Pecuaristas americanos ficam irritados com Trump após repassar de verba à JBS dos Estados Unidos
Nesta segunda-feira (20), o jornal Folha de S. Paulo publicou uma notícia abordando que voltou circular entre jornalistas americanos uma carta enviada em 2017 ao presidente dos EUA, Donald Trump, pela associação de pecuaristas locais R-Calf USA pedindo investigação sobre a atuação da JBS no país.
Na semana passada, o assunto sobre a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Bastista se tornou destaque na imprensa norte americana após o Daily News divulgar um repasse do governo Trump de US$ 62 milhões à JBS dos Estados Unidos. A notícia foi divulgada em outros veículos nova-iorquino, após a tablóide se referir aos irmãos Batista como ‘trapaceiros’.
O repasse da verba vem do pacote de auxílio de US$ 12 bilhões que foi lançado por Donald Trump como aceno político aos agricultores que o ajudaram a chegar à Presidência. O programa é voltado para fazendeiros vulneráveis aos efeitos da guerra comercial com a China.
Os pecuaristas americanos alegam que os frigoríficos da empresa não são exatamente um alvo carente de ajuda. Após ser procurada pela a imprensa dos Estados Unidos, a JBS enviou comunicado em que se diz orgulhosa de sua parceria com fazendeiros americanos, ajudando a criar oportunidades econômicas em pequenas cidades rurais.
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Após dois anos do `Joesley Day’, JBS está mais forte e Brasil patina
De acordo com as informações da Bloomberg, após dois anos da divulgação do conteúdo do áudio de uma conversa noturna entre o ex-presidente Michel Temer e o bilionário Joesley Batista, o país ainda tenta se recuperar da delação premiada dos empresários e da crise política e economia. Para os investidores no Brasil, o 17 de maio ficou conhecido como “Joesley Day”.
No entanto, a empresa está mais forte do que nunca. As ações da JBS mais que dobraram de valor neste ano, atingindo um recorde. O valor de mercado da fatia dos irmãos Batista na maior processadora de carne do mundo subiu mais de 60% desde os dias que antecederam a delação, para mais de R$ 24 bilhões.
Ainda de acordo com as informações da reportagem a fortuna pessoal de cada um agora soma US$ 2,9 bilhões (R$ 11,9 bilhões), segundo o Índice Bloomberg de Bilionários. (A J&F Investimentos, a holding dos irmãos, afirma que o cálculo é superestimado.)
A recuperação da empresa JBS ocorre durante a epidemia sem precedentes de gripe suína africana na China, um acontecimento que pode redefinir o mercado global de carnes e expandir ainda mais a influência da empresa. Atualmente, a empresa conta com maior presença no maior número de países no mundo.
Isso se deve após a JBS investir mais de US$ 20 bilhões em aquisições ao longo de uma década em uma estratégia de expansão conduzida diretamente pelos irmãos Batista. “A JBS nunca esteve em condições tão sólidas”, afirmou Gilberto Tomazoni, o CEO da companhia, durante uma entrevista nesta semana.
Após assumir o comando da JBS em dezembro de 2018, Gilberto Tomazoni, destaca que a empresa também está revivendo um plano de 2016 para vender suas ações nos Estados Unidos. No entanto, essa medida já era prevista pelo CEO Wesley Batista como fundamental para conseguir financiamento mais barato e destravar valor para os acionistas.
A reportagem ressalta que os irmãos ficaram seis meses presos e foram forçados a abandonar quaisquer funções na empresa que foi fundada em 1953 pelo pai. Em 2017, o grupo J&F assinou um acordo de leniência no valor de R$ 10,3 bilhões (US$ 2,6 bilhões) para proteger a JBS e suas demais empresas de quaisquer punições.
A pedido do Ministério Público, o Supremo Tribunal Federal pode revogar o acordo de delação premiada dos irmãos sob alegação de que os executivos ocultaram informações durante as negociações com os procuradores.
Caso a delação premiada venha a ser anulada, o acordo de leniência também pode ser rescindido, afirmou o MP no início do mês. Em dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, afirmou em um despacho que os dois acordos não estão necessariamente vinculados.
A Bloomberg também aponta que no dia seguinte após a divulgação do áudio e a delação premiada dos irmãos, o mercado acionário brasileiro registrou a maior queda desde a crise de 2008, com um circuit breaker suspendendo as negociações por 30 minutos durante os momentos iniciais do pregão.
O sócio da Alaska Investimentos, Ney Miyamoto, relembrou os acontecimentos em um evento em São Paulo.“Ninguém dormiu naquela noite”, disse Miyamoto. No dia seguinte, Luiz Alves Paes de Barros, o bilionário dono da gestora, percebeu o clima tenso enquanto caminhava entre as mesas do escritório. Segundo Miyamoto, ele repetia a pergunta: “Quantas vezes vocês já vomitaram hoje?”
O país ainda tenta se recuperar da crise econômica com a reforma da Previdência, que é considerada fundamental para reduzir o rombo fiscal, que ainda engatinha no Congresso em meio aos problemas de coordenação política do governo de Jair Bolsonaro.
Em um comunicado enviado por e-mail, o grupo J&F tomou a decisão de assumir seus erros e construir uma rígida estrutura de conformidade para que tais erros nunca mais ocorram. Sob a supervisão do Ministério Público, a empresa realizou diversas investigações internas e treinou mais de 100 mil funcionários para prevenção contra a corrupção.
Confira as informações completas no site da Exame.
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