Campos Neto diz ter sido contra pedidos de governos Bolsonaro e Lula para união monetária entre Brasil e Argentina
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que recebeu pedidos dos governos Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva para a elaboração de um plano de união monetária entre Brasil e Argentina.
Em cerimônia de celebração pelos 60 anos do BC, em Brasília, Campos Neto disse que argumentou contra os pedidos nas duas ocasiões.
“Logo quando eu cheguei no Banco Central, estava aquela coisa de eleição na Argentina, e aí o ministro (disse) 'precisamos ajudar a Argentina, né? Vamos fazer um plano de união monetária com a Argentina'”, afirmou, sem especificar se fazia referência ao então ministro da Economia, Paulo Guedes.
Campos Neto relatou que não teria “a menor chance de embarcar nesse negócio”, explicando na ocasião que a ideia poderia gerar inflação, além de não haver convergência fiscal entre os países.
“E aí passou muito tempo, o outro ministro, Fernando Haddad, do outro governo falou 'preciso falar com você, porque estamos aqui com um negócio que vamos ver se a gente ajuda a Argentina, se tem alguma forma de fazer uma união monetária'”, afirmou.
Campos Neto disse que ao ouvir a solicitação se lembrou do pedido do governo anterior, argumentando que já tinha toda a resposta.
Após assumir o cargo em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou carta conjunta com o então presidente argentino Alberto Fernández na qual afirmavam que buscariam "avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum" a ser usada para fluxos financeiros e comerciais. O plano, no entanto, não saiu do papel.
(Por Bernardo Caram)
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