Campo Futuro analisa custos de bovinocultura, camarão e avicultura de corte
O projeto Campo Futuro levantou, nesta semana, os custos de produção da pecuária de leite (MS) e de corte (GO), aquicultura (CE) e avicultura de corte (PR).
As análises foram realizadas em parceria com as federações de agricultura e pecuária estaduais, sindicatos rurais e institutos de pesquisa e contaram com a participação de produtores rurais e técnicos.
Na pecuária de leite, o painel caracterizou propriedades da agricultura familiar, que utilizam rebanhos girolando, com a produção realizada majoritariamente em pastagens nos municípios de Itaquiraí e Paranaíba (MS).
De acordo com o levantamento, a produtividade animal nas duas localidades varia entre 6 e 10 litros por dia, e os sistemas utilizados permitiram que a receita bruta da atividade remunerasse apenas os desembolsos, ficando aquém do pró-labore do produtor, da depreciação e remuneração do capital imobilizado.
“Essa característica denota a necessidade de ajustes técnicos para viabilizar a sustentabilidade da atividade no médio e longo prazo”, observa o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Guilherme Dias.
Dias ressalta que, durante os painéis, foram dadas recomendações aos produtores para que consigam melhorar o desempenho técnico e financeiro da atividade.
“Apesar desses resultados, notou-se que a margem bruta por área da atividade foi superior a alternativa de uso da terra na região, mostrando que a vocação local, com ajustes pontuais, pode consolidar ainda mais a competitividade da produção leiteira regional,” disse.
Na pecuária de corte, o Campo Futuro levantou os custos da produção no sistema de confinamento em propriedades modais de Goiânia (GO).
De acordo com o painel, uma das propriedades, de sistema de confinamento, tem matrizes com terminação anual de 2 mil cabeças, sendo 1.300 em confinamento e os 700 restantes em semiconfinamento. A propriedade, com ciclo completo, tem mil matrizes e terminação anual de 2 mil cabeças.
O Custo Operacional Efetivo (COE) da atividade foi de R$ 189,15 a arroba vendida, onde a maior despesa fica com a suplementação mineral, correspondendo a 30,1% do COE, seguindo da mão-de-obra, com 18,6%, e da alimentação animal, com 13,3%.
No Ceará, o projeto avaliou a produção de camarão no município de Jaguaruana. A propriedade modal é caracterizada pela extensão de oito hectares de área própria e conta com uma estrutura de sete viveiros escavados dispostos em cinco hectares de lâmina d'água para produção da espécie Litopenaeus vannamei em água doce.
A assessora técnica da Comissão Nacional de Aquicultura, Kalinka Lessa Koza, acompanhou o painel e afirma que com o alojamento de 15 pós-larvas por metro quadrado é necessários equipamentos como aeradores nos viveiros para melhorar a oxigenação da água.
“Com esse alojamento, os camarões são despescados com, aproximadamente, 15g de peso vivo. O resultado econômico da atividade foi positivo, porém, com margens estreitas.”
O projeto Campo Futuro também analisou a produção de aves de corte em Cambará, no Paraná. Os dados do levamento serão divulgados posteriormente.
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