Aprosoja MT aponta dificuldades de produtores com serviço de energia elétrica no campo
Fiações antigas, postes caídos, interrupção frequente no fornecimento de energia, redes sem manutenção ou pouca capacidade estão entre as principais reclamações de produtores rurais de Mato Grosso com o fornecimento de energia no estado nos últimos meses. E com a chegada do período de chuvas, a preocupação aumenta ainda mais.
Nas últimas semanas houve o agravamento de problemas, que comprometem o funcionamento de equipamentos essenciais para a produção agrícola, como armazenagem, sistemas de irrigação, maquinário, emissão de notas fiscais, além da própria segurança de trabalhadores e da população, com as evidentes ameaças de incêndio.
Com a falta de retorno dos problemas por parte da concessionária de energia, produtores tem tirado do próprio bolso para contratarem prestadores de serviços particulares, uma vez que a produção não pode parar, como na região de Sorriso, do produtor e delegado coordenador da Aprosoja MT Adalberto Grando.
“Aqui oscila demais, dá muito problema de queima de equipamentos, o sistema de irrigação por exemplo tem uma defesa para isso, e quando ele dispara esse dispositivo, ele para, e aí a gente tem que correr atrás para buscar peça, conseguir voltar a funcionar e infelizmente isso está muito frequente com chuva ou sem chuva”, disse Adalberto.
Para tentar minimizar os danos sofridos pelos produtores, a Aprosoja MT se reuniu com representantes da Energisa nesta quarta-feira (16.10) para pedir mais celeridade na manutenção de rede existente e a expansão de fornecimento. Isso porque, na medida em que a tecnologia no campo avança, a estrutura também precisa avançar como afirma o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol.
“Mato Grosso está em expansão, porém a rede de energia não caminha junto, o déficit é muito gritante. Além de necessitarmos de uma maior capacidade, precisamos da manutenção da atual rede. Armazéns, algodoeiras, irrigação, fazendas que estão impedidas de desenvolver com sustentabilidade e dignidade, impactando no município negativamente, principalmente a parte social”, ressalta Bertuol.
O diretor da Aprosoja MT que também é produtor rural sente na pele as dificuldades pelo serviço energético prestado, enfatizando que além de conviver com as incertezas do clima em 2024, e com outros fatores como a menor oferta de crédito rural, o produtor não poder contar com um serviço de energia de qualidade.
“Dentro da fazenda ficamos com perca na irrigação, manutenção paralisada, escritório sem poder fazer o trabalho administrativo, sementes sem poder fazer o tratamento e impedindo o plantio eficaz. Isso é só um pouco do que o produtor passa, sem suporte algum de uma empresa que tem o monopólio no Estado, serviço precário, de péssima qualidade e vergonhoso”, afirmou Diego.
A instalação de novas empresas e investimentos no agronegócio também está sendo afetado em Mato Grosso por falta de qualidade na distribuição de energia como afirma o vice-presidente da Aprosoja MT Luiz Pedro Bier. “Principalmente no período das chuvas as quedas de energia são frequentes e não há energia suficiente em regiões como Gaúcha do Norte, por exemplo, para instalação de novos armazéns comerciais e isso impede que novas empresas venham se instalar nessas regiões”, destacou Bier.
Os representantes da Energisa presentes na reunião se comprometeram em encontrar soluções rápidas para diminuir o prejuízo dos produtores em caso de rompimento do fornecimento de energia. Além disso, irão realizar um estudo nas regiões mato-grossenses para identificar quais os pontos que mais necessitam do aumento de oferta de energia elétrica.
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