Preços futuros do boi gordo acumulam queda de até 10% na B3 em semana marcada por realização e escoamento comprometido

Publicado em 29/11/2024 15:47 e atualizado em 29/11/2024 17:07
Lentidão no fluxo do atacado motivada pelas altas da arroba impactaram diretamente o futuro

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As negociações futuras da arroba fecharam a semana com recuo de mais de 10,00% nos principais contratos da Bolsa Brasileira (B3). As referências futuras para o boi gordo operaram pela quarta sessão consecutiva com desvalorizações diante de uma realização de lucros, mudança de posições e dificuldade no escoamento da carne bovina no mercado interno. 

De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, no início desta semana o contrato futuro de dezembro bateu a máxima de  R$355,40/@. “Assim como o mercado físico registrou altas elevadas, os contratos futuros também. E o que tem elevado os preços são pessoas físicas. Sim, produtores, investidores, especuladores e uma junção de CPFs”, comentou a Scot Consultoria em seu relatório semanal.  

O contrato dezembro/24 está cotado em R$ 319,80/@ e teve uma desvalorização de 9,71% se comparado ao observado no início desta semana, que fechou sendo negociado em R$ 354,20/@.

O Janeiro/25 encerrou a semana negociado em R$ 313,65 @ e teve uma queda de 10,39% frente ao encerramento desta segunda-feira (25), em que o contrato estava R$ 350,00/@. Já o contrato fevereiro/25 registrou uma baixa na semana de 9,48%, em que passou de R$ 343,00/@ na segunda-feira para R$ 310,50/@ no fechamento desta sexta-feira (29). 

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Segundo as informações da consultora da Agrifatto, Laura Rezende, as quedas nos preços da arroba no mercado futuro já começam a refletir nas cotações da arroba no mercado físico. “O mercado estava com altas sucessivas ao longo dos últimos três meses, porém nesta semana passou a registrar baixas na B3. Após os contratos futuros chegarem a mais de R$ 350,00/@, os vencimentos começaram literalmente a desabar”, relatou Rezende.

Após os vencimentos atingirem um limite de alta no mercado futuro, a consultora explica que a bolsa paralisou as negociações na sessão desta quinta-feira (28) , que é conhecido como “circuit breakers”. “O setor iniciou a semana registrando dificuldade no escoamento de carne para o mercado doméstico em função das altas dos preços da arroba já estarem chegando ao consumidor final”, comentou em entrevista ao Notícias Agrícolas.

A consultora ainda detalha que outro fator que trouxe alerta ao mercado foi os exportadores desacelerando os embarques nas duas últimas semanas. “ Os chineses tentaram negociar valores US$ 100,00 dólares abaixo do que estava sendo praticado. Convertendo isso para a arroba e com o dólar atual dá uma queda de R$ 10,00 por arroba”, destacou a Laura Rezende.

Já nesta sessão, os preços futuros iniciaram uma recuperação após as quedas observadas nas sessões anteriores. “Não é comum nos perdemos em três dias de pregão o que foi construído durante um mês e meio, em que nós voltamos aos mesmos patamares de 18 de outubro. O mercado recua muito e depois busca um patamar de equilibrio”, informou a consultora. 

Mercado Físico

De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, diversas indústrias frigoríficas estiveram fora de compras no final desta semana, o que contribuiu também para a estabilidade do mercado.

“O boi gordo está sendo comercializado em R$350,00/@, a vaca em R$325,00/@ e a novilha em R$342,00/@. A arroba do “boi China” está cotada em R$355,00. Ágio de R$5,00/@. Todos os preços são brutos e com prazo”, destacou a Scot Consultoria. 

No levantamento da Agrifatto, o mercado físico do boi gordo começou a demonstrar dificuldades para manter as intensas valorizações, e nesta quinta-feira apontou singelas altas. O destaque do dia foi para Minas Gerais, com acréscimo de 0,88% no comparativo diário, com o boi gordo situando-se em R$ 347,92/@.

Ainda segundo a Scot Consultoria, as escalas de abate estão preenchidas, em média, em cinco dias úteis. “O recebimento da primeira parcela do 13° salário nesse final de semana e o pagamento do salário já na primeira semana de dezembro, poderá contribuir para o melhor escoamento de carne pelo varejo”, complementou.

Atacado

Segundo as informações da Agrifatto, a última semana do mês está sendo marcada por um baixo desempenho nas vendas no atacado. “ Esse cenário acabou resultando na quase ausência de pedidos para reposição de estoques no varejo. Fora isso, os distribuidores estão com um acúmulo de mercadorias e sem previsão de descarregamento.

Outro ponto importante que a Agrifatto reportou é que as devoluções por problemas de qualidade têm sido elevados desde segunda-feira.

A Scot Consultoria reportou que o escoamento da carne bovina no mercado interno ficou mais lento em função das recentes altas e pelo menor poder de compra da população no final do mês.

Segundo pesquisadores do Cepea, nesta semana, os agentes ligados à comercialização da carne com osso demonstraram alguma dificuldade para continuidade dos repasses dos aumentos da arroba.

Confira como fecharam as cotações do boi gordo nesta sexta-feira:

>> BOI 

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Por:
Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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