Café: Com foco no clima seco do Brasil, mercado inicia mais uma semana de altas em NY
Nesta segunda-feira (12), os futuros do arábica iniciam mais uma semana operando em alta no mercado internacional. Por volta das 14h07, contrato março/15 registrava 180,65 cents/lb com 60 pontos de avanço e o maio/15 anotava 183,25 cents/lb e 55 pontos de alta. O vencimento julho/15 tinha 185,45 cents/lb e 30 pontos de avanço e o setembro/15 trabalhava 187,20 cents/lb com 5 pontos positivos.
Os investidores seguem atentos ao comportamento do clima no Brasil e, de acordo com o meteorologista da Somar Meteorologia, Celso Oliveira, em uma entrevista à agência internacional Bloomberg, o cinturão produtor de café brasileiro deverá receber, este mês e em fevereiro, a metade da quantidade normal de chuvas.
As regiões mais ao norte e nordeste do Brasil, de acordo com informações do MDA Weather Service, um instituto norte-americano de meteorologia, devem permanecer bastante secas nas próximas duas semanas. Já no Sul de Minas Gerais e quase todo o estado de São Paulo deverão receber chuvas leves. Para Donald Keeney, meteorologista do MDA, cerca de 40% da safra brasileira sofre com esse risco climático, já que nessa fase, as plantas precisam de água para o desenvolvimento de seus frutos.
Assim, analistas consultados pela agência afirmam que os fundos especulativos voltaram a apostar em preços mais altos, aumentando suas aspostas pela primeira vez em seis semanas. "O Brasil está sofrendo com uma seca novamente e os que apostam em altas para o café estão de volta ao mercado", informou a Bloomberg.
Após as cotações terem dobrado de valor e terem registrado seu pico em outubro do ano passado em decorrêcia de uma das piores secas da história do país, o mercado internacional do arábica fechou 2014 com preços mais baixos e uma perspectiva negativa diante das fortes chuvas recebidas pelas regiões produtoras em novembro. No entanto, o retorno do clima mais seco aumentou as preocupações com os riscos para as floradas em todo o Brasil, o que fez os preços subirem 12% somente na última semana e 10% no mês, registrando o maior ganho em 11 meses.
"O café é muito dependente do clima e se vê ainda uma baixa significativa dos estoques brasileiros, quando esses dois fatores se juntam - principalmente com essa seca no Brasil - esses estoques ficam ainda mais comprometidos", disse o diretor executivo da Stephenson & Co. Capital Management, John Stephenson, à Bloomberg.
Para Ross Colbert, estrategista do Rabobank, os preços do café poderiam chegar aos US$ 2,30/lb até o final de dezembro diante dessas preocupações com o quadro climático do Brasil e da manutenção dessas condições.
Com informações da agência internacional Bloomberg.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (9):
Café: NY registra alta pela quinta sessão consecutiva e rompe os 180 cents/lb nesta 6ª feira
As cotações do café arábica subiram pela quinta sessão consecutiva na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) nesta sexta-feira (9) com operadores preocupados com o clima no Brasil.
O contrato março/15 registrou 180,05 cents/lb e o maio/15 anotou 182,70 cents/lb, ambos com alta de 315 pontos. O vencimento julho/15 fechou com 185,15 cents/lb e 310 pontos de avanço e o setembro/15 registrou 187,15 cents/lb com 320 pontos positivos. (Veja abaixo a evolução dos preços do contrato março/15 na semana)
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o mercado de clima impera sobre as cotações na bolsa norte-americana. “Ao que parece, a conjugação de clima e fatores técnicos podem colocar as cotações, principalmente em Nova York, em novos patamares. Não tenho medo de acreditar que os 200,00 cents/lb possa ser testado em curto espaço de tempo”, afirma o analista.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, o produtor rural de São Pedro Damião-MG, Fernando Barbosa, informou que as chuvas estão irregulares nas regiões produtoras de café do Sul de Minas e a situação ainda é incerta para produção.
» Assista aqui a entrevista de Fernando Barbosa
A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou nesta sexta-feira que a exportação mundial de café registrou queda de 0,55% no mês de novembro do ano passado em comparação com o mesmo mês de 2013. Segundo o órgão, foram embarcadas no período 7,93 milhões de sacas de 60 kg.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também fez uma divulgação importante hoje. Segundo Instituto, a safra de café em 2015 terá produção estimada em 2.721.199 t. A variedade arábica, mais cultivada no Brasil, tem produção estimada em 32,3 milhões de sacas de 60 kg ou 1.938.432 t. O número representa um crescimento de 1,1% em relação a 2014, mesmo com a forte seca presenciada por cafeicultores nas regiões produtoras do Brasil, principalmente Minas Gerais.
» Café: Safra brasileira de arábica será de 32,3 mi de sacas, aponta IBGE
Mercado interno
Segundo Magalhães, o setor produtivo continua de férias observando o desenrolar das bolsas sem indicar vendas e os preços estão firmes.
O tipo cereja descascado, teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG, onde a saca está cotada a R$ 582,00 e registrou alta de 1,57%. A variação mais expressiva no dia foi na cidade de Varginha-MG que tem saca valendo R$ 560,00 e registrou alta de 6,67%.
Para o tipo 4/5, a cidade com maior valor de negociação continua sendo Guaxupé-MG que tem saca cotada a R$ 566,00 e anotou alta de 0,89%. O município com maior oscilação também foi Varginha-MG que registrou alta 3,00% e tem preço de R$ 515,00 a saca.
O tipo 6 duro anotou maior valor em Araguarí-MG com R$ 530,00 a saca e valorização de 1,92%. A cidade com oscilação mais expressiva no dia foi Espírito Santo do Pinhal-SP que tem saca cotada a R$ 480,00 e alta de 4,35%.
Na quinta-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 4,35% e está cotado a R$ 493,53 a saca de 60 kg.
» Clique e veja as cotações do mercado interno nesta sexta-feira (9)
Tipo 4/5 tem mais um dia de alta Bovespa
As cotações do café arábica tipo 4/5 registraram preços mais altos nesta sexta na BM&F Bovespa. O vencimento março/15 registrou US$ 220,95 com valorização de 1,40% e o setembro/15 fechou o dia com avanço de 1,49% cotado a US$ 228,00.
Londres opera no campo misto nesta sexta
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) fecharam no campo misto, após alta nas sessões anteriores. O contrato janeiro/15 está cotado a US$ 1968,00 por tonelada com valorização de US$ 33, o março/15 teve US$ 1966,00 por tonelada e recuo de US$ 3 e o maio/15 anotou US$ 1997,00 por tonelada e alta de US$ 4.
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