Num dia só, o pelego metido a valentão prometeu lutar por Dilma ‘de arma na mão’ e anunciou a rendição do exército da tubaína
Num dia só, o pelego metido a valentão prometeu lutar por Dilma ‘de arma na mão’ e anunciou a rendição do exército da tubaína
Cara balofa de quem repete a sobremesa, silhueta de quem só sua a camisa em comício e tem o peso calculado em arrobas, o companheiro Vágner Freitas é uma das incontáveis provas ambulantes de que os líderes sindicalistas do lulopetismo só se mostram bons de briga quando combatem pratos de comida empunhando garfo e faca. A fachada sem parentesco com a de um militar profissional não o impede de fingir que nasceu e cresceu num quartel. Nesta quinta-feira, por exemplo, Freitas apareceu fantasiado de oficial condecorado na missa negra celebrada pela salvação do governo moribundo.
O vídeo resume a performance do general de cordão carnavalesco. Depois de confundir boné com quepe e trocar a presidência da CUT pelo comando de outra tropa de chanchada, Freitas caprichou no dilmês erudito: “Quero dizer em alto e bom tom que somos defensores da unidade… nacional, na construção de um projeto nacional de desenvolvimento para todos e para todas”. Feita a introdução, desandou na beligerância: “Isso implica agora, nesse momento, ir pras ruas entrincheirados, com arma na mão, se tentarem derrubá a presidenta Dilma Rousseff”.
O entusiasmo da soldadesca reunida num salão do Planalto animou-o a reiterar a declaração de guerra à sensatez e ao estado de direito: “Seremos, presidenta Dilma… qualquer tentativa de atentado à democracia, à senhora ou ao presidente Lula, nós seremos o exército que vai enfrentá essa burguesia na rua”. Além das divisões do MST chefiadas por João Pedro Stédile, os 71% de brasileiros indignados com a era da canalhice teriam de enfrentar um segundo exército movido a tubaína, sanduíche de mortadela e cédulas de 50 reais. Certo? Errado, informou a pronta retirada empreendida por Freitas.
“Foi apenas uma figura de linguagem”, recuou o falastrão. “É a arma da construção da democracia. É a arma do debate das ideias, nunca de nenhum tipo de violência física, nada bélico”. Nesta sexta-feira, uma nota oficial consumou a rendição sem luta. Não se deve enxergar na discurseira “um chamado à violência, ao uso de armas de fogo”, diz um trecho. “Nossas armas são o poder de convencimento, a organização, a formação política, a mobilização, o debate de ideias, a ocupação dos espaços, sejam as ruas, sejam os locais de trabalho, a greve geral, essa sim a nossa maior arma”.
A bravata confirmou que valentia de pelego cevado nos banquetes, mesadas e favores do poder dura menos que um dia. Foi concebida para assustar os milhões de brasileiros fartos de corrupção e incompetência. Acabou transformado num motivo a mais para que, neste 16 de Agosto, os protestos de rua mostrem com contundente clareza que é o povo quem manda no país.
(por AUGUSTO NUNES)
Valentina de Botas: A CUT anuncia a luta armada para defender a mamata concedida na república dos pixulecos
VALENTINA DE BOTAS
É normal passear aos domingos, como neste 16 de agosto, um domingo como outro qualquer e isso o torna especialíssimo: é coisa corriqueira cidadãos de um país que buscam a trilha da civilização marcharem contra um governo ladrão e inepto, anormal é não fazê-lo; e é especial porque levou 13 anos para raiar. Somos corriqueiros, portanto reconhecemos quando o destino salpica coisas especiais no nosso cotidiano acostumado a si mesmo.
Então, tudo se perfuma, não é mesmo? São ridículos os atos grandiloquentes, cansativas as falas retumbantes. Há virtude e nobreza em viver na trivialidade. Sonhamos; nascemos; temos na ponta da língua, sem conseguir lembrar, o nome daquele filme com aquele ator que teve um caso com aquela atriz que era a preferida daquele diretor. Que mais? Desperdiçamos nosso tempo e o alheio; perdemos a hora.
