CNC se reúne com Governo de SP para encontrar meios que possibilitem a preservação e a ampliação do BAG do IAC
BALANÇO SEMANAL — 08 a 11/09/2015
RECURSOS GENÉTICOS — Na terça-feira, 8 de setembro, o presidente executivo e o coordenador do Conselho Nacional do Café, deputado Silas Brasileiro e Maurício Miarelli, respectivamente, reuniram-se com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, para buscar soluções a algumas dificuldades referentes à preservação e à conservação do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) relatadas por pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Expusemos ao secretário que o IAC tem enfrentado diversos problemas para manter e conservar esse patrimônio genético da cafeicultura nacional devido a: (i) falta de garantias de recursos financeiros de fluxo contínuo; (ii) dificuldades de diversas naturezas para a utilização de recursos captados por meio de projetos, especialmente os relacionados ao Funcafé/Consórcio Pesquisa Café; (iii) inexistência de orçamento específico para manutenção do BAG; (iv) indisponibilidade de recursos para duplicação do Banco e, consequentemente, riscos de perda de acessos; (v) os recursos aprovados nos editais serem insuficientes para manutenção e caracterização do germoplasma; e (vi) escassez de mão de obra para as operações de campo e impossibilidade de contratação de trabalhadores complementares.
Frente a esse cenário, o CNC alertou que as dificuldades vivenciadas pelo IAC geram muita preocupação no setor produtivo, haja vista que podem ocasionar a erosão de nossos recursos genéticos, os quais são a base para o fortalecimento da competitividade da cafeicultura brasileira. Por isso, é fundamental a conjugação de esforços para solucionar os problemas, já que os países concorrentes vêm investindo na ampliação das bases genéticas para as pesquisas cafeeiras, objetivando ampliar o market share. Por fim, consideramos que não é compreensível o Brasil, principal fornecedor mundial de café, caminhar na contramão e criar dificuldades burocráticas para preservar e ampliar a diversidade de seus recursos genéticos cafeeiros.
Ao passo que comunicou a dificuldade de aumentar despesas, tendo em vista o ajuste fiscal, o secretário Arnaldo Jardim informou sobre o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – o Banco do Agronegócio Familiar (FEAP/Banagro), vinculado à Secretaria, que fortalece e apoia o desenvolvimento dos produtores rurais, entre os quais cafeicultores, cooperativas e associações em todo o Estado, através de linhas de crédito para diversas atividades agropecuárias, subvenção do prêmio de seguro rural e de taxas de juros.
O secretário solicitou, ainda, que o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Celso Vegro, verifique a operacionalização dos recursos do Funcafé que já estão à disposição em São Paulo e, a pedido do coordenador do CNC, Maurício Miarelli, concedeu livre acesso ao IAC e designou que o coordenador das Câmaras Setoriais do Estado, Alberto Amorim, o acompanhasse na realização de um levantamento sobre a atual estrutura do BAG. Houve, ainda, uma sugestão apresentada pelo superintendente do Sistema Ocesp/Sescoop, Aramis Moutinho, que propôs contatos com o Sebrae-SP para desenvolver parcerias com as cooperativas e o CNC, de forma que se encontrem alternativas para manutenção e ampliação do BAG.
MERCADO – Os preços futuros do café voltaram a registrar perdas nesta semana, devido principalmente à continuidade da força do dólar em relação ao real, fato que aumenta a competitividade das exportações brasileiras.
A perda de grau de investimento pelo Brasil, após o rebaixamento do rating soberano pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), enfraqueceu ainda mais o real. No entanto, ontem, com a realização de intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, ofertando cerca de US$ 1,5 bilhão, a moeda norte-americana teve seu ímpeto freado, fechando a R$ 3,8504, patamar levemente inferior ao registrado na sexta-feira passada, de R$ 3,8605.
As chuvas intensas dos últimos dias sobre a região Sudeste do Brasil também resultaram em pressão baixista no mercado futuro do café. Segundo a Climatempo, para este final de semana, novamente são aguardadas fortes precipitações em áreas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A partir de 15 de setembro, porém, inicia-se redução gradativa das precipitações no sudeste. No início da primavera (23 de setembro), será intensificado o sistema de alta pressão sobre o Brasil, reduzindo as perspectivas de chuvas para grande parte do País, inclusive o Sudeste, com exceção para a região Sul.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,1640 por libra-peso, com queda de 275 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe seguiram tendência similar. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão de ontem a US$ 1.566 por tonelada, com queda de US$ 33 em relação ao final da semana anterior.
No mercado físico nacional, não foram registrados avanços nos negócios. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a volatilidade dos preços e o fôlego de caixa dado aos produtores pelas vendas de agosto têm desestimulado a oferta de novos lotes de café. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 440,74/saca e a R$ 336,04/saca, respectivamente, com variação de -2,78% e 0,16% em relação ao fechamento da semana antecedente.
O Cepea também informou sobre o andamento da colheita brasileira, que se aproxima do encerramento, conforme ilustrado no quadro abaixo. Em praticamente todas as regiões, parte dos lotes é de grãos miúdos, o que tem demandado maior quantidade de café para encher uma saca.
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