Como pensa e como escreve uma besta ao quadrado
Alguém que se assina “Roney Marques” — não sei se moço ou moça — me envia o seguinte comentário (publico como chegou):
“É de se compreender o seu incomodo com o fato de sociologia e filosofia serem disciplinas obrigatórias…o censo crítico delas ficará mais aguçado e ae não vai perder tempo lendo certas babaguices alguns colunistas pseudo-jornalistas andam publicando por ae. Seu blog por exemplo, acredito q seria largado as traças.”
Deu para entender mais ou menos, não? Os quadrúpedes são mesmo incapazes de pensar logicamente. Esse aí deve ter sobrevivido até agora por instinto. A pessoa defende filosofia e sociologia na escola e acha que eu sou contra (o que é falso!). Diz que, com “censo” (!) crítico mais aguçado, os leitores deixariam meu blog de lado e não leriam certas “babaquices”. Logo, se o ser está aqui, é porque lhe falta, segundo seus próprios critérios “censo” crítico aguçado!
É possível que não tenha tido filosofia e sociologia na escola. Português, se teve, foi inútil. Vejam (em vermelhito) quantos erros cometeu a cavalgadura em quatro linhas (ignorei a “linguagem” de Internet: “ae”, “q”…). “Censo crítico” deve ser coisa do IBGE. Ele quis dizer “senso”. Tenho certeza de que é favorável à diminuição da carga horária de português nas escolas. Deve pensar como aquele secretário: “Se saí da escola analfabeto com as aulas que existem hoje, quem sabe cortando…”
Vá procurar a sua turma, “babaga”!!! O pasto fica em outros blogs.
Eles não se contentam em se meter na nossa vida; também querem se meter na nossa cama!
Ô vida dura!
Escrevi
ontem um texto, que circulou bastante por aí, demonstrando que o PT que
salva Valdemar Costa Neto quer censurar Gisele Bündchen. Alguns
leitores, mesmo contrários à censura, insistem, no entanto, que a
propaganda discrimina as mulheres etc e tal. Eu não julgo intenções de
ninguém. Limito-me àquilo que vejo. Uma peça publicitária em que
Gisele, sendo quem é, aparece apenas como uma lourinha burra e
submissa, que estoura o cartão de crédito do marido, está optando pelo
humor, pela ironia; está afirmando uma coisa no texto e seu contrário
no subtexto.
Caramba!
O que está acontecendo com o país? Aonde vai nos levar a estupidez
politicamente correta? Sim, é pretexto para vender calcinha e sutiã. E
daí? Prefiro propaganda que vende produtos àquela que quer vender
“valores”. Nada me deixa mais de bode do que essa turma que quer
incutir bons sentimentos enquanto empurra sabonete, serviços bancários,
creme anti-rugas (na grafia que ainda adoto). Não suporto aquela gente
“consciente”, com cara de que viu a coisa. Gisele não! Moleca, marota,
sensual. E ela até já confessou que faz xixi no chuveiro para
economizar água… Viram só o que pode fazer certo ecologismo?
E sou obrigado a lembrar: aquilo é de mentirinha, viu, gente? Alguma mulher que me lê, a sério, botaria uma roupa sensual antes de dar uma má notícia ao marido? Tenham paciência! Se a propaganda fosse um texto em linguagem referencial, uma bula de comportamento, se ofensa houvesse, seria aos homens: por uma bela calcinha, os bobalhões aceitariam qualquer coisa. Nunca tive um amigo que desse tanta importância assim à lingerie. Ou melhor, tive um. Se pudesse, ele a usava…
Esse governo tem mais “ministras” do que qualquer outro. A questão é bastante explorada pelo marketing. Mais de uma vez se disse que isso é evidência da capacidade das mulheres — eu escolheria outras para as tarefas, mas isso tem a ver com questões políticas, ideológicas etc. Muito bem. Dado o marketing, verdadeiramente ofensiva, então, às mulheres é a presença das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) no lançamento do livro de José Dirceu, o chefe de quadrilha (segundo aponta a Procuradoria Geral da República). Mas notem ali a expressão que condiciona a minha afirmação: “Dado o marketing”… Eu não trabalho com essas categorias. Mulheres podem se sentir mais bem-representadas por homens e vice-versa. Essa também é uma questão cretina.
