Projetos que vinculam carbono, pecuária e Pantanal são destaques na COP 27
Nesta segunda-feira (14) a COP 27 foi palco de um debate sobre o mercado de carbono. Entre as apresentações, três projetos que reúnem crédito de carbono, o papel do produtor rural e o desenvolvimento do bioma Pantanal, foram destacados pelo diretor executivo do ITV - Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe, que além da possibilidade de compensação de carbono, durante painel, trouxe à tona o potencial de diferenciação nos produtos da pecuária, a partir de iniciativas sustentáveis.
“Colocamos à mesa exemplos que ocorrem no Pantanal, que contribuem diretamente para geração de crédito de carbono, são projetos concretos, com resultados, que miram em um processo de descarbonização e buscam manter florestas em pé, ainda que possam ser desmatadas de forma legal”, explica Roscoe. “Temos uma produção de bovinocultura sustentável no Pantanal, em pastagens naturais, sem derrubar nenhuma árvore. Mas trouxemos também nossa principal causa, o Rio Taquari, que passa por um assoreamento e uma degradação silenciosa”, completa do executivo do ITV, ao lembrar que diferente das queimadas e dos desmatamentos, o processo de assoreamento é lento e só torna visual, depois de muitos anos do problema.
Durante o painel que reuniu Samanta Pineda (Agro Mais), Fabiana Villa Alves (Mapa) e Ricardo Azevedo (Stonoex), o executivo do ITV destacou três iniciativas em andamento, de forma mais concentrada, em Mato Grosso do Sul. O primeiro foi o Programa Redd Plus Pantanal, seguida dos assoreamentos dos rios pantaneiros e, por fim, o case da Associação Novilho Precoce MS.
“O Programa Redd Plus Pantanal se trata de um projeto da Biofílica, em parceria com seis propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, em que o foco é o desmatamento legal evitado, ou seja, aqueles excedentes, de Reserva Legal, dentro do Pantanal, que vem sofrendo uma pressão muito forte de desmatamento”, pontua Roscoe. Segundo ele, neste programa é oferecido ao produtor rural uma alternativa financeira, em que, em vez de desmatar para se ter uma maior rentabilidade, optam pela proteção dessas florestas, para que pecuaristas sejam remunerados por essa proteção.
Já o assoreamento dos rios, foi caracterizado como uma degradação silenciosa. Foi desenhado um projeto que busca reduzir o assoreamento do Rio taquari, um dos principais formadores da bacia pantaneira. “O problema está lá em cima, no Cerrado, onde o solo muito arenoso, e sua ocupação desordenada, causou problemas de erosão muito intensos, que hoje se estendem ao Pantanal, levando sedimentos para dentro dos rios, assoreando. Ao mesmo tempo, temos ali oportunidades: como a restauração dessas áreas, onde se há pecuária extensiva e de baixa rentabilidade, nesse cenário cabe perfeitamente as tecnologias do programa ABC, restaurando o ambiente, aumentando a produção e inserindo carbono dentro do sistema”, relata Roscoe.
Por fim, tida como caso de sucesso na COP 27, a Associação Novilho Precoce MS, por diminuir o ciclo da produção, consequentemente, faz com que o gado emita menos metano. “Neste caso não queremos gerar crédito de carbono, para compensar em outros locais. Queremos trabalhar com a diferenciação de produto, gerar um produto com baixa emissão. Seguindo diretrizes da Embrapa, com base em certificações como a AgriTrace, da CNA/Mapa”, destaca o painelista.
Sobre este último projeto, além de promover a diferenciação e uma possível valorização na proteína animal, de acordo como debate é possível prever uma premiação ao produtor rural, cumprindo com o tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental.
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