Nova diretoria do Sindicarne-PR toma posse e diz que falta boi no Paraná
Com desafios importantes para enfrentar como o autocontrole sanitário, novas regras de rotulagem e risco de elevação da carga tributária do setor, foi eleito em chapa única e tomou posse na última sexta-feira (24/06), o novo Conselho de Administração do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná – Sindicarne –PR, com mandato de 4 anos.
Os membros eleitos para o Conselho de Administração foram: Jeremias Silva Júnior, Luiz Carlos Tiossi, Elias José Zydek, Rafael Santos, Gerson Antonio Costa e Roberto Juliatto. Como suplentes: Mauro José Baudino, James Celso Lisboa Júnior, Egídio Valiatti, Gustavo Luiz Bizinelli, Rodrigo da Silveira Maia e Marcos Marcelo Cominesi. Para o Conselho Fiscal tomaram posse: Osíres Foggiatto, Peterson Luiz Gobi e Fábio Perdigão, tendo como suplentes: Luciano Luiz Criminacio, Rondinelli Antonio Gobi e Ademir Juliatto. Os delegados representantes junto à FIEP serão ngelo Setim Neto e Luiz Carlos Setim, com Elias José Zydek e Rafael Santos na suplência. O empresário ngelo Setim Neto (Grupo Argus) foi mantido pelo Conselho de Administração como presidente executivo do Sindicarne.
Também se fizeram presentes na Assembleia Geral realizada na sede do Sindicarne em Curitiba a equipe técnica e executiva do sindicato, coordenada pelo economista Gustavo Fanaya, e o advogado Célio Moraes, da Gerência Jurídica da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). A nova gestão informou que realizará, com o assessoramento jurídico da FIEP, a atualização do estatuto social da entidade e o prosseguimento das negociações relativas aos acordos coletivos de trabalho firmados com diversas entidades laborais do Paraná.
Além das questões como rotulagem, autocontrole e tributária, também foi discutida pelos presentes a forte crise que a cadeia produtiva da suinocultura vem enfrentando nos últimos meses, com oferta excessiva de animais, forte elevação dos custos de produção e a impossibilidade de repasses, em face da demanda reprimida e a dificuldade imposta pela imprevisibilidade no comércio externo e na esfera cambial. A crença predominante, porém, é de que, uma vez superada a fase atual, a cadeia da carne suína paranaense retomará seu franco crescimento e levará sua qualidade tanto no mercado doméstico quanto no internacional.
“A superioridade das vantagens competitivas que o Paraná dispõe, como a excelência de nossos plantéis, técnicas avançadas de manejo, avançada tecnologia de nossos sistemas industriais, qualificação de nossa força de trabalho, infraestrutura invejável e forte sintonia com as esferas governamentais nos faz acreditar e apostar no grande potencial das cadeias produtivas de proteínas animais de nosso estado” afirmou o presidente executivo da entidade, Ângelo Setim Neto.
Também foi discutida pelos presentes a situação peculiar vivenciada pelo nosso setor industrial da carne bovina, com a escassez de animais para abate prejudicando sensivelmente a formação de escala dos matadouros frigoríficos locais. O atual status de área livre de aftosa sem vacinação restringe a poucas possibilidades a entrada no Paraná de animais, reduzindo severamente a disponibilidade de animais para abate. Como agravante, a pauta fiscal para o gado bovino no nosso estado tem sido sistematicamente fixada abaixo dos valores e dos pesos verificados nas principais regiões produtoras, subsidiando a aquisição por concorrentes de outros estados, como São Paulo.
Esses fatores têm comprometido seriamente a competitividade da indústria de carne bovina do Paraná, que, ao contrário do previsto, ainda não ganhou novos clientes internacionais. Como exemplo, o Canadá autorizou em março deste ano a importação de carne bovina do Brasil de estados sem vacinação, mas apenas o estado de Santa Catarina foi habilitado, embora o Paraná exiba o mesmo status sanitário há mais de 12 meses. Os frigoríficos exportadores de São Paulo – estado que segue vacinando contra febre aftosa – aumentaram em 30% o seu volume exportado de carne bovina entre janeiro e maio de 2022 frente a 2021, um pouco acima da exportação brasileira, que cresceu 28%. Na contramão, o Paraná sofreu queda de 3,2% no mesmo período. E esses números só tendem a piorar caso não haja a retificação imediata dos critérios utilizados para definição dos valores da pauta fiscal do gado bovino paranaense. Também se faz necessário uma estratégia proativa que promova internacionalmente a excelência da carne paranaense, que precisa ser mais evidenciada nas negociações com países importadores.
A conjuntura econômica especialmente desafiadora, com redução em proporções inéditas do consumo per capita no mercado interno, derivada da atual crise econômica, não permite espaço para repasse dos novos custos, verificando-se forte queda da rentabilidade de todas as empresas do setor, com muitas unidades operando no vermelho. O setor conta com a sensibilidade social da classe política paranaense, que precisa assimilar o fato de que é imprescindível haver um tratamento diferenciado para com os produtos da cesta básica, como as carnes e seus produtos derivados. Produtos alimentícios básicos não podem, sob nenhuma hipótese, serem onerados com novas taxas, encargos ou impostos, para não comprometer ainda mais a já extremamente fragilizada segurança alimentar da nossa população de renda mais baixa.
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