O ponto é outro
A patrulha — a ideológica propriamente ou a do politicamente
correto — é um mecanismo duplamente perverso. Em primeiro lugar, porque
quer impor a censura em nome de valores superiores. Em segundo lugar,
porque pretende selecionar os grupos sociais ou indivíduos que podem
fazer ou falar certas coisas e os que não podem. Quando Lula afirmou
que a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, era um “pólo exportador
de veados”, os patrulheiros fecharam o bico: “Ah, ele está brincando!”
Imaginem essas palavras na boca de um dos políticos “da direita”.
Querem
outro exemplo? Finalmente, voltou a ter uma novela às 21h, na Globo.
Aquele coquetel insuportável de causas de Gilberto Braga, com o
espírito sempre civilizador e catequético das esquerdas chiques, deu
lugar a divertidas tiradas politicamente incorretas de Agnaldo Silva,
que é um craque. Infelizmente, um autor heterossexual não poderia
escrever “Fina Estampa” — ou, ao menos, não poderia criar a personagem
“Crodoaldo”. Seria acusado de homofobia. Agnaldo, reitero, é muito bom
no que faz. Não tenta posar de Proust de Ipanema ou do Leblon ou de
reformador da suposta moral bronca do povo. Não se atrevem a
“denunciá-lo” porque seria complicado demonstrar a sua… homofobia. Mas
a irritação do sindicalismo gay com ele é grande. Ele é gay, mas não é
do sindicato. E isso, para muita gente, é insuportável.
Digam-me cá: quando venderam ao eleitorado a então candidata Dilma como “mãe do povo”; quando ela mesma disse que saberia cuidar melhor do Brasil, porque mulheres lidam com o orçamento doméstico, e saiu por aí tentando fazer omeletes — coisa que ela visivelmente não sabia —, por que os patrulheiros de esquerda não acusaram aquela marquetagem de machista? Mas ai deste cronista “polêmico”, como fui definido outro dia, se, num acesso de irritação com Dilma, escrever: “Pô, vá fritar ovo!!!” Apareceria alguém para acusar: “Você jamais diria isso a um homem…” É possível! Mas nunca vi homem fritando ovo na televisão para provar que pode governar o Brasil.
Volto a Gisele e sua lingerie. A ministra Iriny Lopes deveria é se ocupar das meninas que se prostituem Brasil afora em vez de tentar estabelecer uma bula politicamente correta para a propaganda e, se pensarmos bem, para o comportamento dos casais na cama. Se uma mulher quer usar uma lingerie para dar um truque no seu homem, o que ela tem com isso? Se ele quer fingir que se deixou enganar, vai a Iriny se meter no meio do casal para dar um pito?
E ainda há o eventual efeito colateral e inesperado: sempre que lingerie for, de algum modo, a pauta, vai que Iriny tome de assalto a memória que temos de Gisele e a gente comece a pensar no cartunista Laerte… Aí o desastre será completo.
A revolta dos sociólogos e dos filósofos. Ou: Escola pra quê?
Ah, como é cheia de indignação a razão dos tolos! Escrevi na terça-feira um texto intitulado O Brasil precisa de menos sociólogos e filósofos e de mais engenheiros que se expressem com clareza, comentando uma proposta estúpida do secretário de educação de São Paulo, Herman Voorwald, que quer reduzir a carga horária de português e matemática do ensino médio público de São Paulo. Em seu lugar, a depender do currículo (haveria três), entrariam aulas de sociologia, filosofia, espanhol, artes e física.
