A união de governo, sociedade civil e indústria com grande apoio e participação da Abiec gera avanços na rastreabilidade no Pará e em outras agendas
Na última semana, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) participou de importantes lançamentos e discussões sobre rastreabilidade da carne bovina brasileira. O destaque foi o programa de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia da Pecuária, lançado em Marabá (PA), no dia 16 de agosto. Ele inclui o Sistema de Restauração Florestal (SIRFLOR), que facilita a regularização de produtores com impedimentos ambientais, e o Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), destinado a controlar o trânsito do rebanho bovino, por meio de um dispositivo na orelha do animal. Além disso, a entidade esteve presente na 2ª edição do "Diálogos Boi na Linha", promovido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), que abordou o monitoramento do gado na Amazônia e o projeto Boi na Linha.
“Foi uma oportunidade para mostrar os avanços na rastreabilidade e discutir os desafios e oportunidades com a indústria, governo e sociedade civil. O sistema SIRFLOR pretende facilitar a regularização dos pecuaristas e melhorar a integração entre todos os setores envolvidos. É um grande avanço”, afirmou Fernando Sampaio, diretor de Sustentabilidade da Abiec. O diretor ressalta que a rastreabilidade e a sustentabilidade são pontos fundamentais para a Abiec, sendo pilares do projeto Brazilian Beef, que a entidade desenvolve junto à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A iniciativa do governo paraense faz parte da Política de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia da Pecuária, lançada pelo Executivo durante a COP 28, em Dubai, e visa promover a melhoria da produtividade, gerando a agregação e o fortalecimento da cadeia. “Construída pelo governo, terceiro setor e sociedade civil, a rastreabilidade individual de bovinos vai possibilitar o acompanhamento de toda a movimentação dos animais, onde nasceu e foi abatido, gerando informações importantes para a sustentabilidade da pecuária e garantindo a abertura tem de novos mercados para a carne paraense”, explicou.
Segundo o diretor da Abiec, o Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea Individual foi construído por um grupo de trabalho que contou com a participação da associação. Ele tem como objetivo obter o controle efetivo do trânsito do rebanho bovino e bubalino no território paraense a partir da identificação dos animais, que receberão brincos e botons nas orelhas - um visual e outro eletrônico. Essa espécie de “CPF” do boi permitirá avanços tanto no controle sanitário como nas garantias ambientais da carne paraense, com vistas a ampliar e melhorar seu acesso ao mercado. A Agência de Defesa é a executora da identificação, que ocorrerá em três fases, iniciando pelos municípios com os maiores rebanhos, e finalizando no Arquipélago do Marajó.
‘Boi na Linha’
Produzir carne de qualidade com responsabilidade socioambiental em um dos biomas mais importantes do mundo foi a tônica das discussões, na segunda edição dos Diálogos Boi na Linha, promovido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), no dia 15 agosto, no Carajás Centro de Convenções, em Marabá (PA).
Voltado à promoção da legalidade e da responsabilidade socioambiental na pecuária, o seminário tem como principal objetivo debater os desafios e demandas da cadeia da carne e do couro bovinos na Amazônia Legal, colocando em pauta questões como rastreabilidade, monitoramento de indiretos, reintegração de produtores e práticas pecuárias que buscam mitigar danos socioambientais.
Entre as ações discutidas, esteve a do programa Boi na Linha, articulação voltada a fortalecer o compromisso socioambiental na cadeia de valor da carne bovina na Amazônia. “A mensagem principal é a necessidade de integrar todos os setores envolvidos — governo, indústria, pecuaristas e sociedade civil — para avançar, de forma coordenada, com o protocolo. A ideia é unir esforços para impulsionar o progresso e alcançar objetivos comuns na cadeia produtiva da pecuária”, explicou Sampaio.
Outras agendas
A Abiec participou no último dia 15 de oficina do projeto “Mapa do caminho para o avanço da agenda agroambiental do Tocantins”, iniciativa da Secretaria de Agricultura do Tocantins (SEAGRO), do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e da National Wildlife Federation (NWF), com apoio da The Nature Conservancy (TNC). O projeto está avaliando a situação de temas ligados à produção agropecuária e meio ambiente como regularização, rastreabilidade, PSA e ATER entre outros, com o objetivo de oferecer recomendações para destravar gargalos e avançar de forma conjunta na implantação de soluções.
Em Pirenópolis (GO), também dia 15 de agosto, a Abiec participou de uma oficina do consórcio de instituições responsável pela iniciativa Global Pasture Watch, que pretende mapear a situação de pastagens em todo o mundo, criando uma ferramenta que pode ser usada pelo setor privado e gestores públicos no planejamento de ações de apoio à produção.
Transição de sistemas alimentares, agropecuária regenerativa e mercado de carbono foram alguns dos temas debatidos pela Abiec cm organizações da sociedade civil no encontro de parceiros promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 12 e 13 de agosto.
“A cadeia da carne é peça fundamental em todos os debates relacionados ao uso da terra no Brasil. Como a maior organização representativa deste setor no país, temos que estar presentes trazendo nossa visão para a construção de um futuro mais sustentável.” conclui Fernando Sampaio.
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