Cotações domésticas do algodão caem com pressão sazonal de oferta e demanda enfraquecida
Pressão sazonal de oferta e demanda enfraquecida. Essa combinação foi a responsável por uma retração semanal de 0,74% das cotações do algodão em pluma no Brasil. No CIF de São Paulo, a fibra chegou à sexta-feira cotada a R$ 4,05/libra-peso. Os preços são semelhantes aos praticados no mesmo momento do mês passado. Porém, quando se compara à igual período do ano anterior, a queda é de 35,05%, informou a SAFRAS Consultoria.
Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Amarildo Bento, com a colheita praticamente finalizada e com quase metade da safra já beneficiada, a disponibilidade interna é grande. A demanda, mesmo com sinais de recuperação do PIB no país, não tem demonstrado pujança. Nesse cenário, a cadeia produtiva precisa da válvula de escape do escoamento via exportação para aliviar a pressão interna.
Prova disso é que o prêmio em Santos (contra Nova York) segue negativo. Há um ano, era +15,16 centavos de dólar por libra-peso. Atualmente, está em -6,69 centavos/libra-peso. Essa agressividade externa vem dando resultado, com as vendas externas superando às de igual momento do ano passado em cerca de 40%. “Com uma safra semelhante à da temporada passada, uma eventual manutenção do bom ritmo dos embarques ao exterior pode resultar num aperto no quadro de abastecimento no pico da entressafra”, completa o analista.
USDA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o relatório de setembro de oferta e demanda mundial de algodão para a safra 2023/24. O USDA estimou a produção global de algodão em 112,39 milhões de fardos, ante 114,12 milhões de fardos no mês passado. Em 2022/23 ficou em 118,7 milhões de fardos.
As exportações mundiais de algodão foram estimadas em 43,27 milhões de fardos para 2023/24, contra 43,86 milhões de fardos no mês anterior. A estimativa para o consumo mundial é de 115,88 milhões de fardos, ante 116,94 milhões de fardos no mês de junho. Os estoques finais foram projetados em 89,96 milhões de fardos, ante 91,6 milhões de fardos no relatório anterior. Na safra 2022/23, eram esperados 93,18 milhões de fardos.
A expectativa é que a China colha 27 milhões de fardos na temporada 2023/24, mesmo patamar estimado no mês passado. A produção do Paquistão para 2023/24 foi prevista em 6,5 milhões de fardos, mesmo valor estimado no mês anterior. O Brasil tem a safra 2023/24 estimada em 13,8 milhões de fardos, ante 13,25 milhões de fardos estimados no mês de agosto.
Já produção indiana de algodão deve chegar a 25 milhões de fardos em 2023/24, contra 25,5 milhões de fardos estimados no mês anterior. Por fim, os Estados Unidos deverão colher 13,13 milhões de fardos em 2023/24, contra 13,99 milhões de fardos estimados no mês de agosto.
0 comentário
Manejo integrado de pragas ganha destaque em cenário de maior pressão de insetos nas lavouras
Novas variedades de algodão FiberMax® do Sistema Seletio® chegam ao mercado com resistência a ramulária e nematoides
Algodão/Cepea: Baixa liquidez no spot e quedas externas pressionam cotações da pluma
Mercado doméstico de algodão apresenta preços firmes e mais movimentados
Algodão/Cepea: Altas de preços se intensificam neste início de dezembro
Abrapa celebra posse da nova gestão e marcos históricos para a cotonicultura brasileira