Café: Clima no Brasil continua dando suporte às cotações do arábica em Nova York
Após registrar ganhos moderados durante todo o pregão desta quarta-feira (14), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam praticamente estáveis, mas ainda do lado azul da tabela. O clima seco no Brasil e o câmbio continuam dando suporte aos preços. Em uma semana, de 6 de outubro até ontem (13/10), o vencimento dezembro/15 avançou 4,88% ou 625 pontos.
Os lotes com vencimento para dezembro/15 encerraram a sessão de hoje cotados a 134,65 cents/lb e o março/16 teve 138,05 cents/lb, ambos com avanço de 30 pontos. Já o contrato maio/16 registrou 140,05 cents/lb com 25 pontos de alta, enquanto o julho/16 registrou 141,75 cents/lb com valorização de 35 pontos.
De acordo com analistas de mercado ouvidos pelo Notícias Agrícolas, o clima volta a ser fator determinante para o bom desenvolvimento da safra 2016/17, e isso, consequentemente repercute em Nova York. Após a boa florada registrada em setembro, as cidades produtoras não receberam chuvas regulares que pudessem favorecer de forma adequada o desenvolvimento dos chumbinhos. Diante desta situação, cafeicultores brasileiros já temem uma terceira safra brasileira complicada.
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"Se não tivermos em novembro um volume de chuvas compatível com o que as lavouras precisam e que os operadores esperam, podemos ter preços mais altos com mais uma safra complicada em 2016", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
As mais recentes previsões da Somar Meteorologia apontam para um tempo ainda quente e seco na maior parte das áreas produtoras de café do Sudeste, incluindo Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Mogiana, nos próximos dias. Informações reportadas pela Reuters na manhã desta quarta-feira (13) dão conta que precipitações mais generalizadas devem ser registradas no cinturão apenas na próxima semana, na melhor das hipóteses.
O dólar, que ontem fechou em alta, voltou a cair nesta quarta-feira ante o real, dando suporte aos preços do café arábica no mercado externo, com a expectativa que o Federal Reserve, banco central norte-americano, eleve somente no ano que vem a taxa de juros. Dados fracos sobre a inflação chinesa também alimentaram apostas de desaceleração da segunda maior economia mundo, favorecendo mercados emergentes.
A moeda norte-americana encerrou o pregão cotada a R$ 3,8126 na venda e recuo de 2,08%. No caminho contrário do dólar, as cotações do arábica em Nova York sobem, pois desencoraja as exportações.
Os embarques de café em grão do Brasil até o dia 11 outubro, por exemplo, registraram queda de 65% em relação ao mesmo período do mês passado. Totalizaram 1,02 milhão de sacas de 60 kg e receita de US$ 155,5 milhões. Em setembro, no mesmo período, foram exportadas 2,91 milhões de sacas com receita de US$ 456,9 milhões.
Mercado interno
Os negócios com café no mercado físico seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. Os produtores seguem retraídos, aguardando uma melhor definição no mercado alegando que os preços ofertados não compensam os custos de produção. Há mais vendas de cafés bicas finas.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 580,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG), onde a saca caiu 1,75%, para R$ 560,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 580,00 – estável. A maior variação no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 0,95% e saca valendo R$ 530,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 525,00 e alta de 0,96%. A maior oscilação no dia aconteceu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com avanço de 3% e saca cotada a R$ 515,00.
Na terça-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 1,68% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 497,26.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe acompanharam Nova York e fecharam em alta nesta quarta-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1634,00 por tonelada com valorização de US$ 24, o janeiro/16 teve US$ 1642,00 por tonelada com avanço de US$ 23, enquanto o contrato março/16 registrou US$ 1650,00 por tonelada e US$ 16 positivos.
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