Café: Diante de mais um forte avanço do dólar, mercado em NY perde patamar de US$ 1,20/lb
Após mais um dia de forte avanço do dólar ante o real, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira (2). O mercado perdeu o patamar de US$ 1,20 por libra-peso, o que segundo analistas, abre margem para quedas mais expressivas.
O contrato dezembro/15 anotou 118,35 cents/lb, o março/16 teve 121,55 cents/lb. Os vencimentos mais distantes apresentaram preços melhores, o maio/16 registrou 124,15 cents/lb e o julho/16 encerrou o dia com 126,25 cents/lb. Todos tiveram desvalorização de 245 pontos.
De acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o câmbio continua pressionando os preços em Nova York. "Com o avanço do dólar ante o real, os operadores derrubam as cotações do café tentando ganhar essa desvalorização do real", explica o analista.
Nesta quarta-feira, o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 3,7598 na venda, com avanço de 1,95%. É a quarta sessão consecutiva de valorização da moeda estrangeira e o patamar mais alto desde 2002. As preocupações com as contas públicas do Brasil e com o risco de o país perder o selo internacional de bom pagador deram suporte à moeda.
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Com relação a safra do Brasil, que deve ser menor que a do ano passado, Carvalhaes afirma que os operadores no terminal acreditam que os brasileiros estão blefando e não repercutem essas informações nas cotações. Os players estrangeiros acreditam em uma safra brasileira em torno de 50 milhões de sacas, enquanto os do Brasil estimam produção em volume até 10 milhões menor que isso. Vale lembrar que a maioria das lavouras brasileiras estão com os trabalhos de colheita praticamente encerrados.
Exportações de café
De acordo com dados divulgados pela Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de café em grão em agosto subiram em relação ao mês passado. Os embarques totalizaram 2,670 milhões de sacas de 60 kg e receita de US$ 424,2 milhões.Em julho, o volume exportado foi de 2,499 milhões de sacas com receita de US$ 405,8 milhões.
Mercado interno
De acordo com Carvalhaes acontecem poucos negócios no mercado físico brasileiro. Os melhores tipos são os mais procurados nas praças de comercialização.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 530,00 e queda de 1,30%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG), a saca recuou 1,83%, para R$ 482,00.
O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 530,00 e baixa de 1,30%. A maior variação ocorreu em Varginha (MG) onde a saca teve alta de 2,15%, para R$ 475,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguarí (MG) com R$ 480,00 - estável. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Varginha (MG) com valorização de 2,17% e saca está cotada a R$ 470,00.
Na terça-feira (1), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 0,61% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 447,78.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe encerraram esta quarta-feira com queda. O vencimento setembro/15 está cotado a US$ 1580,00 por tonelada com queda de US$ 3, o novembro/15 teve US$ 1585,00 com recuo de US$ 18 e o janeiro/16 anotou US$ 1595,00 por tonelada com desvalorização de US$ 23.
1 comentário
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eriveuton mauri São Gabriel da Palha - ES
nao entendo ... se não tem cafe no mercado, como é que que eles conseguem baixar o preço se o que manda no preço é a oferta e a demanda??!!
Eriveuton, essa queda não tem nada a ver com cambio, nem com oferta e demanda. Ela ocorreu depois das fortes quedas nas bolsas Chinesas, olhe nos gráficos e você vai ver que o preço do Cafe vinha se recuperando, e que depois da queda Chinesa, voltou à minima onde estava. Não é um problema de fácil solução, o problema Chines, e tanto o governo pode conter e adiar o estouro da bolha, principalmente a imobiliária, e os preços das commodities apresentarem uma recuperação, como pode também a crise se aprofundar e derrubar ainda mais os preços, no mundo inteiro. A liquidez global depende do sistema financeiro, e o sistema financeiro mundial está empurrando com a barriga, em forte dependencia da solvencia dos governos. Também por esse motivo, a solvencia dos governos, é que o grande empresariado e os banqueiros, a elite despreparada brasileira que só sabe mamar, apoia o governo corrupto de Dilma Roussef.
A equação dos preços é muito complicada. Nesse momento o mercado está olhando pra China sim, onde o governo faz muitas manobras tentando evitar o inevitável, que é um forte ajuste na economia. Isso fez as bolsas no mundo inteiro corrigir. O mundo nunca esteve tão alavancado como agora. Mas olhando para o café na minha opinião. Nesse momento, o mercado do café não está olhando para os fundamentos, pelos motivos anteriormente citados. Elementos que podem fazer o mercado subir: safra brasileira menor, estoques brasileiros mínimos(final de junho), consumo crescendo, EL NINO pode reduzir safras na A. Central e Asia. Elementos que podem fazer o mercado continuar a queda: mercado financeiro mundial, chuvas bem distribuídas aqui no Brasil(tem previsão de bastante umidade nas regiões cafeeiras nos próximos 15 dias); desvalorização do Real.
Todo mercado tem um limite. Normalmente os fundos de mercado(acredito que no caso do café está praticamente lá), são formados num pico de pessimismo do mercado.
Forte abraço.
Sr. Eriveuton, só para o Sr. sentir o "PESO" do financeiro. Na crise de 2008, os governos dos EUA e da União Européia, colocaram, preste atenção:US$ 13.000.000.000.000 (TRILHÕES) para que o sistema financeiro desses países não QUEBRASSE. DÁ PARA IMAGINAR A (nossa) IMPORTÂNCIA !!!
Concordamos nisso Sr. Eriveuton, mas não posso de deixar uma observação, como a lembrada pelo Sr. Rensi, que se a China não conter a queda economica, todas as commodities podem ir para um patamar abaixo do que estão hoje, podendo permanecer neste patamar por um bom periodo de tempo. Não quero ser catastrofista, mas nesse caso o risco está todo em cima do produtor rural. O pior é que não há uma única liderança atenta a isso, eles permitem que o governo estimule o setor automobilistico com bilhões em isenções fiscais e financiamentos ao consumidor e não se preocupam em manter uma atividade tão importante como a cafeicultura, com seus milhares de produtores e milhões de brasileiros que disso dependem e vivem. Os bolivarianos e seus associados só pensam em manter o poder, querem controlar todo o setor produtivo para poder assim controlar a sociedade. Está mais que na hora de os produtores levantarem a voz, ajudando assim a sociedade brasileira a se livrar desse pesadelo que é o governo petista.