Coisas básicas, comezinhas, emprestando algum sentido à realidade que quase sempre se vira sem ele. Dilma Rousseff, continuadora do regime que torna o assalto ao Estado uma normalidade com a qual o brasileiro vinha se ajeitando e dando graças Deus; a presidente que verga, mas não quebra porque lhe foi mais lucrativo quebrar a Petrobras; e que, vestindo a legitimidade do cargo como uma roupa que não lhe serve mais, janta com autoridades dos três poderes rebaixadas no festim escarnecedor para deglutir a institucionalização do país.
A incompetência e a arrogância convictas mantêm Dilma alheia ao agravamento da crise econômica e em confronto com a maioria da população. Assim, o presidente da CUT, nutrida por uma grana da qual está dispensada de prestar contas recolhida até de quem não é sindicalizado, anuncia a luta armada para defender a mamata concedida na república de pixulecos. A grandiloquência da patifaria no Palácio da Alvorada, patrimônio de todos nós que pagamos tudo, ofensiva à democracia verdadeira, louva a democracia fictícia dos vigaristas em mais um ato de escárnio com as instituições e a nação.
Com que armas o sindicalista paramilitar lutará? Compradas onde e de quem? Vai atirar em gente desarmada? Os que marcharemos no domingo não temos sequer as oposições, armados que estamos apenas com a lei e nossa indignação. A presidente encontra-se sitiada pela lei, da eleitoral ao código penal, e não pela “turma do Leblon” ou “dos Jardins”, ao contrário do que vociferou o líder do MTST que fura a fila das moradias populares. Cerzindo a continuidade do mandato com apoios comprados e arrendados, nessa hybris sem volta, Dilma Rousseff insiste em ignorar os anseios por normalidade da população.
Claro, dia 17 seremos ainda um país onde apenas metade das residências tem rede de esgoto, com uma educação desoladora, com uma canalha política gozando a vida, enfim, ainda um país sob a vigência de mazelas curáveis se aplicado o tratamento correto, mas a passividade diante da anomalia chamada PT, o fenômeno mais sórdido da história da república, é vulnerabilidade que agrava todas as outras. Dia 16 só será especial se os indignados marcharmos pela normalidade.
O povo vai fazer neste domingo o que Lula recomendou no Programa Sílvio Santos
Na campanha presidencial de 1989, perturbado pelo favoritismo do adversário Fernando Collor, Lula transformou em palanque o palco do Programa Silvio Santos, transmitido pelo SBT. Para convencer o auditório e os espectadores de que disputas políticas não podem ser encerradas no momento em que termina a apuração dos votos, o farsante que qualifica de “golpe” a mobilização contra o governo Dilma Rousseff disse o seguinte:
“É preciso a sociedade brasileira tê influência nas decisões. Sabe qual é a desgraça desse país? É que o povo vai dia 15 de novembro votá e depois não liga mais pra nada, fica esperando a outra eleição. O povo precisa votá, precisa cobrá, exigi, xingá, fazê protesto, passeata, manifestação. É a única forma… é a única forma de fazê a classe política entendê o povo”.
A recomendação feita por Lula há 26 anos será novamente seguida neste domingo. Em centenas de cidades do país e do exterior, milhões de brasileiros exigirão nas ruas o sepultamento do governo que acabou sem ter começado.
(por AUGUSTO NUNES)
Se Lula é admirado pela esquerda, então seu problema não pode ser com a riqueza e a desigualdade
A ascensão financeira da família Silva é impressionante. O pobre garoto nascido em Garanhuns, no interior de Pernambuco, chegou ao topo da hierarquia política nacional, mas isso, por si só, não enriquece ninguém. Só que Lula resolveu, após sair da Presidência, tornar-se um “empresário”, um “palestrante”, e foi assim que amealhou verdadeira fortuna. Sua empresa, segundo relatório de órgão de fiscalização do governo, faturou R$ 27 milhões em apenas quatro anos, sendo R$ 10 milhões de empresas envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.
