Exportações brasileiras de carne bovina vem sendo um fator preponderante na formação de preços da arroba, aponta Cepea
Os embarques de carne bovina devem seguir influenciando na formação de preços da pecuária em 2023, conforme apontou o relatório mensal do Cepea. Além disso, as vendas externas também podem ajudar nos valores negociados para os animais no mercado doméstico.
“A China deve continuar sendo o maior destino da carne bovina brasileira, mas os recentes posicionamentos do país asiático frente ao combate aos novos casos de covid-19 e os esforços para recuperar a produção de suínos podem enfraquecer o intenso ritmo das compras internacionais verificado nos últimos anos. Diante disso, é primordial que o setor exportador nacional siga fortalecendo as relações com outros importantes destinos da carne, como Estados Unidos, Chile e Emirados Árabes Unidos”, reportou o Cepea.
Outro fator que é preciso acompanhar neste ano, é o comportamento do câmbio que deve operar na casa dos R$ 5,27 em 2023 – segundo o relatório do Banco Central (Boletim Focus) divulgado no último dia 26 de dezembro –, o que tende a manter atrativas as vendas externas da proteína.
O Boletim Focus, do Banco Central, publicado em 2 de janeiro de 2023, prevê que a inflação deva chegar em 5,31% neste ano. Em 2021, a inflação atingiu 10,06% e, até novembro de 2022, estava em quase 6%. Quanto ao PIB, o Banco Central estima crescimento de apenas 0,8% em 2023, contra 3,04% no ano passado.
Diante disso, o Cepea projeta que o consumo de carne bovina avance 1,5% de 2022 para 2023. “Outro fator que pode fortalecer a melhora no consumo doméstico é o preço da carne na ponta final. Isso porque o possível avanço na produção no campo tende a resultar em preço mais atrativo ao consumidor brasileiro”, relatou.
A produção brasileira vinha mostrando sinais de recuperação nos primeiros três trimestres de 2022 – tanto em volume de animais abatidos quanto em quantidade de carne por cabeça (maior produtividade) – cenário que pode ser mantido em 2023.
A retenção de fêmeas em 2020 e em 2021 resultou em investimentos na produção de animais jovens que, por sua vez, começaram a entrar no mercado em 2022 e que devem continuar sendo disponibilizados em 2023.
E uma possível recuperação na oferta deve enfraquecer os valores de negociação da arroba, especialmente no primeiro semestre de 2023. Por outro lado, os custos de produção no campo seguem bastante elevados, com altos preços de adubos, diesel, nutrição e milho. Esse cenário pode desestimular pecuaristas e limitar o número de animais em confinamento.
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