Estimativa do Rally da Safra é a mesma da Abrapa e Câmara do Algodão
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, participou, no dia 1º de março, do 15º Encontro de Previsão de Safra Anec/Anea, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais e pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, em Brasília (DF). Durante o evento, foram apresentados os dados mais atuais sobre a safra de soja, milho e algodão, que permitem traçar prognósticos aproximados tanto de produção e produtividade, quanto de mercado, preço, custos e rentabilidade. Os dados levantados na expedição Rally da Safra, que percorre as principais áreas produtoras das commodities no Brasil, foram expostos pelo presidente da Agroconsult, André Pessoa. O evento teve ainda um painel de sustentabilidade, que contou com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Na apresentação sobre o algodão, Pessoa lembrou que o Rally só pôde ver a fase de plantio. Segundo ele, o atraso em Mato Grosso foi recuperado a tempo de plantar a commodity, dentro da janela de baixo risco. “Talvez algumas áreas mais recentes já estejam fora da faixa ideal, mas nada dentro da zona de alto risco. Até aqui, 2022/2023 é uma safra que está se desenvolvendo bem, com perspectivas muito boas”, afirmou.
A previsão da Agroconsult coincide com a da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados do Mapa, de três milhões de toneladas de algodão beneficiado. “As lavouras agora estão muito bem. No ano passado, elas também estavam, à esta altura do campeonato, mas o resultado não foi o que esperávamos. Temos que aguardar um pouco mais”, recomendou. O consultor lembrou que, em 2022, foi, justamente, nos meses de abril e maio que faltou chuva, na maioria das regiões produtoras. Este ano, temos uma boa perspectiva de chuva para este período. É muito provável que tenhamos a confirmação de uma grande safra”, concluiu.
Para a soja, cuja colheita está na metade, a Agroconsult diz que a safra será muito boa, com exceção do Rio Grande do Sul. “A seca vai, infelizmente, quebrar a safra gaúcha, novamente. Por enquanto, ainda não é tão drástico quanto no ano passado, mas é muito ruim. De forma geral, no Brasil, a safra será acima de 150 milhões de toneladas. Por enquanto, estamos estimando em 153 milhões de toneladas”, prevê. A seca também prejudicou o cultivo do milho de verão. “As lavouras dos Rio Grande do Sul perderam um pouco do potencial produtivo, mas, ainda assim, alguns outros estados foram bem. Vamos fechar com cerca de 29 milhões de toneladas, na safra de verão, e uma ótima perspectiva para a safrinha, que está sendo plantada ainda”, finalizou.
“Foi muito bom poder voltar a participar do evento da Anea e da Anec, de forma presencial. A programação é sempre de altíssimo nível e os números nos permitem balizar as nossas decisões. O que vimos foi que eles estão em linha com as nossas previsões, o que nos deixa ainda mais otimistas por um resultado muito bom da nossa cotonicultura, neste ciclo”, afirmou Alexandre Schenkel.
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