Com aumento de 9,2%, SP supera MT na exportação do agro e lidera ranking no Brasil
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações do agronegócio de São Paulo aumentaram 9,2% de janeiro a setembro de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, para 22,69 bilhões de dólares, elevando o Estado ao posto de maior exportador do país, informou a Secretaria da Agricultura e Abastecimento à Reuters, nesta quinta-feira.
Com esse resultado, São Paulo respondeu por 18% do total da exportação nacional, superando Mato Grosso, que ficou com participação de 17,3%, segundo levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à secretaria.
Os resultados foram impulsionados por produtos como açúcar e suco de laranja, nos quais o Estado é líder no país e colabora com grande parte da dominância global da exportação do Brasil.
Essa liderança paulista na pauta de exportação agropecuária do Brasil já havia acontecido em abril deste ano, mas é rara, visto que o Mato Grosso, maior produtor de grãos, oleaginosas e gado do Brasil, costuma liderar a balança comercial do agronegócio.
O complexo sucroalcooleiro, com receita de 9,15 bilhões de dólares no período -- o açúcar representou 93,0% e o etanol 7,0% do total --, liderou as receitas externas do agro paulista.
No total, o grupo sucroalcooleiro subiu 23,0% em valores e 30,5% em volumes exportados, puxado pelo desempenho das vendas externas do açúcar (+31,5% em valores e +35,2% em volume), destacou a secretaria.
"A cada mês verificamos a potência do agro paulista na balança comercial. Os números registrados demonstram todo o nosso esforço junto com o setor, de uma produção agrícola com alta qualidade e preços competitivos no mercado internacional", afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, em nota antecipada à Reuters.
A pesquisa do IEA-Apta também analisou o desempenho por produtos, destacando o crescimento "expressivo" na exportação de café verde (+121,6%), carne bovina (+39,0%), suco de laranja (+27,5%) e produtos de celulose (+15,0%).
As carnes registraram receitas de 2,49 bilhões de dólares nos nove primeiros meses do ano, sendo a carne bovina responsável por 83,9%; produtos florestais atingiram 2,35 bilhões de dólares, com 54,3% de participação da celulose e 38,0% do papel; seguidos pelo complexo soja (2,10 bilhões de dólares); e sucos, com 2,0 bilhões de dólares, dos quais 98% foram sucos de laranja.
Esses cinco grupos representaram 79,7% das exportações do agronegócio paulista. O grupo café, também tradicional no Estado de São Paulo, ocupou a sexta posição, com vendas de 944,21 milhões de dólares, sendo 71,4% referentes ao café verde e 24,5% ao café solúvel.
Além de São Paulo e Mato Grosso, o ranking dos Estados com maiores receitas na exportação do agronegócio brasileiro é formado ainda por Paraná (11,5% do total), Minas Gerais (10,1%), Rio Grande do Sul (8,7%) e Goiás (6,6%), segundo o levantamento.
"Apesar de todos os desafios que temos enfrentado, como a forte estiagem no Estado, o agro de São Paulo mostrou sua força mais uma vez", destacou o secretário Piai, lembrando dos impactos da seca para a produção de cana, café e laranja.
O saldo da balança comercial do agronegócio paulista alcançou um superávit de 18,45 bilhões de dólares, um crescimento de 8,9% em relação aos nove primeiros meses de 2023.
No período analisado, a balança comercial do agronegócio de São Paulo, um Estado fortemente industrializado, representou 43,5% do total do Estado, enquanto as importações corresponderam a 7,5% do total.
(Por Roberto Samora)
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