Superávit do Agro Paulista cresce 9,25% no acumulado de 2024
Entre janeiro e agosto de 2024, comparados com o mesmo período do ano anterior, o agronegócio paulista apresentou aumento nas exportações de 9,26%, atingindo US$19,81 bilhões, e alta de 9,30% nas importações, somando US$3,76 bilhões. Com esses resultados, o saldo da balança comercial do agronegócio paulista obteve um superávit de US$16,05 bilhões, 9,25% superior em relação aos primeiros oito meses de 2023.
O levantamento realizado pelo coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Carlos Nabil Ghobril, e os pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, aponta que a participação das exportações do agronegócio paulista no total do estado, de janeiro a agosto de 2024, foi de 43,6%, enquanto a participação das importações setoriais foi de 7,5%.
É importante salientar que as exportações paulistas nos demais setores da economia, excluindo o agronegócio, totalizaram US$ 25,64 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 46,13 bilhões, resultando em um déficit externo de US$ 20,49 bilhões no período acumulado de janeiro a agosto de 2024.
Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior do estado de São Paulo só não foi mais acentuado devido ao desempenho positivo do agronegócio estadual, cujo saldo como reportamos acima atingiu US$ 16,05 bilhões.
Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos
Os cinco principais grupos de produtos nas exportações do agronegócio paulista, de janeiro a agosto de 2024, foram:
1. Grupo Sucroalcooleiro: participação de 39,9%, totalizando US$7,91 bilhões, onde o açúcar representou expressivos 93,1% e o álcool etílico (biocombustível), 6,9%.
2. Carnes: 10,6% de participação, alcançando um valor de US$2,10 bilhões, com a carne bovina representando 84,0%.
3. Produtos Florestais: 10,4% de participação com um total de US$2,05 bilhões, sendo 53,8% de celulose e 38,6% de papel.
4. Complexo Soja: 10,0% de participação, registrando um total de US$1,98 bilhão, com a soja em grão representando 80,4%.
5. Sucos: 8,7% de participação, alcançando o valor de US$1,73 bilhão, sendo que o suco de laranja corresponde a 97,9% do grupo.
Esses cinco agregados representaram 79,6% das vendas externas setoriais paulistas. O grupo do café, tradicional no estado de São Paulo, ocupa a sexta posição, com 4,2% de participação, registrando US$837,61 milhões, 72,6% referente ao café verde e 23,5%% café solúvel.
Ao compararmos os primeiros oito meses de 2024 com o mesmo período de 2023, houve variações significativas nos valores exportados dos principais grupos de produtos paulistas, com destaque para aumentos nos grupos de café (+32,6%), sucos (+30,6%), complexo sucroalcooleiro (+26,6%), produtos florestais (+15,2%) e carnes (+4,6%), e uma queda no grupo complexo soja (-35,5%). Essas variações nas receitas de comércio exterior refletem oscilações tanto nos preços quanto nos volumes exportados.
Importações do Agronegócio Paulista
Os principais produtos importados pelo agronegócio paulista, no acumulado de janeiro a agosto de 2024, foram: salmões (US$307,57 milhões), papel (US$267,20 milhões), trigo (US$223,79 milhões), produtos têxteis de algodão (US$146,51 milhões), leite em pó (US$138,51 milhões), rações para animais (US$137,29 milhões), outros peixes (US$132,50 milhões) e arroz (US$129,99 milhões).
Participação do Estado de São Paulo no Brasil
O agronegócio de São Paulo representou 17,8% do total nacional, aumento de 1,7 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano anterior. As importações, por outro lado, recuaram 1,5 pontos percentuais, fechando em 29,3%.
Entre os principais estados exportadores em valores, São Paulo e Mato Grosso estão tecnicamente empatados, sendo que o São Paulo ocupa a segunda posição, com 17,8% de participação, atrás de Mato Grosso (17,9%). O Paraná aparece em terceiro lugar (11,4%), seguido por Minas Gerais (9,9%), Rio Grande do Sul (8,4%) e Goiás (6,8%). Esses seis estados juntos representam 72,2% das exportações totais do agronegócio brasileiro nos primeiros oito meses de 2024.
A participação dos grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional, no acumulado até agosto de 2024, se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassou 50% do total nacional: sucos (85,9%), produtos alimentícios diversos (73,7%), demais produtos de origem vegetal (62,9%), plantas vivas e produtos de floricultura (63,7%) e complexo sucroalcooleiro (61,5%).
Balança Comercial Brasileira
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 54,08 bilhões no acumulado de janeiro a agosto de 2024, com exportações totais de US$ 227,00 bilhões e importações de US$ 172,92 bilhões. Esse resultado representa uma redução de 13,4% no saldo da balança comercial em comparação com o mesmo período de 2023, quando o superávit foi de US$ 62,43 bilhões. Observa-se que o saldo é positivo, porém menor que o ano passado.
Na análise setorial, as exportações do agronegócio brasileiro nos primeiros oito meses de 2024 apresentaram uma leve retração de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 111,59 bilhões, o que corresponde a 49,2% do total nacional. No mesmo período, as importações cresceram 14,9%, atingindo US$ 12,83 bilhões (7,4% do total nacional).
O saldo da balança comercial do agronegócio apresentou um superávit de US$98,76 bilhões no acumulado de janeiro a agosto de 2024, sendo 2,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2023.
Assim, o comércio exterior brasileiro só não apresentou déficit devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores da economia, com exportações de US$115,41 bilhões e importações de US$160,09 bilhões, resultaram em um déficit de US$44,68 bilhões no acumulado até agosto de 2024.
Os cinco principais grupos de exportação do agronegócio brasileiro no período de janeiro a agosto de 2024 foram: complexo soja (US$ 43,94 bilhões, com a soja em grão representando 82,8% e o farelo de soja 15,1%), carnes (US$ 16,17 bilhões, com a carne bovina, de frango e suína participando com 48,8%, 37,3% e 11,5%, respectivamente), grupo sucroalcooleiro (US$ 12,86 bilhões, com o açúcar representando 94,1% e o álcool etílico 5,8%), produtos florestais (US$ 11,21 bilhões, com 60,4% de celulose e 24,6% de madeira) e café (US$ 7,18 bilhões, com 91,7% de café verde e 7,4% de café solúvel). Esses cinco grupos responderam por 81,8% das exportações do setor.
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