Marcado na quarta-feira pelo próprio Serra e articulado pelo deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), o encontro reuniu sete dos nove deputados estaduais do PMDB, além de um suplente - os ausentes alegaram viagens pelo interior do Estado. Embora não admitam oficialmente que a legenda apóia a provável candidatura de Serra, os peemedebistas não negam que são mais próximos do tucano que da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff - que ganhou nesta semana a indicação do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, como futuro vice .
O líder da bancada do PMDB no Legislativo gaúcho, Gilberto Capoani, um dos organizadores do encontro, disse que os deputados “expressaram simpatia” pela candidatura do tucano:
“Serra não chegou atropelando, ele é um político muito habilidoso. Disse que queria estreitar relações com os deputados do PMDB e conhecê-los pessoalmente. E os deputados expressaram simpatia pela candidatura de Serra. Ainda defendemos a candidatura própria do PMDB, mas ela está cada vez mais distante e, se não se confirmar, teremos que procurar outro caminho. A Executiva sinalizou Temer como vice de Dilma, mas ela não conta com a simpatia do PMDB do Rio Grande”, disse Capoani.
O deputado federal Osmar Terra (PMDB), que vem articulando a aproximação de Serra com o PMDB gaúcho, disse que não aceita críticas às suas ações. “Foi o próprio Serra quem me pediu a aproximação. A Executiva Nacional tomou a decisão (de indicar Temer para a chapa de Dilma) sem ouvir nenhum diretório, não tem um presidente que tenha sido ouvido para ver se queria o Temer vice da Dilma. Nenhum deputado foi ouvido, ninguém me perguntou nada. Eu me sinto à vontade para fazer o que eu quero e o que é mais justo e mais importante para o Brasil.”
Serra também não confirmou um apoio formal do PMDB gaúcho, mas deu a entender que terá o apoio de mais de um candidato ao governo do Estado - a tucana Yeda Crusius e o peemedebista José Fogaça. Na saída da reunião, que foi a portas fechadas, disse que o encontro com a bancada havia ficado pendente em sua última vinda ao estado, no começo de maio.
“Onde a gente tem afinidades, a gente procura companhia. Eu tenho uma afinidade muito especial com o PMDB no Rio Grande do Sul, desde que voltei do exílio, em 1978. E, portanto, é natural que, em uma campanha política, a gente procure ficar próximo de quem tem afinidade. Aqui, prevejo mais de um aliado do ponto de vista da disputa estadual, mas uma unidade comum em torno da candidatura a presidente é natural; para mim, foi assim também em 2002 aqui no Rio Grande do Sul e provavelmente vai ser algo semelhante agora.
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Tucano costura acordo com o PP gaúcho
O ex-governador paulista não encontrou a governadora tucana Yeda Crusius, mas esteve no diretório estadual do PSDB por cerca de 30 minutos para conversar com lideranças e alinhavar o acordo com o PP. Após a reunião, Serra fez um afago nos tucanos gaúchos e na governadora, já que na quarta-feira, após a confirmação da reunião com o PMDB, dirigentes do PSDB no estado sequer sabiam da vinda do pré-candidato.
“O PSDB gaúcho está sabendo enxergar as questões locais junto com as questões nacionais. Neste sentido, me sinto honrado pela confiança que tem sido depositada em mim. Queria também deixar meu abraço à governadora Yeda que não pode estar aqui, que é uma mulher de valor, que modernizou todo o lado financeiro do Rio Grande do Sul, que não era pouca coisa, não.”
De lá, Serra partiu para a sede do PP, onde, depois de uma reunião a portas fechadas com lideranças progressistas, saiu com acordo fechado de apoio do partido na chapa de Yeda. A partir da coligação, que deve ser oficializada pelo PP na segunda-feira, os progressistas indicarão o vice da pré-candidata tucana, terão um candidato ao Senado e coligação na nominata de deputados federais. Ainda não está confirmada uma coligação para deputados estaduais.
“O PP é um partido muito importante no Rio Grande. Tem 149 prefeitos, perto de 1,2 mil vereadores, está entranhado na sociedade e na economia gaúcha. Para nós, é motivo de satisfação a perspectiva desta aliança. Diria que já caminhou amplamente e que na semana que vem possa ser consagrada. E nenhum estado é independente do que acontece no resto do Brasil e vice-versa, no caso de um estado com o peso do Rio Grande do Sul”
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