CNC: Especulações a respeito do tamanho da safra brasileira voltaram a emergir no mercado nesta semana
BALANÇO SEMANAL — 27 a 30/04/2015
LEILÃO DOS ESTOQUES — Nesta quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou o leilão de 40,5 mil sacas decafé dos estoques públicos, produto adquirido por meio do Programa de Opções nas safras 2002/03, 2008/09 e 2009/10, após ter ouvido o setor produtor, representado pelo Conselho Nacional do Café.
O CNC destaca que essa sinergia possibilitou o lançamento de preços de abertura condizentes com a realidade do mercado e, em especial, dos cafés que se encontram nos armazéns públicos, que, mesmo próprios para o consumo, são de safras antigas e estão desmerecidos.
Ao término do pregão, foram arrematados 84 dos 114 lotes ofertados, o que correspondeu à negociação de aproximadamente 28,5 mil sacas. Em meio a aquisições pelo preço de abertura e ágios de até 30%, o valor médio dos arremates foi de R$ 379,79 por saca de 60,5 kg (R$ 6,2775 por kg), o que, de acordo com a Conab, gerou uma arrecadação total de R$ 10,8 milhões.
ESPECULAÇÕES — Esta semana, novas e infundadas especulações a respeito do tamanho da safra brasileira voltaram a emergir, com empresas que sequer possuem representatividade no território brasileiro superestimando os números e os jogando ao vento, com a intenção única e explícita de tentarem depreciar os já apertados preços pagos aos produtores de café no mundo.
Infelizmente, não há como combatermos tais especulações, haja vista que o mercado também vive de boatos. Entretanto, o CNC, na condição de representante do setor produtor, alerta a esses players que não confiem em suas próprias estimativas, pois poderão se deparar com um cenário de oferta apertada, pois temos convicção que o Brasil não produzirá além do estimado pela Fundação Procafé, que apontou nossa colheita máxima em 43,3 milhões de sacas.
MERCADO – Nesta semana mais curta no Brasil, devido ao feriado do Dia do Trabalhador, os preços futuros do café arábica apresentaram perdas, mesmo com a persistência do cenário de enfraquecimento do dólar.
Diante das perspectivas de adiamento do início da alta dos juros norte-americanos, devido aos fracos indicadores econômicos apresentados pelos Estados Unidos, e também do início da implementação do ajuste fiscal brasileiro, o dólar não apresentou variação significativa na semana, permanecendo abaixo dos R$ 3,00. Ontem, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,9574.
O vencimento julho do Contrato C foi cotado, na quarta-feira, a US$ 1,39 por libra-peso, acumulando queda de 315 pontos em relação ao desempenho da sexta passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também se desvalorizaram. O vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.776 por tonelada, com perdas de US$ 40 na semana.
O mercado físico brasileiro apresentou baixa liquidez nos últimos dias e os preços do café conilon seguiram recuando, pressionados pelo início da colheita. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 426,49/saca e a R$ 286,57/saca, respectivamente, com queda de 3,6% e 2,6% em relação à última sexta-feira.
No que se refere às perspectivas para a colheita do arábica, cujo início se aproxima, o Cepea apontou as consequências negativas das adversidades climáticas nas regiões do Cerrado Mineiro, onde diferentes floradas geraram cafés com maturação desuniforme, e da Mogiana Paulista e no Noroeste do Paraná, áreas em que as chuvas recentes têm derrubado grãos em maior estágio de maturação e atrapalhado as operações de limpeza dos pés e preparo da coroa.
Já no que diz respeito ao conilon, o Conselho Nacional do Café informa que o reflexo da seca começa a ser sentido, uma vez que o início dos trabalhos de colheita vem comprovando a esperada quebra de safra para a variedade, especialmente no Espírito Santo.
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