Pra quê!!! Foi um deus-nos-acuda! Alguns, creio, filósofos e sociólogos ficaram indignados, achando que quero banir a sociologia e a filosofia do país. Houve até quem indagasse: “E o que diria seu queridinho FHC?” FHC não é meu “queridinho”. É um ex-presidente da República, o mais importante que o país já teve. Achei que tinha ficado claro que ia lá um tanto de ironia, como em toda generalização. E até citei duas obras de Marx — o dos furúnculos no traseiro (isso, então, gerou alguns comentários engraçados, como se eu tivesse ofendido uma divindade!) — que, com absoluta certeza, boa parte dos cretinos que me atacaram não leu. Se soubessem do que falo, teriam percebido o tal viés irônico. Eu nada tenho a fazer com esse grau de estupidez.
Ainda ontem, no Estadão acho, Voorwald, o insaciável, comentava que, a despeito do número de aulas, que ele certamente considera grande, de português e matemática, os alunos têm um mau desempenho nas provas oficiais. O governador Geraldo Alckmin deveria demiti-lo. Há o risco de este senhor fazer uma grande bobagem na educação paulista porque é incapaz de pensar com lógica e porque parece tendente a transformar inação em categoria de pensamento. Ora, segundo o gigante, se o desempenho dos estudantes é ruim com a carga que temos, então por que não reduzi-la? Não é estupendo? Mais: se há sinais de que essas aulas não estão funcionando, qual é seu dever funcional? Atuar para que funcionem. Ele prefere cortar e ministrar outras disciplinas que também não funcionam… Se as medidas que propõe forem implementadas, haverá certamente uma queda no desempenho dos alunos do estado nas provas oficiais — isso é certo como dois mais dois são quatro; ou eram, antes de ele chegar à Secretaria. Percebo, um tanto estarrecido, que o homem não está sozinho nesse pensamento. Muitos dos que me escreveram acham a mesma coisa: “Já que os resultados são ruins, então que se corte a carga…” Deus do céu!
Nove entre dez pessoas que me atacaram — não publiquei as ofensas; vão ofender a vovozinha! — vêm com aquela conversa horripilante de que sociologia, filosofia e artes ensinam o aluno “a ter espírito crítico”. Infelizmente, chama-se “espírito crítico” o proselitismo ideológico vagabundo, ignorante, pilantra, vigarista, picareta, bucéfalo (acrescentem aí quantos adjetivos desse paradigma quiserem) que hoje grassa nas escolas, inclusive, e muito especialmente, nas particulares, “de elite”. Está cheio de comunista (ainda há isso no Brasil; na China, já acabou!) de meia-tigela que não quer saber de fazer pregação no Capão Redondo, sem ar condicionado. Prefere os Jardins, o Morumbi e o Alto de Pinheiros porque é mais tranqüilo pregar as virtudes do socialismo para os filhos da Dona Zelite. O efeito positivo insuspeitado, nessa camada social ao menos, é que os alunos ficam com o saco cheio de conversa mole. Uma boa forma de combater o comunismo (sim, a escola brasileira é um parque dos dinossauros ideológicos) é deixar que os comunistas falem o que pensam…
Mas é claro que também fazem um mal imenso aos alunos. Tomam o seu tempo. Essa gente tem o topete, a ousadia e o mau-caratismo de querer substituir a família na construção dos valores dos indivíduos. Cumpre, sim, ao corpo docente ser procurador do regimento da instituição a que pertence e das leis do país — estamos, afinal, numa democracia. É pura mistificação esse negócio de que seu papel é “ensinar o aluno a pensar” — como se esse “pensamento” a ser ensinado fosse neutro e não estivesse eivado por valores ideológicos. Seria, sim, de todo desejável que a escola, HOUVESSE TEMPO PARA ISSO, ministrasse um bom curso de história da filosofia e contrastasse o entendimento das várias correntes da sociologia. Mas não é isso o que se vê porque boa parte dos cretinos, repetindo os alemães que o próprio Marx esculhambava em “A Ideologia Alemã”, estão menos ocupados em formar os estudantes do que em transmitir os seus valores.
