Café: Cotações na Bolsa de Nova York encerram esta 6ª feira com ligeira queda à espera de fatos novos

Publicado em 28/08/2015 17:49

Nesta sexta-feira (28), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com ligeira queda em ajuste após avançar por dois pregões consecutivos e repercutir bastante durante a semana a questão cambial.

No Brasil, praticamente todos os tipos de café registraram queda em relação à semana anterior. Destaque para os melhores tipos, que chegaram a ter negócios por R$ 600,00 a saca e agora estão próximos de R$ 500,00.

Em Nova York, os lotes para vencimento em dezembro/15 anotaram 124,05 cents/lb e o março/16 teve 127,50 cents/lb, ambos com recuo de 50 pontos. O contrato maio/16 registrou 129,75 cents/lb com 40 pontos negativos e o julho/16 encerrou o dia com 131,80 cents/lb e desvalorização de 45 pontos.

Nesta semana, as cotações do arábica oscilaram bastante. Na segunda-feira, a Bolsa de Xangai desabou 8,5% e os investidores se desfizeram de suas posições nos mercados de ações e commodities buscando os títulos do Tesouro americano, favorecendo a alta do dólar ante o real. Com isso, os futuros do café recuaram.

Entretanto, com os investidores um pouco mais confiantes, o real voltou a se valorizar ante o dólar após a 'segunda-feira negra' e o campo positivo foi registrado no mercado de café nas últimas duas sessões na bolsa norte-americana.

Hoje, o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 3,5853 na venda com 0,91% de avanço.

"O que vimos nesta sexta-feira foi mais um ajuste, uma consolidação no mercado", explica o diretor de café, Rodrigo Costa, do Banco Société Générale.

Outra informação que repercutiu bastante na semana entre os envolvidos como viés altista foi a revisão para baixo da safra do Brasil 2015/16 por parte de alguns players que tinham uma visão otimista sobre a produção do país.

A Volcafe, por exemplo, reduziu em 3,6 milhões de sacas de 60 kg a estimativa para produção de café brasileira. A expectativa da companhia é de que a colheita atinja 48,3 milhões de sacas nesta temporada, ante as 51,9 milhões previstas em maio. Estimativas realizadas por instituições brasileiras reportam a produção do Brasil em 40 milhões de sacas.

» Volcafe revisa safra de café do Brasil para 48,3 milhões de sacas

Apesar dessas informações recentes apontarem cada vez mais para um possível déficit na oferta, uma vez que a demanda mundial é apontada em cerca de 56 milhões de sacas e continua a crescer, ainda há muita incerteza em relação ao potencial produtivo dos principais países produtores da variedade, e consequentemente, da tendência do mercado.

"Por mais que a bolsa tenha precificado uma queda na safra brasileira, ainda existem diversos lugares com volume razoável de café, há também a chegada de chuvas no Brasil. Em contrapartida, acontece a volta das férias no Hemisfério Norte com uma tendência momentânea de aperto entre oferta e demanda", afirma Rodrigo Costa.

Exportações globais de café

As exportações globais de café caíram 3,6% em julho ante o ano anterior para um total de 9,59 milhões de sacas de 60 kg, informou a Organização Internacional do Café (OIC) nesta sexta-feira. Esta informação poderia fazer as coações em Nova York valorizarem-se, entretanto o mercado acabou não repercutindo os dados da Organização hoje.

» Exportações globais de café caem 3,6 por cento em julho, diz OIC

Mercado interno

As negociações no mercado físico são pontuais, diferente da semana passada quando houve um avanço nos preços e a saca chegou a R$ 600,00 em alguns locais. De acordo com Costa, há procura nas praças de comercialização, mas não oferta. Muitos produtores já tem compromissos firmados ou preferem aguardar melhores patamares.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 534,00 - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,04%, a saca está cotada a R$ 484,00.

 

Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior desvalorização foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 60,00 (-10,53%), saindo de R$ 570,00 para R$ 510,00 a saca.

O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 534,00 a saca - estável. A maior variação ocorreu em Poços de Caldas (MG) onde a saca subiu 2,44%, para R$ 462,00.

 

Na semana passada, a saca do tipo estava cotada a R$ 505,00 na cidade de Varginha (MG), mas recuou R$ 40,00 (-7,92%) e agora vale R$ 465,00. Foi a maior queda da semana dentre as praças.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguarí (MG) com R$ 480,00 a saca. Todas as praças encerraram o dia com preços estáveis.

 

A maior variação de preço na semana para o tipo foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP), por lá a saca estava cotada a R$ 510,00, mas caiu R$ 50,00 (-9,10%) e agora está em R$ 460,00.

Na quinta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 1,72% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 448,55.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam em baixa, seguindo a Bolsa de Nova York. O contrato setembro/15 está cotado a US$ 1565,00 por tonelada com queda de US$ 42, o novembro/15 teve US$ 1597,00 e desvalorização de US$ 44 e o vencimento janeiro/16 anotou US$ 1611,00 por tonelada com recuo de US$ 46.

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Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    O produtor é UM elo da cadeia da commodity café.

    O quê significa a palavra commodity?

    A tradução significa "mercadoria". Esta palavra é usada para descrever produtos de baixo valor agregado.

    Commodities são produtos padronizados, não diferenciados, cujo processo de produção é dominado em vários países (o que gera uma alta competitividade) e cujo preço não é definido pelo produtor, dada a sua importância para o mercado. Geralmente são negociados em Bolsa de Valores internacionais, e seu valor é definido pelas condições do mercado, daí a impossibilidade de o produtor definir seu preço.

    No caso especifico do café no Brasil, os lotes de cada produtor são estocados separados, pois os tipos têm preços diferenciados. Ocorre que os exportadores fazem o "blended" para atender a especificação do importador.

    As empresas que dominam as vendas mundiais de café industrializado são alemãs e italianas e, nos seus países não existe nenhum pé de café.

    A indústria é OUTRO elo da commodity café.

    O que deve ser feito para que o lucro de UM se aproxime do OUTRO?

    ESTÁ NA HORA DE COMEÇARMOS A "PENSAR" !!!

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