desta quarta-feira, chegando ao maior patamar desde setembro, repercutindo o mau humor nos mercados externos, conforme os preços do petróleo desabavam, além da apreensão com as perspectivas econômicas do Brasil.
"O dia foi complicado para o mercado financeiro como um todo e isso deixou todos os perplexos", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Diante dessas incertezas, os investidores procuram ativos mais seguros, como o dólar, e deixam as commodities, por exemplo. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 4,1050 na venda com avanço de 1,24%. O dólar mais valorizado ante a moeda brasileira também dá maior competitividade às exportações.
» Dólar sobe a R$ 4,1050, maior patamar desde setembro, por mau humor externo e local
O índice Thomson Reuters CoreCommodity Index caiu 2,8% nesta quarta-feira, menor nível desde março de 2002, conforme os preços do petróleo nos Estados Unidos caíam abaixo de US$ 27/barril pela primeira vez desde 2003, levando a uma queda nos mercados financeiros mundiais. O índice da agência acompanha 19 mercados.
Outra divulgação que também movimentou o mercado hoje, em menor intensidade, foi a primeira estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2016/17 do Brasil. A instituição acredita que a produção do País nesta temporada fique entre 49,13 e 51,94 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado. Se considerada a média de produção (50,5 milhões de sacas), esta pode ser a segunda maior safra da história, ficando atrás apenas de 2012, que foi de 50,8 milhões de sacas.
"Apesar da estimativa da Conab apontar para uma alta na safra do Brasil, isso não é muito café [levando em conta o consumo interno e o volume que o País exporta]. As chuvas que caem no cinturão produtivo, ao que parece, já foram precificadas pelo mercado", afirma Marcus Magalhães.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as chuvas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de arábica em Minas Gerais e São Paulo. Já no Paraná, os produtores têm relatado problemas com os tratos os culturais por conta das fortes precipitações. Para o robusta, a situação melhorou um pouco nos últimos dias, com chuvas neste final de semana no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade no Brasil.
Mercado interno
Os negócios com café continuam lentos nas praças de comercialização do Brasil. No entanto, o câmbio tem limitado quedas mais expressivas nas cotações. "Os preços internos se mantém firmes em reais graças à alta do dólar. Os vendedores seguem recuados e a ansiedade é elevada", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 546,00 e queda de 1,09%. A maior oscilação no dia foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP) com baixa de 1,85% e saca a R$ 530,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 548,00 a saca e queda de 1,08%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 505,00 a saca e queda de 0,98%. A maior oscilação no dia foi registrada em Patrocínio (MG) com baixa de 3,03% e saca cotada a R$ 480,00.
Na terça-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 483,69 com alta de 0,38%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, renovaram mínimas de cinco anos e meio nesta quarta-feira, com expectativas de ampla oferta do maior produtor da variedade, o Vietnã, e pela fraqueza generalizada das commodities.
O contrato março/16 registrou US$ 1368,00 por tonelada com baixa de US$ 44, o maio/16 teve US$ 1399,00 por tonelada com recuo de US$ 44 e o vencimento julho/16 anotou US$ 1433,00 por tonelada com desvalorização de US$ 38.
Na terça-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 387,04 com avanço de 0,54%.
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