Ibovespa renova máximas e flerta com 137 mil pontos ajudado por Vale

Publicado em 21/08/2024 17:34 e atualizado em 21/08/2024 18:39

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, renovando máximas históricas e ultrapassando no melhor momento os 137 mil pontos pela primeira vez, apoiado principalmente na alta das ações da Vale, enquanto a pauta norte-americana ocupou as atenções.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com um acréscimo de 0,28%, a 136.463,65 pontos, após chegar a 137.039,54 pontos no melhor momento do dia. Na mínima, marcou 136.088,18 pontos.

O volume financeiro somou apenas 21,35 bilhões de reais, de uma média diária de quase 29 bilhões de reais em agosto.

Nos Estados Unidos, dados mostraram uma criação bem menor de empregos de abril de 2023 a março de 2024 do que anteriormente divulgado, enquanto a ata da última decisão de política monetária do Federal Reserve reforçou o sinal de corte de juros em setembro.

Na visão do estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, a forte revisão para baixo nos dados de emprego -- 818 mil postos a menos -- reforça a leitura de um mercado de trabalho menos pujante que os dados preliminares sugeriam.

"Diante disso, o cenário se torna cada vez mais favorável ao início de uma mudança na política monetária pelo Fed, possivelmente resultando em cortes de juros na próxima reunião", avaliou, referindo-se ao encontro de 17 e 18 de setembro.

A ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), por sua vez, que manteve os juros 5,25% a 5,50%, mostrou integrantes do Fed fortemente inclinados a um corte em setembro e vários deles dispostos a reduzir a taxa ainda no mês passado.

Em julho, "a grande maioria" dos membros do Fed "destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião", disse a ata.

Para Castro Alves, o documento indica a disposição ou a elevada probabilidade do Fed em mudar sua política monetária e começar a reduzir os juros em setembro.

"O que pudemos ver nessa ata foi um aumento das preocupações com o mercado de trabalho e a desaceleração da economia, o que corrobora a percepção de aumento de probabilidade de cortes de juros", acrescentou.

Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 0,42%.

"Agora, as atenções se voltam para a fala de Powell na sexta-feira", disse o responsável pela área de renda variável da Criteria, Thiago Pedroso, referindo-se ao discurso do chair do Fed, Jerome Powell, em evento em Jackson Hole.

A consolidação de apostas de que o BC norte-americano começará a reduzir os juros da maior economia do mundo em setembro tem apoiado o fluxo de capital externo para a bolsa paulista, principal suporte para o avanço recente do Ibovespa.

DESTAQUES

- VALE ON avançou 1,92%, em sessão positiva para o setor de mineração e siderurgia, acompanhando os futuros de minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou as negociações diurnas em alta de 4,58%.

- PETROBRAS PN recuou 0,6%, acompanhando a piora dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou negociado em queda de 1,49%.

- CVC BRASIL ON disparou 12,75%, tendo como pano de fundo comunicado da empresa relatando que fundos de investimento sob a gestão da WNT passaram a deter 26.333.100 ações ordinárias de emissão da operadora de turismo, o equivalente a 5,01% do capital social da companhia.

- PETZ ON valorizou-se 7,07%, ainda embalada pela reprecificação dos papéis após fechar o acordo para combinações de suas operações com as da rival Cobasi. Desde o anúncio, a alta já alcança cerca de 49%.

- ASSAÍ ON recuou 3,42%, no segundo dia de queda seguido, refletindo ajustes após acumular até a última segunda-feira um ganho de 9% em agosto. CARREFOUR BRASIL ON acompanhou o movimento e fechou em baixa de 2,03%, com a alta contabilizada no mês até a segunda-feira alcançando quase 5%.

- PAGBANK, que é negociada em Nova York, desabou 14,53% após divulgação do balanço do segundo trimestre, bem como revisão de previsões para 2024, reflexo de realização de lucros e com analistas enxergando alguma piora na qualidade dos números. O BDR do papel na B3 caiu 14,38%.

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(Por Paula Arend Laier)

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Fonte:
Reuters

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