IHS Markit: Mercado físico do boi gordo segue com baixa liquidez, mas exportação surpreende
A primeira semana de maio ainda foi marcada por muita volatilidade nos preços da arroba. O volume de negócios no mercado físico do boi gordo seguiu cadenciado, visto que a maioria das unidades de abate iniciaram o mês com escalas confortáveis, sem maiores urgências nas compras de gado.
Entre algumas praças pecuárias, até houve a volta mais ativa de alguns frigoríficos exportadores, os quais chegaram a pagar preços um pouco mais altos pela boiada gorda. Por outro lado, o cenário de pressão baixista vem se consolidando na região Norte do país, com os frigoríficos locais conseguindo uma frente confortável em suas escalas de abate.
De qualquer forma, a estratégia é observar a consistência das vendas de carne no mercado doméstico e atentar às medidas a serem adotadas pelo governo chinês quanto ao fluxo de compra da proteína no Brasil. Desta forma, a produção equalizada à demanda vigente evita pressão baixista sobre os preços dos principais cortes bovinos ao mesmo tempo em que se adequa as margens operacionais das indústrias.
Muitos frigoríficos relataram que fizeram aquisições de boiada gorda até o final da próxima semana e se ausentaram das compras por preocupações com as atitudes da China. O risco de paralisação sem motivos mais concretos eleva as incertezas com relação a dinâmica de negócios no mercado físico do boi gordo.
As últimas compras de gado gordo por parte das indústrias frigoríficas foram para garantir a demanda interna no Brasil em função da entrada da massa salarial e comemoração do dia das mães, segundo maior período de consumo do ano, depois das festas de final de ano.
Pelo quarto mês seguido, as exportações brasileiras de carne bovina bateram recorde mensal em termos de volume e receita. De acordo com dados preliminares da Secex, em abril de 2022, o Brasil exportou 157,47 mil toneladas de carne bovina in natura, com um desempenho 25,5% superior a abril de 2021.
Além do maior volume já registrado no mês, a receita de US$977,7 milhões também foi a maior já registrada para o período, efeito do valor médio pago na tonelada da proteína, em US$6.209,00, preço 30,3% superior ao recebido pelo produto exportado na média de abril de 2021.
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