Ibovespa fecha em queda com declínio de commodities e cautela antes de Fed e Copom

Publicado em 30/07/2024 17:08 e atualizado em 30/07/2024 17:44

Logotipo Reuters

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, com as ações da Vale e da Petrobras respondendo pelas maiores pressões de baixa na esteira da queda do minério de ferro e do petróleo no exterior, em pregão também marcado por cautela antes de decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,64%, a 126.139,21 pontos, tendo marcado 126.950,76 pontos na máxima e 125.972,91 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou apenas 17 bilhões de reais.

Nos EUA, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve divulga comunicado sobre sua decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília) e o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, fala com jornalistas na sequência, a partir das 15h30.

Não se espera mudança na taxa, que está na faixa de 5,25% a 5,50% desde julho do ano passado. Mas há expectativa quanto ao "statement" e aos comentários de Powell, principalmente eventuais sinais sobre os próximos passos, com o mercado apostando que o Fed começará a cortar os juros em setembro.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, por sua vez, divulga o comunicado com a sua decisão após o fechamento do mercado. Uma vez que também não há previsão de mudança na Selic, atualmente em 10,50%, o foco estará nas palavras do colegiado presidido por Roberto Campos Neto.

De acordo com o head de análises da Warren Investimentos, Frederico Nobre, a bolsa refletiu um movimento de realização de lucros combinado com a cautela prá-Copom e pré-Fomc, enquanto as commodities não ajudaram. "É uma certa aversão a risco, um movimento mais macro mesmo", pontuou.

Apesar da segunda queda seguida, o Ibovespa ainda acumula um ganho de 1,8% no mês.

A safra de balanços de empresas brasileiras também repercutiu no pregão, com Klabin na coluna positiva, enquanto CCR e Telefônica Brasil figuraram entre as quedas da sessão após a divulgação dos respectivos resultados no segundo trimestre do ano.

Na avaliação de Nobre, a temporada deve se intensificar na primeira e segunda semanas de agosto, e a partir da segunda quinzena do mês será possível ter uma visão mais ampla para entender os aspectos macro das divulgações do período.

DESTAQUES

- VALE ON recuou 2,21%, na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em baixa de 2,77%.

- PETROBRAS PN caiu 0,62%, diante do declínio do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em baixa de 1,44%. A estatal também reportou na véspera que a sua produção de petróleo no Brasil cresceu 2,6% entre abril e junho ante igual período do ano passado.

- SÃO MARTINHO ON fechou em baixa de 4,41%, tendo como pano de fundo relatório de analistas da XP cortando a recomendação dos papéis para "neutra", citando que o mercado global de açúcar passa por incertezas significativas e que os preços do açúcar estão em uma tendência de baixa.

- LOJAS RENNER ON perdeu 3,55%, em dia de ajustes, após três altas seguidas, período em que a varejista de vestuário acumulou uma alta de quase 5%.

- USIMINAS PNA avançou 4,63%, em dia de recuperação após perder quase 27% no acumulado dos dois pregões anteriores na esteira da decepção com o balanço do segundo trimestre e preocupações sobre pressões de custos. No setor, CSN ON caiu 1,68% e GERDAU PN cedeu 0,5%.

- EMBRAER ON valorizou-se 4,26%, renovando máxima histórica de fechamento a 42,85 reais. Analistas do BTG Pactual reiteraram recomendação de "compra" para as ações, citando em relatório melhora do "momentum" de todas as divisões da empresa e tendência positiva para os lucros.

- MARFRIG ON encerrou em alta de 2,95%, com empresas de proteínas majoritariamente no azul, em meio a perspectivas favoráveis para os resultados de modo geral no segundo trimestre. JBS ON subiu 2,92% e MINERVA ON ganhou 1,77%. BRF ON fechou estável.

- 3R PETROLEUM ON subiu 1,52% tendo no radar a divulgação do balanço do segundo trimestre após o fechamento do mercado. Ainda no setor, PRIO ON fechou com decréscimo de 0,3% e PETRORECONCAVO ON ganhou 0,34%.

- KLABIN UNIT fechou com acréscimo de 0,78%, após reportar Ebitda ajustado de 2,05 bilhões de reais no segundo trimestre, crescimento de 53% na mesma comparação, com maiores vendas de papel e celulose e custo caixa total menor, superando previsões de analistas.

- CCR ON recuou 1,93%, tendo como pano de fundo resultado do segundo trimestre, mesmo com lucro líquido ajustado de 411 milhões de reais, mais que o dobro do resultado do mesmo período de 2023 e levemente acima do esperado pela média do mercado. O Ebitda ajustado cresceu 14,4%.

- TELEFÔNICA BRASIL ON cedeu 1,99%, após balanço do período de abril a junho, com alta de 8,9% no lucro líquido, a 1,22 bilhão de reais, um pouco abaixo do esperado no mercado. A Telefônica Brasil disse que está perto de conseguir uma licença de serviços financeiros junto ao Banco Central

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário