Índice Agrotech revela avanços e desafios na automação do campo brasileiro
A mais recente edição do Índice Agrotech, que mensura o nível de automação e digitalização nas fazendas brasileiras, revela avanços, mas também desafios para o setor agropecuário. O levantamento, realizado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, abrange fazendas de todos os portes e regiões brasileiras. Foram entrevistados 449 decisores de propriedades. Os resultados apontam que, embora haja um crescimento contínuo em alguns segmentos, o setor ainda enfrenta desafios para a plena adoção de tecnologias.
A crescente demanda mundial por alimentos, impulsionada pela previsão de que a população global atinja 9,7 bilhões de pessoas em 2050, coloca uma pressão significativa sobre o setor agropecuário. Para atender a essa demanda sem expandir as áreas de cultivo e criação, a adoção de tecnologia e de formas de automação nos processos produtivos surge como uma solução indispensável. “O Índice Agrotech aponta que a automação permite otimizar o uso de recursos naturais, integrar dados com o sistema de gestão para a tomada de decisões mais precisas e aumentar a produtividade de forma sustentável”, afirma Marina Pereira, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.
Entre os setores mais impactados pela adoção da automação estão a agricultura e a pecuária. Enquanto a agricultura apresenta maior dificuldade em integrar soluções como máquinas e equipamentos ao sistema de gestão, a pecuária, especialmente nas frentes de corte, leite, suinocultura e avicultura, tem mostrado crescimento constante. A Região Sudeste lidera o avanço tecnológico, com um crescimento de 67% no indicador do estudo desde 2019. Regiões como o Centro-Oeste e o Sul, embora tenham registrado reduções recentes em seus índices, ainda superam a média nacional de 0,205. É importante destacar que o índice varia de 0 (zero) a 1 (um), sendo 0 a ausência total de equipamentos, sistemas ou maquinário, e 1 representando a digitalização completa dos processos.
Além disso, o estudo destaca que pequenas fazendas, devido à menor capacidade destas de realizarem investimentos, enfrentam maiores dificuldades para adotar inovações. Ainda assim, houve um aumento de 29% na automação dessas propriedades desde o início da mensuração em 2019. Já as médias e grandes fazendas, cujos respectivos indicadores apresentaram uma leve diminuição em 2023, seguem se mostrando mais tecnológicas do que a média nacional.
Os principais desafios para os próximos anos incluem a adoção de sistemas de gestão automatizados, a preservação de recursos naturais e o incremento nos investimentos em tecnologia. Segundo a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, responsável pela pesquisa, é fundamental integrar processos, maquinários e sistemas de gestão para maximizar o potencial da automação e garantir um desenvolvimento sustentável para o agronegócio brasileiro.
Sobre a Associação Brasileira de Automação - GS1 Brasil
A Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil é uma organização multissetorial sem fins lucrativos que representa nacionalmente a GS1 Global. A entidade conta com cerca de 59 mil associados que representam 36% do PIB nacional e 12% dos empregos formais. Em todo o mundo, a GS1 é responsável pelo padrão global de identificação de produtos e serviços (Código de Barras e EPC/RFID) e comunicação (EDI e GDSN) na cadeia de suprimentos. Além de estabelecer padrões de identificação de produtos e comunicação, a associação oferece serviços e soluções para as áreas de varejo, saúde, transporte e logística.
0 comentário
Bom dia Agro 22/11/24 - Carnes para o Carrefour, orçamento, petróleo e mercado de fertilizantes
IPPA/Cepea: IPPA avança 5,5% em out/24, mas acumula queda de 2,5% no ano
CNA projeta queda de 1,9% no valor bruto da agropecuária do Brasil em 2024
Líderes do Agro: A importância do treinamento do engenheiro agrônomo para a agricultura brasileira
Prosa Agro Itaú BBA | Perspectivas para a indústria da soja e a Lei "Combustível do Futuro"
Fertilizantes produzidos com tecnologias sustentáveis reduzem emissões de gases nocivos e integram nova etapa da agricultura regenerativa