OIE reconhece seis estados como livres de aftosa sem vacinação
A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) reconheceu, hoje (27), os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia como áreas livres de febre aftosa sem vacinação. A certificação também foi concedida a 14 cidades do Amazonas e a cinco municípios do Mato Grosso. Além disso, o Paraná também foi distinguido como zona livre de peste suína clássica independente.
A decisão foi anunciada esta manhã, durante a 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE.
“É uma importante conquista para a agropecuária brasileira”, comemorou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, durante uma webconferência da qual participaram representantes dos seis estados.
Ela lembrou que, até ontem (26), apenas Santa Catarina desfrutava do reconhecimento internacional como área livre da febre aftosa sem vacinação. “Ela [o reconhecimento pela OIE] abre diversas possibilidades para que o ministério trabalhe para alcançarmos novos mercados para as carnes bovina e suína, bem como pela ampliação dos tipos de produtos exportados para os países aos quais já temos acesso”.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o reconhecimento da OIE, mais de 40 milhões de cabeças de gado, ou cerca de 20% do rebanho bovino, deixarão de ser vacinadas contra a doença. O que representará uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões para os produtores rurais. Isso sem levar em conta a redução dos custos com a criação de suínos. De acordo com a ministra Tereza Cristina, quase metade do rebanho suíno se concentra nas áreas reconhecidas pela OIE.
Para a ministra, o reconhecimento exigirá do Brasil o “fortalecimento contínuo” dos serviços veterinários dos estados contemplados. “A responsabilidade do serviço veterinário oficial aumenta com esta mudança de status sanitário, cuja manutenção dependerá da continuidade do apoio e do investimento nos serviços de defesa agropecuária”, disse Tereza Cristina, atribuindo a decisão da OIE ao reconhecimento do “elevado padrão sanitário da nossa pecuária”.
Estados
O governador do Acre, Gladson Cameli, agradeceu a ajuda do Mapa e de parlamentares aos produtores rurais acrianos. “Não podíamos falar em deixar de vacinar, mas, hoje, temos esta carta branca.”
Já o governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou que a decisão da OIE ajuda os estados que obtêm o reconhecimento a superarem eventuais desconfianças do mercado internacional. “Isso agrega valor ao que é produzido na região sul do estado, onde há um potencial muito grande para o agronegócio, um potencial muito grande não só para a pecuária, mas também para plantação de grãos”, disse o governador, nomeando as 14 cidades amazonenses distinguidas: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna, Itamarati e parte de Tapauá.
Em Mato Grosso, os cinco municípios contemplados com a decisão da OIE são Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína, na região noroeste do estado. Em nota, o governador Mauro Mendes comentou que o reconhecimento internacional pode impulsionar as exportações. “A carne mato-grossense alcançará mercados internacionais com melhores remunerações. Teremos a certificação que comprova que a carne daqui é produzida com sanidade e sustentabilidade”, disse.
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, comemorou o reconhecimento em sua conta pessoal no Twitter. “O Paraná está livre de febre aftosa sem vacinação! Esse é maior anúncio do agronegócio do Paraná nos últimos 50 anos! Uma conquista histórica”.
Também o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, usou as redes sociais para comemorar a certificação internacional. “Dia de celebrar a certificação internacional do estado como zona livre de aftosa sem vacinação, para a qual batalhamos e nos dedicamos muito. É uma conquista da nossa equipe de governo, com todo o apoio do Mapa, mas é ainda mais dos pecuaristas”, escreveu Leite.
“Tenho certeza de que este acontecimento fortalecerá a região Norte. É um feito de suma importância para a valorização da nossa carne e do nosso rebanho. E, com certeza, em breve, conquistaremos todo o Brasil. Tenhamos a firmeza para continuarmos vigilantes”, comentou o vice-governador de Rondônia, José Atílio Salazar Martins.
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