Algodão baiano mantém perspectiva de crescimento para os próximos 10 anos
De olho no mercado externo, os cotonicultores do oeste da Bahia vão aumentar em 20,5% a produção de algodão nos próximos dez anos. As exportações do setor devem crescer 43,4% neste período. O crescimento deve chegar a 3,1% ao ano, um dos maiores do setor do agronegócio. Os dados fazem parte do relatório “Projeções do Agronegócio”, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária com base em dados fornecidos por vários órgãos nacionais, com a análise de técnicos do ministério e da Embrapa.
A Bahia é o segundo maior produtor do país e deve continuar respondendo por 22,1% da produção nacional. No oeste do estado o cultivo é mantido por 180 produtores rurais, que devem produzir este ano mais de 1 milhão e 300 mil toneladas de pluma e caroço de algodão.
De acordo com a Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), o bom desempenho é resultado de um conjunto de fatores como uso de tecnologia, aumento de produtividade, qualidade da fibra e capacidade de superação.
“Acreditamos que podemos alcançar as projeções e inclusive superar estes números. Temos solos que foram fertilizados nos últimos anos, clima propício com períodos regulares de chuva, disponibilidade de terra, a melhor produtividade em algodão não irrigado do planeta, e a segunda melhor qualidade de fibra do mundo”, avalia Júlio Cézar Busato, presidente da Abapa.
Nos últimos vinte anos, os produtores da região aumentaram a produtividade de 220 arrobas por hectare para 300 arrobas por hectare. Ano passado, a produção de algodão já foi a segunda maior da história, com 1,2 milhão de toneladas.
“O que pode limitar o nosso crescimento é o mercado, porque o consumo interno não está aumentando, e temos que conquistar novos compradores externos. Também servem de entrave o preço do algodão que hoje está em queda por causa da guerra comercial entre China e Estado Unidos, e os problemas de logística. Atualmente gastamos 90 dólares para colocar uma tonelada de algodão no navio. Nos Estados Unidos os produtores gastam 25 dólares, e na Austrália cerca de 18 dólares”, completa Busato.
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