Sinditabaco: Com grande legado, Iro Schünke se despede
Depois de 18 anos e quatro meses à frente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke deixa a entidade com um grande legado. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 17 de outubro, ele relembrou as principais ações desenvolvidas ao longo dos anos.
Ao assumir o então Sindifumo, em 2006, Schünke instituiu gestões participativas que contaram com o engajamento das associadas por meio da criação de comissões e grupos de trabalho para a discussão dos temas de interesse das empresas. Outra marca de sua gestão foi a profissionalização da entidade, com a contratação de assessorias internas e terceirizadas, como comunicação, jurídica, eventos e de tecnologia da informação.
Já em 2008, uma mudança significativa: a alteração do nome para SindiTabaco mudou o DNA da entidade. “Ao longo dos anos, a missão da entidade segue firme: representar e defender os interesses comuns das associadas. Mas desde 2008, passamos a comunicar nossos feitos com muito mais ênfase e estabelecemos três pilares para a atuação do sindicato: assuntos regulatórios, sustentabilidade e visibilidade”, relembra.
Schünke também liderou a extensão da base territorial do sindicato que passou a interestadual em 2010 (exceto nos estados de SP, RJ e BA), momento em que o sindicato expandiu e fortaleceu a representação do setor do tabaco em diferentes fóruns, como no caso da FIERGS, onde participou ativamente da diretoria e de conselhos como o Codema, Concex, Contrab e Conagro.
O executivo também foi muito atuante na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, promovida pelo Ministério Agricultura, e teve um papel de articulação importante na Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), na Amprotabaco, junto aos principais representantes dos produtores, como Afubra e Federações dos Agricultores (RS, SC e PR), bem como com as Assembleias Legislativas, Câmara e Senado Federal. Teve também um importante papel na defesa do setor em audiências públicas preparatórias às Conferências das Partes (COPs) e junto a órgãos federais e estaduais. “Costumo dizer que o tabaco corre em minhas veias e a defesa desse setor pautou grande parte da minha vida”, comenta.
A área da sustentabilidade é, sem dúvida, a grande marca do executivo em seus anos à frente do SindiTabaco. Schünke liderou a entidade durante o acordo com MPT/RS em 2009 e MPT/Brasília, em 2011 (SC e PR), e levou a cadeia produtiva do tabaco a ser protagonista no combate ao trabalho infantil no meio rural. “A fundação do Instituto Crescer Legal, em 2015, foi o resultado de muitos anos de trabalho e tem sido inspiração para muitos setores agrícolas. É onde eu me realizo como pessoa, onde está o meu lado mais emotivo, porque me identifico muito com esses adolescentes”, diz Schünke que também deixa a presidência do Instituto Crescer Legal.
Pelas palavras de Iro Schünke
Antes de ser presidente do SindiTabaco, Schünke atuou em empresas do setor e foi vice-presidente da entidade entre 1995 e 2006. Neste mês, ele lançou o livro Uma vida para o agro, o agro para vidas – Da infância na lavoura à iniciativa que transforma a realidade de jovens e famílias rurais. Destacamos alguns trechos, em que ele conta sua experiência junto ao SindiTabaco. Confira:
Tive a honra e o privilégio de acompanhar praticamente meio século de transformações no mercado do tabaco, desde a abertura do Brasil para o comércio externo, no início dos anos 1970, quando me formei, até as mudanças na linha de processos que se intensificaram nos anos 1990 e que seguem até os dias atuais. Digo sempre que o tabaco corre nas minhas veias.
Costumo brincar que, depois que cumprimos a missão de defender o tabaco, somos capazes de defender qualquer tema. Não há cadeia produtiva mais atacada do que essa. Mas jamais fugi do embate. Como mencionei no início desta obra, minha biografia é uma soma de pequenas coisas. Pois o tabaco é o fio condutor da história de todas elas. Portanto, defender o setor fumageiro perpassa o relato da minha história de vida. E eu tenho muito orgulho dessa atuação.
NOVA GESTÃO – Durante a coletiva, Valmor Thesing, que assume a gestão da entidade a partir do dia 22 de outubro, ressaltou a importância do trabalho realizado pelo seu antecessor e comentou sobre o futuro do SindiTabaco. “É uma honra ter sido eleito para representar um sindicato com a envergadura e os feitos do SindiTabaco, resultado do trabalho do meu antecessor e dos profissionais experientes e capacitados que atuam para o funcionamento das iniciativas, juntamente com o apoio das empresas associadas”, frisou.
Segundo o novo presidente da entidade, a gestão 2024-2027 deseja dar continuidade ao trabalho realizado pelo SindiTabaco nos últimos anos. “Tive a oportunidade de estar ao lado do Iro nos últimos quatro mandatos como vice-presidente. Agradeço o apoio durante todos estes anos, especialmente neste período de transição”, disse Thesing que também assumirá a presidência do Instituto Crescer Legal.
Natural de Santa Cruz do Sul (RS), formado em Economia, pela UNISC, e Técnico em Contabilidade, Thesing iniciou sua carreira no setor de tabaco na empresa Tabacos Brasileiros, atual Universal Leaf Tabacos Ltda. Com 40 anos de experiência no setor, trabalhou nas áreas de Contabilidade, Suprimentos e Logística, Recursos Humanos e Administrativo.
“Quero também destacar o apoio da minha empresa, pelas oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional ao longo desses 40 anos. Sinto-me preparado e consciente dos desafios que enfrentaremos, mas manteremos a postura resiliente, unida, engajada, alinhada e comprometida para superar os desafios inerentes ao setor. Precisamos fortalecer ainda mais o nosso Sistema Integrado de Produção de Tabaco, ampliar o trabalho para regulamentação dos DEFs no Brasil e minimizar a tentativa de aumento de impostos sobre cigarros, o que nos leva a outro grande desafio que é o combate ao mercado ilegal”, ressaltou.
SINDITABACO [GESTÃO 2024-2027]
DIRETORIA
Presidente: Valmor Thesing
Vice-presidentes: Cristina Quatke, Edenir Gassen, Jorge Guilherme Struecker, Paulo Cezar Favero, Roberto Naue e Vilson Peiter.
Suplentes: Alcindo Luiz Glesse, Cleber da Silveira, Eduardo Renner, Elton Delcio Jacobs, Erasmo de Moura e Miqueline Maske.
CONSELHO FISCAL
Fabio Andre Gressler, Inacio Luis Leismann e Irineu da Silva.
Suplentes: Marcelo Becker e Oziel Claus Kohn.
DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO ÀS FEDERAÇÕES DAS INDÚSTRIAS
Valmor Thesing e Jorge Guilherme Struecker.
Suplentes: Cristina Quatke e Paulo Cezar Favero.
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