Há, sim, uma perda enorme de tempo e energia. Querem um exemplo escandaloso? O currículo de geografia é o samba-do-submarxista-ignorante-e-doido. Há nele, e os livros da disciplina o demonstram, um pouco de tudo: sociologia, filosofia, economia, política, ecologia… Há até geografia!!! Aquele professor de antigamente, do qual se faz caricatura, que dava chamada oral para saber se o estudante havia decorado os afluentes da margem direita do Amazonas, era intelectualmente mais honesto. O currículo se perdeu. Tudo é possível! E o mesmo acontece, com raras exceções, nas aulas de filosofia e sociologia.
Sim, eu fiz uma generalização um tanto irônica para chamar a atenção para o gosto que a escola brasileira tem pela conversa mole, pelo discurso, pela retórica vazia, pela saliva. Isso está patente nos livros didáticos. Há autores que analisam a sociedade em Roma Antiga segundo os critérios com que Marx, o furunculoso, analisava o capitalismo inglês do século 19. Eu poderia dizer que o “fazem na maior cara-de-pau”. Mas é coisa pior do que isso: é burrice mesmo, falta de formação, falta de inteligência.
É escandaloso que esse pensamento da escória esquerdista tenha de ser combatido em 2011? É, sim! Isso dá conta do nosso atraso — daqui a pouco vou escrever um texto sobre a Faculdade de Direito da USP, a lendária São Francisco, só para deixar claro que a demagogia e a estupidez atingem o alto escalão do ensino universitário também. Muito se reclama da falta de verba da educação, das condições precárias do ensino, dos baixos salários… Sim, tudo sempre pode ser melhorado. Mas o dinheiro não é tão pouco que justifique tanta ruindade. O que há mesmo é falta de gestão.
Querem mais filosofia, artes e sociologia no ensino médio? Muito bem! Então, primeiro, será preciso aumentar o tempo de permanência do estudante na escola — como fazem, aliás, alguns estabelecimentos privados que ministram essas disciplinas sem prejuízo do português e da matemática, que são, na verdade, duas linguagens, duas ferramentas que organizam as demais áreas do saber. Se, hoje, são ministradas de forma precária, não será reduzindo a carga que se vai chegar a algum lugar. O estado oferece essa alternativa? Ainda que oferecesse, os estudantes — muitos deles trabalhadores — têm como ficar mais tempo na escola?
Não, senhores! Uma coisa não pode ser feita em prejuízo da outra! Mais: é preciso definir o repertório dessas aulas de filosofia e sociologia. O que vai ser ensinado? Quais são os textos de referência? A cascata de que “o aluno precisa aprender a pensar” é só um misto de arrogância com vigarice ideológica — no geral, dá-se de barato que o sujeito só pensa quando comunga de valores da esquerda. Vai ver é por isso que só existe socialismo propriamente dito em Cuba (já é possível vender carro velho por lá…), no Laos e na Coréia do Norte. A China e o Vietnã já redescobriram a economia de mercado.
Quando
afirmei que precisamos de menos sociólogos e filósofos e de mais
engenheiros, alertava para a necessidade de a escola ser mais objetiva,
mais técnica e menos retórica. Era, assim, uma espécie de metonímia.
Mas poderia ser linguagem puramente referencial. Com a economia
crescendo a 4%, 5% ao ano, faltam mesmo engenheiros no mercado.
Filósofos e sociólogos do tipo que temos produzido são bons para
depressão econômica. Em tese, fica mais fácil vender o peixe do
socialismo — um peixe do século 19.
*
E um PS para o professor Herman
Voorwald: as escolas particulares de elite — já existe esse serviço
também para os pobres — certamente não acatariam a sua sugestão
cretina. Isso só serviria para aumentar o fosso, que já é gigantesco,
entre o ensino público e o privado.
Churchill, Thatcher, Kohl ou Reagan não tiveram filme em vida para relatar sua “modesta obra”. Já Lula e Marina Silva…
A imodéstia dos “heróis brasileiros” é realmente uma coisa espantosa. Imaginem: já existia cinema ao fim da Segunda Guerra, como vocês sabem. Não ocorreu a ninguém fazer um filme sobre a vida de Churchill, não com ele vivo ao menos. Helmut Kohl foi fundamental na reunificação alemã. Nada de filme. Margareth Thatcher tirou a Grã-Bretanha de uma estagnação que já estava se tornando histórica. Ninguém quis saber da trajetória daquela filha de operários. No cinema, Ronald Reagan, que mudou a economia dos EUA e do mundo e pôs fim, com Gorbachev, à Guerra Fria, não mereceu, nem da indústria hollywoodiana, uma biografia de exaltação. Contentou-se com os filmes B que protagonizou como ator.
