Imea mostra que pecuaristas do MT aumentarão em 38% a quantidade de bois em confinamento
Publicado em 28/07/2011 18:15
O segundo levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Pesquisa
Agropecuária (Imea) sobre as perspectivas de confinamento de gado no Estado mostra que os
pecuaristas devem aumentar em 34,7% o total de animais que terão o ganho de peso
acelerado para atender à demanda do mercado durante a entressafra. O plantel neste ano
deve atingir 798.410 cabeças, ante as 592.834 cabeças confinadas durante a entressafra do
ano passado. Os dados foram divulgados hoje à tarde pelo Imea em conjunto com a
Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
Segundo o levantamento do Imea, até agora os pecuaristas e empresas adquiriram 90,2% do
boi magro que será confinado e compraram 40,4% da silagem (volumoso). Na avaliação de
Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, a intenção de confinamento pode diminuir, pois o
item alimentação representa mais de 20% do custo deste sistema de engordado do gado.
A pesquisa feita neste mês pelo Imea mostrou que houve aumento de 3,7% em relação aos
números apurados no primeiro levantamento de intenção de confinamento realizado em abril
deste ano, que sinalizou com 770.266 cabeças. O superintendente do Imea, Otávio Celidonio,
afirma que o aumento foi uma surpresa, pois a expectativa era de redução em relação a abril.
Ele atribui a reversão de tendência à "boa rentabilidade do negócio, que hoje é de mais de
20%".
Luciano Vacari comenta que mesmo a expansão do número de animais confinados não será
suficiente para atender à demanda dos frigoríficos de Mato Grosso. Ele estima que o abate
estadual neste ano deve atingir 4,5 milhões de cabeças e explica que o boi gordo originado
dos confinamentos representa em média 17% da demanda anual, chegando a atingir 26% no
período de pico da entrega, que acontecerá em outubro.
Na opinião de Vacari, "o confinamento não alivia a situação dos frigoríficos, pois terão que
buscar os animais de campo, que estão sem pasto". Ele comenta que, diante da expectativa
de alta de preços durante a entressafra, muitos frigoríficos no Estado estão fazendo
confinamento para ter uma reserva de boi gordo. "Enquanto os produtores optam em confinar
por não dispor de pasto suficiente para alimentar o gado, os empresários montam uma
estrutura de confinamento com uma visão empresarial de um negócio rentável".
O levantamento do Imea constatou que o médio-norte de Mato Grosso foi a região onde mais
aumentou o número de animais confinados, com um acréscimo de 69,4% das intenções em
relação ao ano passado. Em seguida vem a região nordeste com 61,4%. Vacari observa que
essas regiões foram as mais afetadas pela forte estiagem no ano passado. A falta de pasto,
diz ele, motivou o aumento do confinamento, "tanto que esses animais vão ter uma
participação de 23% no médio-norte e 21% do nordeste no total de abates". Vacari ressalta
que a região sudeste registrou queda de 18,1% na intenção de confinamento, "uma clara
consequência no fechamento do frigorífico Mataboi, de Rondonópolis, que abatia 800 cabeças
por dia".
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Fonte:
Imea/Acrimat
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