Frio no Centro-Oeste: Nelore e animais novos tendem a sofrer mais com o declínio nas temperaturas
A forte massa de ar frio que já está em atuação no sul do país, deve avançar para as demais regiões e derrubar as temperaturas também no Centro-Oeste do Brasil. As previsões mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que toda a região pode ter um declínio de mais de 10 graus. As previsões, além de chamarem atenção pelo frio tardio na região, também levantam um alerta do pecuarista local, sobretudo para a produção de Nelore.
A pesquisadora, zootecnista e especialista em conforto térmico, Fabiana Villa Embrapa Gado de Corte explica que os animais mais novos e da raça Nelore são os que mais podem sofrer com as quedas nas temperaturas. "O Nelore por exemplo, suporta as temperaturas mais altas, mas pode não se adaptar ao declínio da temperatura", comenta. Ainda de acordo com a pesquisadora, o maior problema não está na baixa temperatura, mas sim no fato delas acontecerem de uma hora para outra.
As previsões indicam que o frio mais intenso deve atingir todo o Centro-Oeste no sábado, mas segundo a pesquisadora, as temperaturas já começaram a cair. Os modelos de previsão de temperatura do Inmet indicam que as máximas não devem ultrapassar os 26 graus nos três estados, sendo as mínimas mais baixas para áreas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Há menos de duas semanas, os dois estados chegaram a registrar máximas acima dos 37 graus e umidade relativa do ar abaixo dos 20%.
Veja o mapa de previsão de temperatura para as próximas 93 horas no Centro-Oeste:
Fonte: Inmet
Fabiana destaca ainda que além do Nelore, os animais mais novos também podem senrir os impactos das baixas temperaturas. "O organismo desse animal ainda não está preparado para esse tipo de mudança. Com o frio intenso, os processos metabólicos podem parar e o animal pode morrer de hipotermia", comenta.
Segundo a especialista, o produtor precisa estar atento às condições nutricionais do animal durante todo o ano, tendo em vista que as mudanças climáticas deverão acontecer cada vez com mais frequência. "É preciso garantir o bem estar animal, sobretudo com a mineralização correta. Um animal que já estiver debilitado, com uma nutrição ruim ou fraca, com certeza sentirá os impactos do frio", comenta.
Além disso, Fabiana explica que o produtor que puder levar o gado para uma área onde há proteção natural, como vegetação, pode minimizar os impactos do frio. "O vento acaba aumentando a sensação térmica, aumentando essa condição de frio", comenta.
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