Mas
Lula, Ah, Lula… Ele não venceu uma guerra, não reunificou um país, não
inaugurou uma nova era da economia nem pôs fim à Guerra Fria. Mas já
ganhou um filme hagiográfico. Em vida! Naufragou. Marina Silva ficou
com inveja. Ela também terá o seu. Leiam o que informa a Folha Online
(íntegra aqui). Volto depois.
*
Atriz de “Cordel Encantado” vai viver Marina Silva no cinema
A
atriz Lucy Ramos, que interpretou a cozinheira Maria Cesária na novela
“Cordel Encantado”, da TV Globo, foi escolhida para interpretar a
ex-senadora Marina Silva (sem partido) no cinema. Dirigido pela
cineasta Sandra Werneck, o filme será baseado no livro “Marina - A vida
por uma causa”, de Marília de Camargo César. O filme contará a história
da vida de Marina desde sua infância, nos seringais, passando por fatos
marcantes da trajetória pessoal e política da ex-ministra do Meio
Ambiente, que foi candidata à Presidência da República pelo PV no ano
passado e conquistou quase 20 milhões de votos.
(…)
Voltei
O filme deve ser lançado em 2013, um ano antes da eleição presidencial,
a que Marina deve concorrer por um partido qualquer — isso é
irrelevante. Esse personalismo é feio só nos outros políticos. Em
Marina, é poesia! No caso de Lula, vá lá, a obra, ainda que
escandalosamente menor do que ele mesmo anuncia, precedeu o filme.
Marina consegue ser ainda mais arrogante. O filme virá antes da obra, se obra houver. E acreditem: a sua vida no cinema tende a fazer um pouco mais de sucesso do que a de Lula. A razão é simples: embora Marina seja, muito provavelmente, a personagem pública mais arrogante da política brasileira, ela sabe fingir modéstia, coisa que ele não consegue.
Texto publicado originalmente às 21h44 desta quinta
PSDB paulista aprova prévias amplas para escolha de candidatos às eleições municipais de 2012
Por Cleide Carvalho, de O Globo:
“Se tiver que fazer, que faça logo. O quanto antes melhor. Não vamos
dar oportunidade ao azar, a qualquer coisa que possa nos atritar. Não
vamos nos atritar, não vamos nos fustigar. Daqui sairá o próximo
prefeito de São Paulo”. Foi assim que o deputado federal José Aníbal,
único dos quatro postulantes tucanos a representar o partido nas
eleições municipais de 2012, resumiu, antes mesmo da votação das
propostas, o espírito dos que foram vencidos pela decisão do PSDB
paulista de realizar prévias irrestritas, com direito a voto a qualquer
pessoa que tenha se filiado ao partido há mais de seis meses.
A votação foi tensa e apertada. Por 31 votos a 23, os integrantes do diretório estadual do partido derrotaram a proposta número 1, que exigia dos filiados uma inscrição para votar nas prévias. Segundo Júlio Semeghini, o PSDB tem cerca de 20 mil filiados na capital paulista. Se fosse exigida inscrição, calculam representantes do partido, votariam nas prévias não mais que 5 mil pessoas. “Votei com a militância da capital, que preferia que votassem apenas os filiados inscritos”, disse José Aníbal ao explicar seu voto.
A votação foi aberta e nominal. (…) Os principais líderes presentes à reunião exaltaram a realização das prévias. Coube a militantes do partido defender as restrições aos votos de filiados. Em sua maioria, argumentaram que são eles que suam a camisa para fazer campanha e que não é justo que filiados sem atuação partidária firme escolham candidatos.