Atentem para o número: Lula ganhava espantosos R$ 13 mil por minuto de palestra! Além disso, seus filhos também ficaram milionários. Um deles, que trabalhava num zoológico com salário baixo, vendeu uma empresa de tecnologia por milhões para a Telemar, interessada na época em uma mudança da Lei Geral de Telecomunicações para poder comprar a Brasil Telecom. Outro filho abriu uma empresa de eventos e, meses depois, já tinha faturado mais de 6 milhões de reais.
As evidências de corrupção, de influência de poder político, saltam aos olhos. Mas eis o foco desse artigo: mesmo supondo que essa riqueza toda foi conquistada de forma legal e legítima, premissa que parece absurda, por que a esquerda não se incomoda com o milionário Lula e com seus hábitos burgueses? Lula tem triplex em frente à praia, só circula de jatinhos particulares, bebe dos mais caros vinhos, ou seja, leva uma vida de magnata. Mas isso não incomoda a esquerda?
Fazer essa simples pergunta expõe uma verdade chocante: não é com a riqueza em si, tampouco com a tão falada desigualdade, que a esquerda de fato se incomoda. É com aforma com a qual a riqueza foi obtida, e com a retórica do milionário. Ou seja, se os milhões todos vêm de um empreendimento bem-sucedido, e se o rico não discursa em nome da igualdade, então ele é execrado pela esquerda, como se fosse um egoísta explorador.
Mas se ele é rico por negócios próximos do governo, e é um político ou empresário que fala em nome da igualdade e contra a ganância, mesmo que acumule fortuna para si e sua família, aí ele é respeitado e admirado pela mesma esquerda. Se a esquerda admira e respeita José Dirceu e Lula, ambos podres de rico, então fica claro que essa esquerda não ataca a riqueza e nem a desigualdade, pois sem dúvida os dois são ícones de uma enorme desigualdade social. Já viram a mansão de Dirceu em Brasília?
Uma reflexão sincera, portanto, vai revelar ao leitor o que parece estar por trás do discurso igualitário da esquerda: a inveja em relação aos que ficaram ricos por mérito próprio, e não se sentem culpados nem precisam discursar em prol da igualdade de forma hipócrita depois. A justificativa de que o lucro é exploração, mentalidade marxista, não se sustenta, pois alguém está realmente disposto a argumentar que um empreendedor que fica rico do nada oferecendo um produto desejado é um explorador, enquanto os “consultores” Dirceu e Lula são uns abnegados?
Quando o presidente da CUT, além de convocar seus companheiros às armas de forma criminosa, ataca a “burguesia” ao lado de Dilma, para defender o PT de Dirceu e Lula, como levar a sério tal bandeira? O homem ainda fez isso com sua camisa Lacoste, marca das mais caras que existem, tendo como público-alvo o típico “burguês mauricinho”. Qualquer pessoa com um pingo de honestidade intelectual irá concordar, então, que a esquerda não condena a riqueza e a desigualdade de fato, e sim os que ficaram ricos por mérito próprio no mercado, aqueles que sabem não dever sua fortuna ao governo.
Da próxima vez que o leitor se deparar com um esquerdista atacando os mais ricos e condenando a desigualdade, basta perguntar a ele se sua revolta é tão grande assim em relação ao PT, uma máquina de produção de milionários, ainda que pelos métodos errados e obscuros. Se ele engasgar, se mudar o assunto, então você saberá estar diante de alguém que finge condenar a desigualdade, mas que no fundo odeia apenas os ricos honestos, por pura inveja.
Rodrigo Constantino
O governo bolivariano pode estar ruim para você, mas lucro dos bancos sobe quase 50%!
