Café: Acompanhando forte valorização de NY nos últimos dias, produtores brasileiros voltam a atuar no mercado
Com sinais de oferta apertada no próximo ano, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) têm registrado boas altas nos últimos dias, puxando os preços no mercado físico brasileiro e fazendo os produtores voltar aos negócios. Em Varginha (MG), no Sul de Minas, a saca do tipo 6 duro chegou a ser negociada a R$ 515,00 nesta quinta-feira (26). Já o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve valorização de 0,32% ontem com a saca cotada a R$ 475,54. Maior patamar em mais de um mês.
"Com a alta nas cotações em Nova York, os preços do café no mercado interno também foram puxados. Com isso, os comerciantes voltaram a atuar mais no mercado", explica o analista do Cepea, Renato Garcia Ribeiro.
Em divulgação recente, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a safra brasileira 2015/16 de café (arábica e robusta) em 49,4 milhões de sacas de 60 kg e ainda apontou diminuição nos estoques. O volume representa uma redução de 9% em relação à temporada anterior. No cenário global, o Rabobank, inclusive, estima déficit de 2,7 milhões de 60 kg na produção mundial de café em 15/16, citando os efeitos do El Niño nas principais origens produtoras.
Diante dessas informações no mercado, as cotações futuras do arábica no terminal externo avançaram 6,22% nos últimos 10 dias, saindo de 118,20 cents/lb na segunda-feira passada e fechando a 125,55 cents/lb ontem. A queda do dólar ante o real no período também acabou contribuindo para a valorização.
Com relação à safra 2016/17, a expectativa entre os cafeicultores é melhor. As lavouras continuam recebendo boas precipitações. No entanto, ainda é cedo para saber se o País reverterá a sequência de quatro quebras seguidas na produção de café. "As regiões produtoras têm recebido chuvas, porém, ainda assim o mercado tem subido. Os agentes sabem que os estoques estão baixos e ainda é cedo para saber a produção da próxima safra", afirma Ribeiro.
A Bolsa de Nova York não funcionou nesta quinta-feira (26) por conta do feriado do Dia de Ação de Graças e amanhã trabalhará em horário reduzido, até às 16h (horário de Brasília). No entanto, mesmo sem a principal referência de mercado, as praças de comercialização no Brasil tiveram dia normal.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 552,00 - estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) onde a saca subiu 3,85%, a R$ 540,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 557,00 a saca - estável. A variação mais expressiva no dia foi registrada em Varginha (MG) com alta de 2,97% e R$ 520,00 a saca.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca e valorização de 3,00%. Foi a maior valorização no dia dentre as praças.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quinta-feira. O contrato novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1498,00 por tonelada com baixa de US$ 1, o janeiro/16 teve US$ 1518,00 por tonelada com queda de US$ 14 e o março/16 registrou US$ 1550,00 por tonelada com desvalorização de US$ 12.
No Brasil, as cotações internas do robusta seguem em patamares recordes nominais, mas o ritmo de alta perdeu fôlego. O estado do Espírito Santo, maior produtor da variedade, enfrenta grave seca e a irrigação dos cafés chegou a ser proibida em algumas cidades. Na quarta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 376,26 com avanço de 0,45%.
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