Cultivo do algodão encerra colheita com marca histórica na produção, potencial de crescimento é otimista no Tocantins
A produção de algodão em caroço é mais uma atividade agrícola em expansão no agronegócio tocantinense. Segundo informações do 12º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra do algodão 2019/2020 encerrou batendo a marca histórica na produção, um crescimento de 57%, em relação à safra passada. Na safra anterior foram produzidas 17,74 mil toneladas, e nesta safra, alcançou o patamar de quase 27,87 mil toneladas de algodão.
A área de plantio do algodão também vem crescendo a cada safra, em 2018/2019 foram cultivadas 4,4 mil hectares de algodão, saltando para 6,74 mil hectares, um incremento de 53% na área cultivada, que segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Valdinei Sofiatti, a produção do algodão no Tocantins vem se destacando por apresentar condições favoráveis. “A produtividade da cotonicultura é comparada aquela obtida no restante do cerrado brasileiro, uma vez que as condições climáticas são semelhantes. Uma lavoura bem conduzida pode obter produtividade superior a 300 arrobas de algodão por hectare, equivalente as demais regiões produtoras do país. As condições de precipitação e temperatura são semelhantes as verificadas no Estado do Mato Grosso que é o maior produtor no Brasil”, destacou.
O pesquisador ressalta ainda que outros fatores contribuem para o crescimento da produção “algumas usinas de beneficiamento estão instaladas inclusive com ociosidade, podendo atender aumento de área cultivada, permitindo novos produtores que desejam iniciar na atividade e, ainda, a tecnologia está avançada utilizando as mesmas cultivares e um sistema de produção totalmente mecanizado do plantio a colheita no Tocantins”, complementou.
Para o engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), Antônio Cassio, o Tocantins mostra algumas características que estão atraindo os produtores a iniciarem os investimentos nessa cultura com, “logística para escoamento da produção, tanto para o mercado interno como para exportação, disponibilidade de energia elétrica para instalação de usinas de descoroçoamento em todas as regiões com potencial para produção e condições climáticas que permite um plantio mais tardio e até mesmo uma segunda safra precoce”, concluiu.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a produção no Brasil bateu recorde nos três últimos ciclos, concluindo a colheita 2019/2020 da cotonicultura, atingindo a marca de 2,9 milhões de tonelada, 5% a mais do que a safra anterior. O beneficiamento do algodão, processo que separa a semente da fibra para que possa seguir a indústria, também está em ritmo acelerado, sendo que 50% do total colhido já foram processados, sem possibilidade de entre safra para a indústria têxtil. Somos o quarto maior produtor mundial de algodão, fornecedores de pluma em 12 meses por ano.
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