Dilma, aproveite decisão da Justiça e desista do delírio megalômano do Trem Bala! Como sabe a “presidenta”, falta dinheiro para um setor essencial: saúde
Leiam o que informa o Estadão Online (íntegra aqui). Volto em seguida:
Justiça Federal de Brasília manda suspender leilão do trem-bala
Por João Domingos, no Estadão:
A Justiça Federal de Brasília suspendeu todos os procedimentos que
visem a licitação para a exploração do trem-bala que deverá ligar as
cidades do Rio de Janeiro a Campinas, passando por São Paulo. A
suspensão deverá vigorar até que a Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) regularize todas as linhas de transporte público
interestadual no País com extensão superior a 75 quilômetros.
A decisão do juiz substituto Alaôr Piacini, da 9ª Vara da Justiça Federal, acolheu pedido do Ministério Público Federal no DF (MPF/DF), segundo o qual, antes de cuidar do trem-bala, a ANTT deve fazer a licitação prévia para o serviço de transporte público, conforme previsto na Constituição de 1988. A ANTT avisou, por intermédio de sua assessoria, que vai cumprir a decisão da Justiça, mas já determinou os estudos jurídicos para apresentar recurso que a libere para tocar a licitação do trem-bala.
De acordo com o MP, apesar das determinações que mandam a União fazer a licitação para o transporte interestadual, até hoje as empresas que operam centenas de linhas mantém o serviço de forma contrária à Constituição. Algumas chegam a manter contratos administrativos com a União, operando o serviço com base em meras autorizações, de forma totalmente precária, alegou o Ministério Público.
De acordo com o MP, por mais de uma vez o Tribunal de Contas da União (TCU) e a própria ANTT estabeleceram cronogramas para regularizar o problema do transporte interestadual. Sucessivamente, porém, as metas foram descumpridas. A decisão da Justiça Federal de Brasília obriga a ANTT a publicar, já no próximo mês, editais de licitação para a concessão de novas outorgas de exploração de todas as linhas do transporte rodoviário interestadual e internacional cuja extensão seja superior a 75 quilômetros.
A mesma decisão proíbe a União de conceder subvenção econômica para a implantação, concessão ou exploração do trem de alta velocidade na estrada de ferro EF-222 (Rio de Janeiro - Campinas), seja por equalização de juros ou qualquer outra forma enquanto não estiverem devidamente outorgadas todas as linhas de serviço público de transporte de passageiros previstas nas Resoluções 2.868 e 2.869, da própria ANTT.
Voltei
A presidente Dilma Rousseff tem aí um excelente pretexto para
cair fora dessa maluquice. O trem-bala — dados o custo, a falta de
disposição da iniciativa privada de entrar no negócio e a absoluta
desnecessidade — é uma das idéias mais alopradas da história
brasileira. Sabe-se lá por quê, Dilma cismou com essa alucinação.
Dilma, saiba enxergar uma janela de oportunidades quando diante de uma.
Maluf e família, finalmente, são réus no Supremo!!!
Na Folha Online (mais aqui):
O STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou nesta quinta-feira (29) a denúncia contra o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e sua família pelo crime de lavagem de dinheiro. A Corte, no entanto, rejeitou a denúncia contra o deputado pelo crime de formação de quadrilha.
Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o dinheiro lavado foi desviado de obras públicas quando Maluf foi prefeito de São Paulo (1993-1996), remetido ilegalmente ao exterior por doleiros e, por fim, “lavado” em investimentos feitos na Eucatex, empresa da família. Durante o julgamento, a defesa de Maluf negou o crime.
Também foram denunciadas pela Procuradoria outras dez pessoas, entre elas a mulher de Maluf, Sylvia, os filhos Flávio, Lígia, Lina e Otavio e outros familiares
Gurgel
afirmou que a maior parte do dinheiro foi desviada por meio da
construção da avenida Água Espraiada, na zona sul de São Paulo. “Essa
obra, concluída em 2000, teve o custo final extremamente absurdo de R$
796 milhões, ou cerca de US$ 600 milhões”, disse. “Essa foi a fonte
primordial dos recursos utilizados na lavagem [de dinheiro].”