SC 10 anos livre de febre aftosa sem vacinação
Noite de comemoração para o agronegócio catarinense. Dez anos após a conquista do certificado internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) reuniu as personalidades que contribuíram nesse processo. Uma Sessão Especial homenageou as entidades, lideranças políticas e os técnicos que participaram dos trabalhos de erradicação da doença em Santa Catarina.
Entre as entidades homenageadas estavam a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, que cumpriram papel de destaque no reconhecimento internacional do agronegócio catarinense.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, até o estado conquistar a certificação internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), foram muitas etapas cumpridas e um longo caminho trilhado. “Desde os tempos de vacinação obrigatória, Santa Catarina se mostrou um estado diferenciado. Além dos técnicos e da iniciativa privada, temos que reconhecer o papel fundamental do produtor rural nesse processo. Os produtores catarinenses aceitaram o desafio de deixar de vacinar e desde então são grandes parceiros do Governo do Estado na manutenção do nosso status sanitário diferenciado”, afirmou.
Os trabalhos para combater a febre aftosa no estado iniciaram em 1965, com a união do Governo do Estado, Ministério da Agricultura, agroindústrias e produtores rurais. Santa Catarina, que chegou a ter uma média de 462 focos por ano entre 1971 e 1983, erradicou a doença e em 1993 registrou a última ocorrência de febre aftosa.
Lá em 2000, quando foi suspensa a vacinação contra febre aftosa, a intenção era buscar a certificação internacional e conquistar mercados internacionais mais competitivos para a carne catarinense, além de garantir a segurança alimentar dos consumidores. Confirmando as expectativas, após o reconhecimento da OIE, Santa Catarina se tornou o maior produtor de suínos e o segundo maior produtor de aves do país.
“Hoje a economia de Santa Catarina está baseada no agronegócio. Só em 2016, as exportações da avicultura somaram US$ 1,7 bilhão e da suinocultura chegou a US$ 555 milhões. Fornecemos carnes para mercados importantes e exigentes, como Estados Unidos, Chile e Japão, isso prova a qualidade dos nossos produtos e a excelência sanitária do nosso rebanho”, ressaltou Sopelsa.
Para manter o status sanitário diferenciado, os esforços são imensos. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.
“Manter aquilo que conquistamos é ainda mais difícil e o nosso compromisso é dar seqüência ao trabalho iniciado há mais de 50 anos e garantir a sanidade dos rebanhos catarinenses”, destacou o presidente da Cidasc, Enori Barbieri. O presidente valorizou ainda o papel dos funcionários da Cidasc que já não fazem mais parte da empresa, mas que contribuíram para a conquista da certificação internacional. “Os trabalhos começaram há 50 anos, então muitas pessoas passaram pela Cidasc antes de colhermos os louros dessa conquista. Não estaríamos aqui se não fosse pela dedicação desses homens e mulheres, que trabalharam pelo fim da vacinação e pela manutenção da sanidade animal no estado”.
Além da Secretaria da Agricultura e da Cidasc, a homenagem se estendeu também para as seguintes entidades: Governo do Estado de Santa Catarina; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa); Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc); Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Santa Catarina (Fetaesc); Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne); Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV); Polícia Militar de Santa Catarina; Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina; Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina; Polícia Civil de Santa Catarina; Polícia Rodoviária Estadual; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Federal; Exército Brasileiro; Marinha do Brasil; Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) e Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro). As personalidades homenageadas foram: Luiz Henrique da Silveira (in memoriam); Moacir Sopelsa; Antonio Ceron; Odacir Zonta; Victor Fontana; Roni Naschenveng Barbosa; Gécio Humberto Meller; Claudinei Martins; Hamilton Farias; Felipe da Luz; Wilmar Carelli; Enori Barbieri e Abel Just.
Vigilância permante
A erradicação da doença em Santa Catarina fez com que o estado tenha regras especiais para o trânsito de animais. Já que é proibido o uso de vacina contra febre aftosa em todo o território catarinense, não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas e estudos sorológicos nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
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