A coisa está feia, não é mesmo, leitor? Cada ida ao supermercado é aquele susto: caramba! E pensar que R$ 100 já foram grana, compravam um bocado de comida. A inflação come todo nosso salário, sendo que já labutamos até maio só para pagar impostos. Pode acrescentar mais um mês só para pagar o “imposto inflacionário” de 10%.
Depois tem aquele risco de desemprego. Afinal, o vizinho perdeu o dele. A crise é séria, e veio para ficar. Não dá para brincar em serviço. As empresas precisam sobreviver num ambiente hostil, com queda de atividade superior a 2% e sem boas perspectivas à frente. Quem vai contratar e investir em treinamento assim? Os jovens sofrem mais, sem dúvida.
E isso não é tudo. O trabalhador ainda precisa encarar aquelas horas perdidas no transporte público ou no trânsito caótico, e viver com medo da violência, de levar uma bala “perdida”, de ser assaltado por alguma “vítima da sociedade” que estupra e mata por falta de escola, mesmo quando teve escola. Não está fácil para ninguém, é o que todos dizem hoje em dia.
Mas não é verdade. Para alguns a situação não vai nada mal no Brasil petista. O governo bolivariano pode ter transformado sua vida num verdadeiro inferno, caro leitor, mas pergunte aos banqueiros se eles estão tão incomodados assim. A esquerda, afinal, não era uma grande ameaça; era uma grande oportunidade! Veja a notícia:
O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta quinta-feira que fechou o primeiro semestre do ano com lucro líquido de R$ 8,8 bilhões — uma cifra 9,1% maior que a registrada no mesmo período de 2014. Com o resultado, o ganho semestral conjunto de quatro gigantes do varejo do país (Itaú, Bradesco e Santander, além do próprio BB) somou R$ 33,8 bilhões, um incremento de 46,5% sobre o registrado nos primeiros seis meses de 2014, de acordo com dados compilados pela Austin Rating.
Para driblar a crise, o BB seguiu a receita dos concorrentes: elevou a margem financeira (spread, diferença entre o custo de captação dos recursos e quanto o banco cobra para emprestar) na ponta dos financiamentos. O banco elevou a projeção para a margem financeira este ano, da faixa de 9% a 13% para a de 11% a 15%. E também aumentou os ganhos com serviços (tarifas), como forma de compensar a desaceleração da demanda por crédito. De janeiro a junho, as receitas com serviços do maior banco do país totalizaram R$ 12,7 bilhões, 7,2% mais que um ano antes.
Por favor, não vá confundir esse texto com aqueles escritos pela esquerda revolucionária, que condena todos os banqueiros, o capitalismo, o lucro etc. Nada disso! Sou o primeiro a defender os bancos, sua função social, seu lucro legítimo… num ambiente de livre mercado. E eis o grande porém aqui: não temos nada parecido. Temos, ao contrário, um “capitalismo de compadres”, um sistema intervencionista que dificulta a vida do trabalhador e do pequeno empresário, enquanto cria condições favoráveis para o avanço de empreiteiras corruptas e banqueiros que elogiam a esquerda.
Gastos públicos altos, dívida do governo chegando a 70% do PIB, tudo isso pode ser um fardo para o cidadão comum, mas pressiona a taxa de juros para cima. O que mata a indústria é ganho para bancos. O único problema é que o desenvolvimentismo, de tão incompetente que é, vai acabar matando a galinha dos ovos de ouro. Quando isso acontecer, nem os bancos vão comemorar, pois a inadimplência terá explodido e os calotes vão machucar o bottom line dos balanços.
Mas até lá, ficamos com o seguinte cenário: um governo de esquerda, que flerta com o bolivarianismo, ferrou com a vida dos brasileiros, mas nem todos. Os banqueiros estão nadando em dinheiro, inclusive o maior deles, o próprio governo!
Rodrigo Constantino
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